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Análise: FIFA Soccer (PSVita)

Dizer que a série FIFA é a maior concorrente de Pro Evolution Soccer (PES) é “chover no molhado”. Há anos, Electronic Arts e Konami tentam a... (por Alveni Lisboa em 10/04/2012, via PlayStation Blast)

Dizer que a série FIFA é a maior concorrente de Pro Evolution Soccer (PES) é “chover no molhado”. Há anos, Electronic Arts e Konami tentam abocanhar o mercado com novidades bem recebidas pelos fãs das séries. Quando o assunto são os portáteis, no entanto, nenhuma das duas consegue marcar um gol de placa. Pelo contrário, os jogos de futebol para os consoles portáteis costumam ser tão pernas de pau quanto os “craques” do Tabajara Futebol Clube. Isso faz com que os admiradores do esporte mais popular do mundo fiquem com “um pé atrás”. FIFA Soccer é o primeiro game de futebol para o Vita, lançado para entreter os jogadores nessa difícil fase inicial.

Por isso mesmo, a chance de ele ser um fracasso (assim como o PES 2011 de 3DS) era grande. Mas, para felicidade dos fifeiros, o jogo é bem melhor do que se está acostumado.

Semelhanças com o PS3

A primeira coisa a ser observada é o nome: FIFA Soccer remete aos primórdios da série, lá no ano de 1993. Porém, apesar de não trazer o ano após o nome, o game é um port de FIFA 12 (até a tela inicial e os menus são iguais).

A parte gráfica é bem parecida com o PlayStation 3. Tudo bem que a série FIFA nunca foi conhecida por apresentar gráficos ultrarealistas, mas a EA sempre fez um bom trabalho. As diferenças básicas entre as versões do Vita e do PS3 estão nos detalhes. A torcida, por exemplo, é “chapada” e completamente estática, bem ao estilo PS2.

A qualidade das texturas é inferior ao mostrado em FIFA 12, mas é bonita e pouco influencia no decorrer das partidas. Não dá para comparar um console Full HD com um portátil, por mais poderoso que ele seja. Há visíveis quedas de frames durante as sequências que antecedem os jogos. Quando a bola rola, as coisas melhoram e somente os mais críticos vão notar a leve queda na taxa de quadros por segundo.

 

A parte sonora é idêntica a FIFA 12, então os jogadores já sabem o que encontrar. Os destaques são o canto das torcidas – que, apesar de repetitivos, são fieis a realidade – e as orientações dos treinadores. É possível ouvir os técnicos gritando à beira do campo na língua de origem do país ao qual o time pertence. Só é uma pena que a franquia ainda não tenha uma narração em português.


Toque para lá, toque para cá

A jogabilidade é o ponto alto do jogo. Ela é idêntica ao que já foi visto no PS3. A EA finalmente entendeu que os jogadores não querem um estilo de jogo diferente do qual estão acostumados. As novidades ficam por conta da tela de toque, que serve para passar a bola, e do touchpad traseiro, que funciona como um simulador do gol adversário. Como de costume, existem tutoriais para ensinar aos novatos como aproveitar as novas funções.

O grande problema é que você dificilmente usará essas criações da EA. A tela de toque, que deveria conceder maior precisão aos passes, faz exatamente o contrário. É desconfortável largar os comandos e pressionar a tela. Inúmeras vezes o meu dedo escorregou do pequeno analógico esquerdo e tocou a tela involuntariamente. O resultado foram passes ridículos que me fizeram levar gols bizarros. Seria muito mais útil se pudéssemos usar a touchscreen para posicionarmos os jogadores.

O uso do touchpad traseiro foi uma bela sacada, mas a péssima implementação resultou no seu fracasso. Ele funciona como se fosse a meta adversária: o atleta chutará no local onde você tocar com o dedo. Dependendo do nível de pressão, o disparo pode sair mais ou menos forte. Se quiser um chute no meio, por exemplo, toque o centro do dispositivo. Para colocar a bola no ângulo do goleiro, pressione mais para o canto superior.

