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Análise: Asura's Wrath (PS3)

Quando um jogo é lançado, a primeira coisa que os críticos fazem é a comparação. É God of War isso, Devil May Cry aquilo… Muitos games tent... (por Alan Kottwitz em 15/03/2012, via PlayStation Blast)

Capa PS3Quando um jogo é lançado, a primeira coisa que os críticos fazem é a comparação. É God of War isso, Devil May Cry aquilo… Muitos games tentam fugir da alcunha de cópia fajuta de algum grande sucesso, investindo pesado na originalidade e nos elementos cinematográficos. Asura's Wrath, lançado em fevereiro de 2012 pela Capcom, se encaixa perfeitamente nesta descrição. Na pele de Asura, encarnamos toda a sua fúria e seu desejo de vingança, numa odisseia contra aqueles que o  traíram. Acompanhe a seguir a análise desse game épico e tire as suas próprias conclusões.  

Alguém tem um suquinho de maracujá?


Asura's Wrath nasceu da parceria da Capcom com a Cyberconnect 2 (a mesma que está produzindo o novo game do Naruto). A história do jogo é baseada na mitologia hindu, mas não se espante ao ver naves espaciais, cidades futurísticas ou motos voadoras. Controlamos Asura, um semideus que faz parte de um grupo de 8 generais semideuses a serviço de Deus (é, o nome do personagem é esse mesmo). O trabalho deles é livrar o mundo de uma praga chamada Vlitra, um parasita planetário que espalha Gohma, entidades malignas que assumem a forma de elefantes, macacos e baiacus voadores. Depois de derrotarem Vlitra, Deus e os outros sete generais, que agora se auto-intitulando as 7 Divindades, traem Asura, assassinando a ele e sua esposa e seqüestram a sua filha. Após 12.000 anos, Asura desperta, furioso, em modo berserk ilimitado, e parte para uma vingança contra Zeus Deus e contra os deuses corruptos que o traíram. Isso te lembra alguma coisa?


Certamente você deve estar pensado: “outro personagem bombado, com cara emburrada e que desce a mão em todo mundo pela frente”. E você tem razão, Asura é um cara bombado e estouradão, que só sabe descer a mão em tudo que se move. Mas, mais do que isso, Asura consegue ser cativante em certos momentos. E até mesmo engraçado! Numa parte do game, Asura está se banhando numa fonte de águas termais e o jogador tem que fazer com que ele desvie a atenção dos “dotes avolumados” da moça que está lhe servindo uma bebida no banho . Uma tarefa muito difícil…

Um anime jogável


Alguns de vocês já devem ter jogado ou ouvido falar do jogo-filme Heavy Rain, para PS3. Asura's Wrath segue essa mesma premissa, sendo um jogo-anime. Não é um game para ser jogado, mas para ser assistido. 90% do game é composto por cutscenes interativas, onde os famosos botões de Quick Time Events aparecem para podermos avançar na história. O jogo é dividido em 18 episódios, com cerca de vinte minutos cada (e mais um secreto que precisa ser destravado). A trama discorre no formato de uma temporada de anime. Começa com uma pequena, porém belíssima, introdução em formato de HQ, depois um review dos acontecimentos do episódio anterior, cutscenes, cutscenes interativas, boss fight, mais cutscenes interativas, e “to be continued” – continua no próximo episódio. Até mesmo a tela de loading lembra a chamada do intervalo de animes antigos, como do Samurai Warriors ou Shurato.

 

De encher os olhos


asura3Falando em cutscenes, os gráficos do game são altamente detalhados. O game simula um anime em 3D, com sequências de batalhas exageradas, ao estilo Dragon Ball Z — numa cena, um dos bosses atravessa Asura com uma espada quilométrica, sendo que a ponta da lâmina sai do outro lado do planeta! O visual gráfico não se perde na parte jogável: tanto o Asura quanto seus inimigos são bastante detalhados e expressivos, principalmente nas caras e bocas que fazem. Lembra bastante as CGs em alta definição da trilogia .hack//G.U., games produzidos também pela Cyberconnect 2, para o PS2. A parte sonora é excelente, com músicas que te fazem entrar no clima épico. A trilha sonora lembra muito as músicas de fase do game Catherine, lançado em 2011 para o PS3. A parte ruim é que as músicas ficam em looping, tornando-se rapidamente repetitivas e chegando ao ponto de incomodar.

 

"Vô dá porrada"


Fora as animações com QTE, o jogo possui uma (pouquíssima e mal explorada) parte jogável. Essa parte é dividida em dois gêneros: o bom e velho mano-a-mano, estilo God of War, e um TPS, onde uma mira aparece no meio da tela e Asura pode disparar uma metralhadora de magias. Tanto os chefes de cada fase, quanto os inimigos normais não possuem barra de vida. Para derrotá-los, Asura precisa descer a porrada neles, o que faz encher uma barra chamada Burst, semelhante a Rage of the Titans. Uma vez completa, o comando Burst aparece na tela, seguido de mais QTE que possibilitam a finalização dos advesários. No começo é bem divertido mandar os inimigos para o espaço (literalmente, porque os socos do Asura jogam os inimigos para fora do planeta), mas depois de algum tempo fica cansativo. Não há variedade de ataques e alguns chefes você chega a enfrentar até três vezes.

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Por que tudo que é bom dura pouco?


Asura's Wrath é curto. Comecei a jogá-lo no sábado, depois do almoço, e consegui zerá-lo antes da novela das 9 começar. E depois que eu terminei, ele foi direto para minha gaveta de jogos que não jogo mais. Jogá-lo novamente é o mesmo que assistir ao filme Avatar duas vezes seguidas. Na primeira vez é uma beleza, de cair o queixo. Mas na segunda vez, quando já se sabe o que vai acontecer, fica monótono. É  claro que ele não será esquecido, talvez eu o jogue de novo daqui a uns seis meses. O game tem uma bela apresentação, é empolgante no começo, mas é só isso. Não tem conteúdo para se aprofundar. Se você é um otaku hardcore vai adorar Asura's Wrath. Se não for, é melhor deixá-lo de lado.

Há um final verdadeiro que você destrava conseguindo Rank S em todos os episódios. Mas, vai por mim, assista-o no Youtube. O final verdadeiro é pior que o final normal. Você vai zerar, assistir o epílogo e pensar: “Como é que é? É só isso?”. O game deixa muita coisa em aberto, uma brecha para uma continuação ou um possível DLC.

Prós:


  • É divertido
  • Visual magnifico que te prende à tela
  • Sequências de combate impressionantes
  • Música excelente

Contras:


  • Combates repetitivos
  • Depois de zerá-lo, você vai ter poucos motivos para jogá-lo mais de uma vez
  • O final do jogo é ruim, piorado por um final secreto que deve ser desbloqueado e que é ainda mais insatisfatório que o original.
Asura's Wrath – Playstation 3 – Nota Final: 8.0
Gráficos: 9.0  |  Som: 9.0  |  Jogabilidade: 7.0  |  Diversão: 8.5
Revisão: Leandro Fernandes 

é formado em Administração de Empresas e seu primeiro videogame foi um Dynavision Radical com 64 games. Adora escrever, é fã de carteirinha de Neil Gaiman e se amarra em coisas Nerds. Para trocar uma ideia com ele, basta procurá-lo no Facebook.

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