Hands-on

Testamos Castlevania: Lords of Shadow 2 (PS3) e experimentamos o outro lado da história do vampiro mais famoso do mundo do jogos!

Das franquias de jogos que me conquistaram no decorrer de minha vida gamer, posso afirmar que Castlevania foi a mais inusitada. Após um co... (por Fellipe Camarossi em 20/09/2013, via PlayStation Blast)

Das franquias de jogos que me conquistaram no decorrer de minha vida gamer, posso afirmar que Castlevania foi a mais inusitada. Após um começo tardio com Aria of Sorrow (GBA), tive de buscar cada um dos jogos para poder conhecer melhor a série e sua mitologia, compreender a história dos Belmont e o seu conflito com o icônico Drácula.


Todavia, isso tudo foi colocado de lado com o lançamento da série Lords of Shadow que, embora seja diferente e muito recriminada por alguns fãs mais saudosistas, não deixa de ser excelente. Após a brilhante trama do primeiro jogo e sua sequência em Mirror of Fate (3DS), esta semana eu tive o prazer de poder testar o título que vai concluir a saga de Gabriel Belmont e promete ser um dos melhores games da série até hoje: Lords of Shadow 2.

O confronto definitivo entre o mal e o... mal?

É inevitável deixar escapar spoilers de uma série ao se falar sobre o terceiro jogo dela, então, se não desejam ter suas experiências estragadas por um texto e culparem o autor por ter destruído suas vidas sem o menor pingo de piedade, recomendo que saltem para o próximo título. Não ficarei magoado, sério.

Após se transformar no mais poderoso dos vampiros e ter de confrontar sua própria família ininterruptamente por décadas, Gabriel Belmont – que agora atende pela alcunha de “Dracul”, ou “Drácula” – está enfraquecido e continua sendo alvo da Irmandade da Luz, assim como de forças que lhe fogem a compreensão. Será que a força do imponente vampiro será capaz de sobrepujar as forças da luz?

O tempo não foi muito gentil com o Príncipe das Trevas.
De alguma maneira misteriosa, Drácula parece também agir no século XXI, sendo abordado mais uma vez por seu velho companheiro e inimigo Zobek, que veio lhe propor uma trégua para lutarem contra um inimigo em comum: Lúcifer. Com o próprio Diabo ameaçando reerguer-se e iniciar o Apocalipse, é o momento do mais poderoso dos vampiros e da própria Morte aliarem-se e pôr um fim definitivo aos planos de Satan.

Os dois trechos acima foram escritos tendo como base pequenos parágrafos que apareceram no final da demonstração, com uma vista por cima da história do novo jogo. Repararam que não há nada que conecte explicitamente as duas épocas? Bem, parece que esse será um fator determinante do gameplay.

Enough talk, have at you!

Embora não estivesse na demonstração, foi dito que o jogo irá se passar 40% do tempo na era antiga e 60% na atual. Ainda foi dito que, enquanto no século XXI, a exploração será de mundo aberto, abordagem vista pela primeira vez em um jogo da série Castlevania – mesmo considerando a jogabilidade diferenciada de Lords of Shadow – e que decerto será um atrativo interessante ao se levar em conta o jogo ar sinistro que a franquia carrega.

Indo direto ao jogo, a fase tutorial coloca o jogador sob controle de Drácula, que está diante de uma invasão ao seu colossal castelo. Este é um passo importante para a série por ser a primeira vez que é possível controlar o vilão mais importante de toda a franquia – e não, Soma de Aria of Sorrow e Dawn of Sorrow (DS) não conta, era apenas uma reencarnação e não o próprio Príncipe das Trevas. Com toda a voracidade e violência que já se era esperada do guerreiro, o vampiro ataca com um chicote feito de algo vermelho (talvez sangue?) e trucida os soldados que ousam se opor a ele. Contudo, essas pobres almas parecem não saber quando parar.

Conforme entram mais e mais soldados, novos elementos da jogabilidade são apresentados. Ao agarrar um adversário atordoado por um combo, Drácula morde seu pescoço e se alimenta de seu sangue, recuperando uma parcela de sua energia. Para quem está habituado às magias de luz e trevas recorrentes da série terá uma surpresa agradável ao ver a forma que foram implementadas no vilão: a magia que seria de luz personifica uma espada nas mãos do cavaleiro vampiro, ceifando a vida de seus oponentes e adicionando à sua própria, enquanto a magia de trevas invoca um par de manoplas nas mãos de Drácula, desferindo socos capazes de quebrar até o mais forte dos escudos.


Após sujar todo o carpete com os corpos dos soldados, enfim é possível sair para a varanda, tendo uma bela vista das torres do castelo, do céu noturno reluzente e do gigante prestes a destruir toda a estrutura. Espera, tem algo errado aí. Os titãs foram extintos em Lords of Shadow, mas este foi feito artificialmente justamente para destruir o território do vampiro rei. Além disto, temos de nos preocupar com um guerreiro alado de armadura dourada que vem ao encalço de Drácula. Segundo disseram, neste jogo enfrentaremos anjos; seria este um deles?

Segundo o site oficial, é o Paladino de Deus da Irmandade da Luz. Pra mim é um anjo.

O confronto segue numa missão de escalar o titã e colocá-lo abaixo antes que ele faça o mesmo com o castelo. Usando os ataques do adversário contra ele mesmo enquanto caminha pelos braços e peito do gigante artificial, podemos testar tudo que foi aprendido para alcançar o topo e mostrar a superioridade do rei vampiro, encerrando então a demonstração com Drácula e o suposto anjo se encarando de maneira fria e tensa, deixando claro que um confronto vem por aí.

Em suma, a jogabilidade está extremamente parecida com a de seus predecessores, praticamente idêntica. A inovação fica justamente na maneira de usar seus poderes e na quantidade de detalhes que a tela consegue comportar por vez; os cenários são simplesmente majestosos e de encher os olhos de qualquer um que saiba apreciá-los. Vale ressaltar a bela referência nostálgica que foi adicionada na cena em que o vampiro fita o gigante que quer destruir seu castelo, proferindo um de seus mais famosos – e confusos – bordões: “What is a man? A miserable little pile of secrets!”, que significa, literalmente, “O que é um homem? Uma miserável pequena pilha de segredos!”.

Essa vai deixar marca. No cadáver.
Talvez seja justamente esta a melhor forma de descrever tudo que ainda temos de descobrir sobre o que vem por aí em Lords of Shadow 2, uma “pilha de segredos”. É, esqueçam a parte do “miserável”.

O fim de uma era

Após jogar repetidas vezes os mesmos trechos, posso afirmar com certeza que este vai ser uma conclusão digna para a série Lords of Shadow. Infelizmente na demonstração não havia nem um décimo do que o jogo tem a oferecer segundo o que foi dito, e apenas mostra uma jogabilidade reciclada, mas se aquilo for apenas o aperitivo, estou ansioso pelo prato principal. Só espero que não seja sangue.

"Essa é a minha vingança."
Castlevania: Lords of Shadow 2 será lançado em 25 de fevereiro de 2014, para PS3, Xbox 360 e PC.

Revisão: José Carlos Alves 
Capa: Douglas Fernandes

é graduando em Ciências Contábeis e amante de uma boa discussão sobre videogames. Além de escrever para o PlayStation Blast, também é redator nas revistas Nintendo World e EGW. Para elogios e críticas, pode encontrá-lo no Facebook ou Twitter.

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