Discussão

Discussão: Até onde é vantajoso para os gamers que jogos de esporte sejam lançados anualmente?

Ano após ano, geração após geração, presenciamos os lançamentos anuais de jogos do gênero esportivo, de diversos tipos e produtoras. Mais co... (por Jonas Sutareli em 18/11/2012, via PlayStation Blast)

Ano após ano, geração após geração, presenciamos os lançamentos anuais de jogos do gênero esportivo, de diversos tipos e produtoras. Mais comumente no período de primavera/verão estadunidense somos atacados por esta enxurrada de lançamentos de jogos de esporte, que muitas das vezes não passam de meras atualizações de design, equipes, uniformes e atletas. Mesmo assim, muitos fãs incondicionais defendem com unhas e dentes suas franquias prediletas, as compram todo ano e juram que há sempre um abismo de diferença entre a nova versão e uma versão anterior.

Mas será mesmo que existe este abismo? Será mesmo que é necessário lançar um jogo todo ano? Com a onda dos DLCs, não seria melhor para os gamers atualizações através de DLCs e que os jogos fossem lançados com menos frequência, dando uma margem de tempo maior para serem aprimorados? As produtoras só lançam estes jogos anualmente na tentativa de vender cada vez mais e mais?

Passado presente


Desde que me entendo por gente eu vejo todos os anos jogos esportivos serem lançados. Meu primeiro vídeo game foi um Master System, lembro-me como hoje que eu alugava WWE para jogar com meus amigos. Foi o primeiro jogo de esportes que eu joguei. Pouco depois, conheci Great Soccer, iniciava-se aí minha saga no futebol. Depois desses, vieram muitos outros jogos de esportes. Jogos de voleibol, golf, baseball, basquetebol, vários deles, em vários consoles. Megadrive, SNES, PS, PS2. Fora os de esportes radicais, que uma certa empresa teimou em lançar vários jogos de uma mesma franquia que particularmente sou fã, saturando-a. Falando um pouco mais especificamente, o primeiro Fifa que eu lembro de ter jogado foi o 97. Daí por diante, todos os anos eu lembro de ter visto várias edições do Fifa. Além do Winning Eleven, que àquela época era muito mais popular e divertido do que o seu concorrente direto. Se hoje Pro Evolution Soccer beija os pés do Fifa no que diz respeito a popularidade e aceitação, há 10 anos era o contrário: a franquia da Konami dominava o mercado de uma maneira absurda. Principalmente no Brasil. Todavia Fifa tinha seus fiéis adeptos, os quais foram crescendo de uma maneira assustadora nos últimos cinco anos.

Realidade Virtual

A evolução do hardware e a exigência do consumidor requer que as produtoras façam jogos cada vez mais realistas e naturais. Gráficos, movimentação, ambientação, imersão, os gamers estão ficando cada vez mais exigentes quanto a tudo isto. De certo tem uma parcela de nós que ainda prioriza a diversão e jogabilidade aos gráficos. Mas também existe quem tenha o pensamento inverso.


Uma possibilidade é de que as produtoras buscam ano a ano o aprimoramento, usam como plataforma e pesquisa de mercado para sempre saber o que os jogadores querem, já que são tão voláteis e perfeccionistas. E isto vem desde os primórdios, quando ninguém ligava para os gráficos e o 8bit imperava.

Sonhando com mudanças

Penso que os jogos de esporte poderiam começar a ser atualizados por DLCs. Até vendendo-se mesmo. Isto deixaria estas atualizações anuais muito mais baratas. Um 'upgrade', não um novo lançamento. Poderia-se fazer algo assim, até terem realmente uma grande mudança. Na jogabilidade, motor gráfico, física e todo o resto. Mas, até estarem usando as mesmas coisas, poderiam apenas lançar atualizações através de DLCs, o que seria mais barato e vantajoso para o consumidor.

