Por que amamos Watch Dogs?

Todos concordamos que a E3 deste ano foi um tanto fraca e decepcionante. A combinação do excesso de remakes , reboots e continuações com a ... (por Unknown em 12/06/2012, via PlayStation Blast)

playstationblast_wd_01Todos concordamos que a E3 deste ano foi um tanto fraca e decepcionante. A combinação do excesso de remakes, reboots e continuações com a ausência de grandes anúncios de verdadeiras novidades tornou a feira um tanto chata para quem viu apenas as conferências. Nesse momento surgiu a Ubisoft com um anúncio surpresa: Watch Dogs. Não só um teaser ou um trailer com cutscenes, mas uma demo em tempo real. Junte isso a um título totalmente novo com um conceito interessante e você tem o grande sucesso de público na E3 2012. Mas por quê? Vamos descobrir juntos.

playstationblast_wd_02A era das continuações

Resident Evil 6, Tomb Raider, Call of Duty: Black Ops II, Assassin's Creed III, God of War: Ascension... todos esses jogos são continuações ou reboots de séries consagradas, e todos foram destaque na E3 2012. E não estão errados aqueles que dizem que o mundo dos games atualmente está meio saturado dessas continuações infinitas. É saudável para uma série chegar ao seu sexto título? E quanto a uma série que lança novos títulos a cada ano? Isso tudo desgasta a capacidade do gamer de se surpreender. Mas não entraremos nesse mérito.

A verdade é que em um ano em que as empresas parecem estar com medo de apresentar novas franquias, surgiu Watch Dogs. Algo totalmente novo, visualmente incrível e com uma proposta diferente para um jogo de mundo aberto. Uma demo, jogada em tempo real. Foi o suficiente para criar um super alvoroço: quando o jogo será lançado? Para quais consoles? Será multiplayer? Esse interesse já deixa claro o quanto todos nós estamos cansados das mesmas repetições. Algo novo é sempre bem vindo.

Tudo está conectado

A proposta por trás de Watch Dogs é bastante comum na ficção científica, e ao mesmo tempo muito contemporânea. Em tempos de Facebook, Google criando método inteligente de busca, smartphones e tablets, a raça humana caminha em direção a uma existência totalmente conectada com o mundo virtual e tecnológico. No universo do jogo, isso já aconteceu, e sistemas de computador chamados ctOS controlam tudo nas grandes cidades, incluindo Chicago, que é o cenário do jogo.

O que isso quer dizer, na prática? Imagine que esse computador central possui uma conexão com o sistema de trânsito. O sistema de trânsito possui uma conexão com o seu celular, que possui uma conexão com o seu computador pessoal. Um dos slogans do jogo é "tudo pode ser hackeado", e o trailer deixou claro que até mesmo o sistema de controles de pontes pode ser acessado pelo protagonista, Aiden Pearce. Já falaremos mais sobre ele.

watch-dogs-demo-preview[1]Essa possibilidade de hackear qualquer coisa torna o jogo muito atrativo e denota uma infinidade de opções para resolver assuntos. No trailer, Aiden usa poucas formas de hack: ele desliga a rede de telefonia móvel de um local, mexe com um semáforo de trânsito para causar um acidente de carro e, como citei, acessa o sistema de uma ponte para erguê-la. Agora imagine se for possível também controlar o sistema de fornecimento de energia. Para completar, Aiden pode focalizar em determinadas pessoas para obter uma pequena biografia delas. Isso torna cada NPC único.

Lembrando que Watch Dogs será um jogo de mundo aberto, e comparações foram feitas com GTA, de forma mais ou menos acertada: os jogos realmente se parecem um pouco em alguns aspectos. Mas essa liberdade nas formas de abordagem torna o novo jogo da Ubisoft totalmente diferente da quinta parte da série da Rockstar, que dificilmente terá esse fator inventivo e que dê uma profundidade a cada cenário. Mas nunca se sabe.

Anti-herói

Aiden Pearce não é um herói comum. Ele não está lutando pela justiça, como Ezio Auditore em Assassin's Creed. Ele não está tentando salvar a galáxia, como o Comandante Shepard em Mass Effect. Ele é um homem com uma obsessão que, com um propósito, toma atitudes que poderiam ser consideradas anti-éticas, imorais ou até mesmo erradas.

Aiden acredita que está sendo observado. Ele parece estar certo, mas sendo um hacker, é razoavelmente fácil para ele resolver o assunto. Ele acessa o ctOS de Chicago e passa a agir como um vigilante, só faltando a capa e a máscara para poder ser chamado de super-herói. Mas aí é que está: Aiden não está preso pelos códigos de moral de personagens como o Batman (que nunca mata). Aí é que nós entraremos, como jogadores, e tornaremos ele mais próximos daquilo que faríamos.

Aiden mata, acessa informações particulares, e na demo mostrada ele causa até um acidente de carro, com consequências fatais para ao menos uma pessoa. O jogo faz questão de fazer isso importar: o protagonista se abriga atrás de um carro com duas pessoas. Uma delas é baleada pelos seguranças de seu alvo. O homem ao lado dela se desespera, tentando reanimá-la (veja no minuto 7:00 do vídeo). Se isso não é capaz de fazer qualquer jogador se sentir culpado e sentir o peso daquelas ações, não sei o que é. Aí é que entra a sua parte: você pode escolher entre resgatar o homem ou não.

Em suma, Aiden é um bom protagonista, sem excessos, e sob o controle do jogador. Ele pode ser um herói mais sombrio ao estilo Batman ou um anti-herói mais vilanesco, sem prezar muito pela vida alheia. Embora o conceito não seja novo, é bem interessante.

Next-gen?

Os gráficos da demo apresentada na conferência da Ubisoft eram tão trabalhados que de início todos pensaram que Watch Dogs seria um título para a próxima geração de consoles. A verdade é que aquela demo estava rodando no PC, por isso a maravilha da física do casaco de Aiden, o vento, a chuva e os detalhes como o vidro dos carros e o rosto dos personagens.

watchdogs13[1]

Ainda assim, se a versão para consoles for próxima do que foi mostrado, será um dos jogos mais bonitos da geração atual. E o melhor: ele não tem um protagonista careca com cara de malvado! Nós poderemos ver de fato cabelos se movendo. Ou pelo menos eu espero que sim.

Multiplayer? Quando sai? Onde?

A Ubisoft confirmou que o jogo terá elementos online, mas não foi nem um pouco específica. Muitos cogitaram a possibilidade de um modo cooperativo, com personagens entrando e saindo da história controlados por outros jogadores. Embora a ideia seja atraente, não é difícil imaginar um jogador idiota "estragando" seu jogo. O que criou essa ideia foi o final da demo na conferência da Ubisoft, que mostrou um outro personagem no topo de um prédio com um nickname aparecendo sobre a cabeça, enquanto conversava pelo celular com uma outra personagem. Confira a imagem abaixo.

watch_dogs-multiplayer[1]

As melhores notícias são as seguintes: Watch Dogs é um jogo para a geração atual de consoles e será lançado para PlayStation 3, Xbox 360 e PC no ano de 2013. Um lançamento para o Wii U não é descartado, mas não está nos planos imediatos da equipe de criação.

Nós amamos Watch Dogs e estamos muito ansiosos. Você também? Tem outro argumento para amar o título da Ubisoft? Comente e vamos roer as unhas juntos.

Revisão: Rafael Becker


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. parece ser ótimo, mas nao dá pra convencer que esse protagonista coxinha com cara de Chris/Nathan é um hacker super nerd :/

    fora a cara dele, jogo maneiríssimo!!!!!

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