Blast from the Past

Blast from the Past: Rogue Galaxy (PS2)

Às vésperas de ser substituído, o PlayStation 2 recebeu uma safra de excelentes jogos. Rogue Galaxy é definitivamente um desses. O seu de... (por Unknown em 19/10/2012, via PlayStation Blast)

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Às vésperas de ser substituído, o PlayStation 2 recebeu uma safra de excelentes jogos. Rogue Galaxy é definitivamente um desses. O seu desenvolvimento ficou a cargo da competente Level 5, responsável por verdadeiras preciosidades quando o assunto é RPG. Ele até não podia ser um poço de originalidade, mas era composto pelo que há de melhor no gênero. Com personagens divertidos, um sistema de batalha único e toneladas de extras muito variados e cativantes, o jogo logo caiu nas graças dos fãs. Se você também gastou dezenas de horas da sua vida com esse título, venha matar a saudade com a gente.

Na época em que o jogo foi lançado, início de 2007 na América, a produtora Level 5 podia até não ser muito conhecida por aqui, mas já tinha feito história na terra do sol nascente. Isso porque ela foi responsável por nada mais nada menos que Dark Cloud e Dragon Quest VIII, RPGs fantásticos também lançados para o PS2. Muitos arriscaram a dizer que Rogue Galaxy tinha sido o projeto mais ambicioso da companhia até então, justamente pelo seu conteúdo muito rico e extenso.

Outro ponto muito positivo para a produtora é que, para compensar o atraso em relação à versão japonesa, que saiu um ano antes, o público ocidental ganhou uma versão diferente, repleta de extras e conteúdos novos. Quem dera se todas tivessem esse respeito com os fãs...

Em uma galáxia…opa!

Rogue Galaxy é um clássico RPG nipônico: história longa, personagens cativantes (como assim um sapo que mastiga armas, cuspindo novas e melhores?), toneladas de extras, minigames e diversas funcionalidades. É sem sombra de dúvidas um dos jogos mais recheados que passou pela família PlayStation.

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A história gira em torno de Jaster, um garoto de 17 anos que vive em um pequeno planeta chamado Rosa. Como se não bastasse, o local ainda é vítima da Longardian Federation, que escraviza sua população. Acontece que o sonho do garoto é sair da sua vidinha monótona e explorar o universo. Tudo que o rapaz não sabia era que o seu desejo estava mais perto de se realizar do que nunca.

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Ok! Se você não conhece essa história pare, feche a notícia e vá assistir a Star Wars. Brincadeiras à parte, ou não, o fato é que apesar da história ser o cúmulo do clichê, o seu desenvolvimento é impecável. As cutscenes são todas cheias de ação, humor, aventura e não deixam nada a desejar. É impossível não ficar totalmente envolvido pela história que, apesar de simples, cumpre muito bem o seu papel. Isso porque ela basicamente dá vida aos sonhos de 90% do público gamer: quem nunca se imaginou viajando para um local desconhecido, explorando e vivenciando muitas aventuras?

A principal força do jogo não estava em sua narrativa, mas sim, em sua capacidade de nos divertir por muitos níveis. E sendo sincero, há determinados RPGs que não precisam de uma história ultra mega original e bem desenvolvida. Esse é um desses raros exemplos.

Piratas espaciais + batalhas = diversão garantida

O maior destaque do jogo fica realmente com o gameplay. Você tinha mapas muito grandes para explorar e o melhor, tudo era feito sem os loadings chatos, ou seja, você podia entrar em casas, falar com pessoas e tudo o mais, sem interrupções.

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E isso também vale para as batalhas, ponto chave aqui. Os encontros aleatórios fazem você entrar em um verdadeiro campo de batalha. Você controla um dos personagens e sai dando espadadas e tiros pra todo lado. Por escolher sequências de golpes no menu e depois executá-los, a ação é um pouco pausada, mas esse detalhe não influencia em nada a diversão. Sem falar no fato de que essas lutas eram um desafio por si só, os inimigos eram bem fortes e causavam um dano considerável. Você sempre ficava com aquela sensação de arriscar a vida por uma boa causa.