Mas e a vantagem das empresas? Jogos de esporte são realmente um nicho enorme, que geram bastante lucro. Isto é outro caso a se pensar, pois todas as partes devem ser analisadas. Porém, nosso foco é a vantagem para os gamers. E isso sim, seria uma grande vantagem. Imagine só, comprar seus jogos a US$60, como é vendido atualmente. Todo ano, 60 dólares a menos nas carteiras. E se você comprasse um jogo por US$60 e no próximo ano fizesse o upgrade por US$15? Já que o motor gráfico e a física não mudaram nada, apenas atualizou-se as equipes, atletas e umas pequenas alterações nos modos de jogo? Seria fantástico, não? Mas, bem, isto é um sonho tão distante que talvez eu seja o único que tenha pensado nisso (espero que não).

E se eles parassem de produzir um jogo por ano, qual seria o impacto? Será que os gamers se acostumariam? Desde 1993 a Electronic Arts lança todos os anos uma versão de Fifa. Qual o impacto que isto teria no mercado? E se a Konami também resolve fazer isso? Eles poderiam usar isto para o bem, com uma boa estratégia de Relações Públicas, muito bem trabalhada, tendo muito cuidado no foco e no feedback do público, provavelmente seria uma ação que obteria sucesso. Mas é uma jogada muito arriscada, provavelmente pensando nisto, eles não queiram se dar a este luxo e não queiram parar de lançar um jogo ao ano.

Eles só ligam para as verdinhas

Especulações surgem de tudo e em todo o lugar. Há quem defenda que as produtoras apenas lançam estes jogos todo ano procurando por dinheiro. Verdadeiras máquinas caça-niqueis, que servem apenas para extorquir os fiéis fãs deste gênero, sem lhes apresentar algo que realmente valha a pena ser adquirido. Considero isso uma visão um tanto quanto radicalista.

Seguindo um raciocínio realista, analisando que estamos inseridos em uma sociedade que tem como sistema econômico o capitalismo, dizer que "eles só querem dinheiro" é algo paradoxo, pois neste sistema tudo gira em torno do dinheiro, o capital. Se uma empresa vende um serviço, ela quer receber em troca disso. Se uma produtora lança um jogo, ela quer o dinheiro por isso. "Ah, mas o problema é lançar todo ano, isso é quase uma extorsão!". Então só compre se você achar que vale a pena. É só parar e analisar: isto é necessário para mim? No fim das contas, os jogos podem ser lançados até mensalmente, quem realmente decide a que pé anda a indústria dos games, somos nós que jogamos e compramos.



Revisão: Leandro Fernandes

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. Eu nunca vi graça em jogos de esportes realistas. Se eu quisesse ver algo realista, eu sairia de casa e iria num estádio de futebol. Video Games têm a capacidade de distorcer a realidade e nos mostrar mundos fantasiosos, onde o único limite é a criatividade dos produtores; um game que tente imitar o que vivemos diariamente é extremamente entediante ao meu ver. O único jogo de futebol que eu gostei de ter jogado foi Mario Strikers Charged, exatamente por fugir do conceito de realidade!

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  2. Eu não costumo comprar jogos de esporte, então talvez não seja a pessoa mais indicada pra opinar, mas concordo que um DLC seria muito melhor pro consumidor.

    Não sei como funcionam as partidas online, acredito que quem tem o FIFA 12 não consegue jogar contra quem tem o FIFA 13, certo? Outra coisa pra forçar o cara comprar o novo :(

    Conheço gente que ainda joga o FIFA 99 no PC e se diverte na boa! Sério!

    Então, Pagar quase 200 reais pra mudar a lista de jogadores, pra mim não vale a pena!

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  3. Os gamers de hoje a maioria tão pouco se lichando, eles só querem gráfico atrás de gráfico , jogabilidade? Pra que , se eu posso ter um jogo com gráficos semelhante a vida real, velho na boa isso é patético, mas ae , não se culpem se vocês não jogaram um master system , nes , snes , mega driver ou ps1 , vai por mim vocês não iam gostar do gráfico , sabe por que? Naquela época eles prezavam a diversão aos gráficos , diferente de hoje. Falando das DLCs , com certeza seria melhor sem sombra de dúvida, como o amigo ali de cima falou pagar 200 reais por uma atualização na lista de jogadores, não vale a pena.

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