O defeito dessa mecânica é o excesso de sensibilidade. E o pior é que não há uma opção que permita ajustá-la. Basta uma leve encostadinha para ser disparado um chute com potência suficiente para mandar a bola do Camp Nou para o Maracanã. Como o display ocupa quase toda a parte traseira do Vita, é inevitável que um dedo escape da área de descanso e toque-o involuntariamente. Você vai estragar vários contra-ataques somente por encostar o dedo sem querer. Para a sorte de quem tem mãos grandes, é possível desligar tanto o touchpad quanto a touchscreen.

O sistema de defesa de FIFA Soccer é o antigo, de FIFA 11. Inexplicavelmente, a EA optou por não usar o polêmico padrão implementado na edição de 2012, onde é preciso pressionar o botão na hora certa para roubar a bola do adversário. O motivo disso ninguém sabe. Será que houve muitas reclamações dos jogadores?


Falta alguma coisa

Os modos de jogos são os tradicionais campeonatos (ligas e copas) e o “Be a Pro”. Nele você pode ser um goleiro, um jogador de linha ou um treinador (ou um treinador-jogador). Os fifeiros tem aquela infinidade de equipes e seleções do mundo inteiro para escolher, como já é de costume. Quem gosta de desafio, começa em uma equipe menor e vai tentando conseguir uma vaguinha em algum time de ponta. Mas, se preferir, pode começar logo em um grande time e jogando no meio de estrelas mundiais. Tudo igual à versão de mesa, sem nenhuma inovação.

O jogo peca por não utilizar o crossplay, um dos principais trunfos do Vita, especialmente no “Be a Pro”. Seria excelente começar uma copa no PS3 e terminá-la mais tarde no portátil. Não faz muito sentido que alguém desista do save, no qual está no ano de 2043, para recomeçar tudo no portátil.

Na parte online, FIFA Soccer falha feio. Tudo se resume aos simples amistosos via internet ou torneios entre amigos. Não há rankings, separação por divisão ou campeonatos regulares. Os modos de sucesso, como o Pro Clubs, o Ultimate Team ou o Head to Head Seasons, não estão presentes. Isso reduz e limita bastante o fator replay do game.

Para piorar, o lag é absurdo contra oponentes de outros países, especialmente dos Estados Unidos e Europa. Contra vizinhos da América do Sul, o jogo roda com menos lentidão, mas ainda sim apresenta problemas. Já nas disputas com brasileiros, houve poucas travadas e o game rodou relativamente bem. Porém, encontrar um brasileiro é mais difícil do que o Corinthians ser campeão da Libertadores da América.


No caminho certo

imageApesar dos defeitos, FIFA Soccer é o melhor game de futebol já lançado para um console portátil. Ele barra qualquer outro antecessor em todos os quesitos, especialmente no da diversão. O jogo não é uma mera versão caça-níquel como as anteriores. Basta o aprimoramento de certos aspectos, como as modalidades online, para o game ser tão bom quanto a versão de PS3. Quem gosta de uma jogatina descompromissada vai adorar.

Obviamente que o Vita tem limitações técnicas, mas em termos de diversão este game mostra que a franquia FIFA está no caminho certo. A EA marca mais um golaço no mundo do futebol! E aí, Konami, vai encarar?


Prós

  • Jogabilidade do PS3
  • Modos offline de FIFA 12
  • Gráficos fieis

Contras

  • Simplicidade das disputas online
  • Lags irritantes que estragam a diversão

FIFA Soccer – PlayStation Vita (PSVita) – Nota Final: 8
Gráficos: 8.0 | Som: 9.0 | Jogabilidade: 9.0 | Diversão: 8.5

Revisão: Rafael Becker

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Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. eu tenho esse jogo, e e foda!!! ta quase como a versão do ps3 visualmente... porque a jogabilidade e show!!! a touch não e o ponto forte, mas da pra desativar!!! mas a analógica e melhor q a do ps3!!! no total eu considero um empate tecnico! mas a versão do xbox 360 esta um pouquinho a frente.... mas e compra garantida lol

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