Em 70% das lutas, bastava você ficar golpeando desenfreadamente que os inimigos morriam. Em outras, no entanto, era preciso um certo grau de estratégia, como pisar em cima dos adversários ou quebrar suas armaduras. Destaque para os chefes, que dificilmente eram derrotados com força bruta. No fim das contas, você passava um bom tempo estudando os padrões desses inimigos.

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Pena que a inteligência artificial de seus aliados não era lá essas coisas, mas ao menos você podia contar com algumas ajudinhas, como poções de cura e outras ações. Ao receber uma sugestão, um botão aparecia na tela, e caso você o apertasse, a ação era realizada. Uma mecânica simples mas que fazia toda a diferença nas batalhas.

Um ponto muito bacana era o próprio sistema de evolução dos personagens. Você podia ficar mais forte de várias maneiras: tanto evoluindo seu personagem, quanto melhorando suas armas, que podiam ser fundidas, tornando-se melhores e mais eficientes. Mas para isso, era preciso usá-las por um determinado tempo, até dominar o seu uso.

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Os personagens, por sua vez, ficavam melhores à medida que você preenchia uma árvore de habilidades, cada personagem possuía uma. O requesito de muitas era encontrar determinados itens, que sempre apareciam uma hora ou outra nos cenários. O destaque fica para os golpes especiais, que eram um show à parte, muito bem feitos visualmente, e devastadores. São chamados de Burning Strikes e podiam ser usados ao preencher uma barra.

No geral, todo o charme do jogo estava em explorar áreas desconhecidas, batalhar com monstros e cumprir as missões paralelas. O incrível no jogo era que você nunca se cansava disso, pois acabava se apegando aos personagens e ficava com aquela vontade de desenvolvê-los ao máximo.

Temos que pegar!

A Level 5 novamente fez uso do que se tornou a sua especialidade, o cel-shading. O resultado ficou fabuloso, os personagens em desenho ficaram ainda mais carismáticos, e todo o layout caiu como uma luva para a aventura. Isso sem falar nos cenários, muito bem construídos, cada planeta era um show à parte.

A história do jogo era longa, cerca de 50 horas, só para cumprir os objetivos principais. Com as missões paralelas, lugares para explorar e os diversos minigames, o jogo ultrapassava fácil a barreira de 80 horas.Insectors

Mas o melhor minigame de todos era, sem sombra de dúvidas, a captura de insetos. Sim, você podia capturar os mais variados insetos, treiná-los e batalhar com eles. Como se ainda não bastasse, era possível até dar uma de cientista louco e fazer experiências com os bichos, combinando-os para formar uma espécie nova e mais poderosa. A cereja do bolo? Um torneio onde você batalha com outros personagens que também treinavam insetos.

Sim, apesar da clara alusão a uma franquia famosa que conhecemos, o fato era que em Rogue Galaxy esse minigame não era um “tapa buraco” do roteiro ou algo genérico. Era realmente muito divertido capturar os bichos e treiná-los, e tudo fazia muito sentido dentro do universo do jogo.

Simplesmente um clássico

O melhor de tudo no jogo era que, apesar de todos os extras e as intermináveis horas de jogatina, você praticamente não enjoava, mérito que poucos jogos hoje em dia ainda possuem.

Trocando em miúdos, Rogue Galaxy não é o jogo mais original do mundo, mas sem sombra de dúvidas é um dos melhores RPGs feitos para o PlayStation 2. O destaque eram realmente suas batalhas empolgantes e para lá de desafiadoras, além do enorme senso de aventura. Era muito fácil perder horas e horas do seu dia jogando, principalmente pelos minigames e extras que prendiam sua atenção e prolongavam o desafio.

Revisão: Catarine Aurora


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. Eu gostei deste jogo, foi um dos melhores da geração PS2 e gostaria se possível um remake (HD) ou sequência no PS3...

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