Análise DLC

Continue a aventura dos quadriláteros amigos em Thomas Was Alone: Benjamin’s Flight (PSN)

A experiência de jogar Thomas Was Alone (PS3/PS Vita) foi bem interessante, mas muito curta: apenas 100 fases que podem ser terminadas ... (por Alberto Canen em 18/05/2013, via PlayStation Blast)

A experiência de jogar Thomas Was Alone (PS3/PS Vita) foi bem interessante, mas muito curta: apenas 100 fases que podem ser terminadas em até quatro horas, sem muito esforço. Por isso, qualquer conteúdo extra que possa estender um pouco mais a aventura é muito bem-vindo. Esse é o caso de Benjamin’s Flight, lançado no mesmo dia que o game principal, o que por si só já garante uma crítica: por que esse "conteúdo extra" não veio como parte do jogo, já que foi lançado simultaneamente com o mesmo? Inclusive, todo o conteúdo adicional já está presente dentro dele, bastando apenas ser ativado, sem a necessidade de ser baixado — tanto para a versão de PS3 quanto para a de PS Vita.
É verdade que o jogo original fora lançado quase um ano antes para PC/Mac e que Benjamin's Flight é um conteúdo original para os donos de PS3/PS Vita, mas esse tipo de prática não é novidade, basta lembrar da polêmica dos personagens "extras" escondidos no disco de Street Fighter X Tekken. É natural que um jogo independente de pequeno porte como Thomas Was Alone não gere a mesma repercussão negativa que o título da Capcom, mas esse tipo de prática deveria ser proibida, em respeito aos jogadores que são, antes de tudo, consumidores.
Deixando de lado a forma como o conteúdo foi distribuído, Benjamin’s Flight é um adicional de 20 fases, divididas em dois novos capítulos: Target e Consequence. Temos também um novo quadrilátero como protagonista, que inclusive dá nome ao DLC: Benjamin. Ele é filho de um cientista (um quadrado robusto e lento, com um salto de curto alcance) e ambos costumam sair em jornadas à procura da "Fonte de Luz" (Fountain of Light). Graças à nova invenção do pai de Benjamin — um jetpack — esse sonho de ambos finalmente poderá ser realizado. Vale notar que os acontecimentos desses dois novos níveis são, na verdade, uma prequela para a história principal.

Benjamin e seu pai à procura da Fonte de Luz

Um jetpack, duas garotas e muitos espinhos

Assim como Thomas, Benjamin também não está sozinho em sua empreitada, contando com a ajuda posterior de dois outros quadriláteros: uma é Sarah, já conhecida daqueles que passaram pelas fases iniciais, que tem a habilidade de pulo duplo; e outra, completamente nova ao enredo, chama-se Anne, que lembra muito Laura, mas sem a habilidade de cama elástica.

Benjamin carregando as Anne e Sarah nas costas
Toda a jogatina está centrada na nova mecânica do jogo: a habilidade de voar de Benjamin. Basicamente, os cenários contam com protuberâncias afiadas, pelas quais o personagem precisa passar sem tocá-las — basta ter um pouco de controle apertando rapidamente o botão de pulo. Em alguns momentos, será necessário carregar as duas outras personagens de um lado para o outro, o que não aumenta em nada a dificuldade, já que não há uma significativa mudança na física, como se ambas não tivessem peso algum.

Se a ideia de raciocinar para descobrir a saída é algo que lhe agrada, pode esquecer, pois todas as etapas são bastante óbvias, prezando apenas pelo enredo — com a sempre agradável dublagem de Danny Wallace — e pela destreza no controle do jetpack. É uma pena que os comentários do criador do jogo Mike Bithell não estão presentes, pois seria interessante saber o que ele tinha em mente ao criar essa prequela.

Rápido, fácil e divertido

Desconsiderando a péssima estratégia de vender uma parte do game como conteúdo extra (apenas esperando para ser ativado), Benjamin’s Flight adiciona 20 fases tão divertidas quanto as do enredo principal de Thomas Was Alone. A nova mecânica de jogo, que trouxe a habilidade de voar (valendo-se de um jetpack), é bem interessante e toma toda a atenção da jogatina, que dura não mais que meia hora. Aqueles que, como eu, gostaram da campanha principal, certamente ficarão satisfeitos com o destemido Benjamin em sua aventura, ainda que curta e fácil.

Revisão: Leonardo Nazareth

Capa: Daniel Machado

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

Comentários

Google
Disqus
Facebook