A história de Dragon Ball nos consoles da Sony (Parte 1)

Dragon Ball é, seguramente, a franquia japonesa oriunda dos mangás que mais sucesso fez no mundo inteiro. Não tem pra Naruto, One Piece ou... (por Fábio Garcia em 21/06/2012, via PlayStation Blast)

dragon ball playstation blast Dragon Ball é, seguramente, a franquia japonesa oriunda dos mangás que mais sucesso fez no mundo inteiro. Não tem pra Naruto, One Piece ou Bleach, o garoto com rabo de macaco conquistou o coração de milhões de pessoas ao redor do globo, e ainda arranjou um tempo para sair na porrada em diversos jogos de videogame. Chegou a hora de conhecermos os jogos de Dragon Ball que já deram as caras nos consoles da Sony. Acredite, são dezenas de títulos.

O auge no Japão

dragon ball ultimate 22 playstation blast A década de 90 foi o auge de Dragon Ball no Japão. O desenho animado semanal alcançava índices astronômicos de audiência, e os produtores davam uma pressionada para que o autor Akira Toriyama continuasse as aventuras de Goku, mesmo a contragosto do criador. Goku enfrentou, entre os anos de 95 e 97, Cell e Majin Buu, e os jogos lançados na época mostravam esta fase. O primeiro a sair em um console da Sony foi Dragon Ball Z: Ultimate Battle 22 (PS), e já chegou causando barulho.

Os jogos até então eram lançados para o Super Nintendo, então o poder superior do PlayStation foi utilizado para dar aquela humilhada no console da Nintendo. Pra começar, que tal uma abertura em anime com uma animação tão boa quanto à da série de TV? Infelizmente, a graça foi só até aí, pois embora os personagens em 2D fossem muito bem desenhados, os lutadores pareciam que lutavam dentro de uma piscina, tamanha a falta de velocidade que esse jogo tem.

dragon ball legend playstation blast A chance de um jogo bom veio só lançamento de Dragon Ball Z: The Legend (PS) em 1996. Este sim era rápido. Rápido até se você comparar com os jogos que temos atualmente para consoles mais poderosos. Você controlava os personagens, feitos em sprites em 2D pouco detalhados, lutando em grupo contra os inimigos da série. Isso mesmo, até quatro personagens simultâneos em tela enfrentando os adversários em cenários com pouquíssimos detalhes. Visualmente não era o melhor que o PlayStation poderia oferecer, mas é um dos jogos que mais tem o espírito da série.

dragon ball gt final bout playstation blast Em 1997, para terminar a era PlayStation, Dragon Ball GT: Final Bout (PS) homenageou a não tão interessante continuação de Dragon Ball Z. Esse jogo abandonou de vez os sprites para trazer personagens modelados em 3D, em cenários vazios e ainda menos elaborados que em Dragon Ball Z: The Legend (PS). Se você jogou este jogo, deve se lembrar só da tendinite adquirida e do controle quebrado, porque era preciso apertar botões repetidas vezes quando acontecia uma guerra de poderes. Nem se o seu controle soubesse fazer o Kaioh-Ken ele resistiria a essa jogabilidade frenética.

Estes jogos mostravam que as empresas não sabiam muito bem o que poderiam fazer no novo console, então faziam diversas experiências e viam o que funcionava ou não. Uma curiosidade que merece ser dita: estes jogos foram lançados nos EUA entre 2003 e 2004. O atraso de quase sete anos se deve a um motivo simples, que é a não-exibição de Dragon Ball Z nos EUA. A série só foi ser reconhecida devidamente no território americano depois de ser trabalhada pela FUNimation, então a Atari lançou estes jogos por lá ao mesmo tempo que lançava os jogos de PlayStation 2.

A série Budokai

dragon ball budokai 1 playstation blast (3) Com o lançamento mundial de Dragon Ball Z durante o começo dos anos 2000, novos jogos da série foram desenvolvidos para aproveitar o sucesso. Praticamente todos os consoles ganharam seu próprio jogo de Dragon Ball, como os portáteis da Nintendo (GBC e GBA) e os consoles de mesa da época, como o GameCube e o PlayStation 2.

A Dimps, que fora responsável em 1997 por Dragon Ball GT: Final Bout (PS), ficou responsável pela criação de um novo jogo de luta para o PS2 e trouxe Dragon Ball Z: Budokai. Os combates engessados do último jogo de luta da série para o PlayStation foram deixados de lado neste jogo de 2002 e se adotou um estilo mais próximo à série Tekken... mas com rajadas de poderes coloridos sendo arremessadas de um canto a outro da tela.

O jogo ainda trouxe um modo história não muito completo, porque foi apenas até o fim da Saga do Cell. A ausência de Majin Buu pode ser considerada como relaxo da Dimps, afinal o vilão já havia dado as caras na exibição americana do anime um ano antes do lançamento de Dragon Ball Z: Budokai. Algumas lutas do modo história traziam uma mudança relativa na jogabilidade, como por exemplo a luta contra Raditz. Há um momento em que você, controlando Goku, precisa segurar o vilão numa linha para que ele seja acertado pelo golpe de Piccolo. Nada muito elaborado, mas ainda assim interessante, embora esses “minigames” cansassem um pouco.

dragon ball budokai 1 playstation blast (4)Os personagens (vinte e três ao todo) e os cenários foram um destaque neste jogo, pelo detalhamento superior a qualquer outro título lançado até então. Os lutadores todos eram bem animados com polígonos, e os cenários bem fiéis ao desenho animado trazendo temas de arenas que seriam repetidas até hoje (arena do Jogos do Cell, planeta Namek, vale genérico, templo de Kami-Sama...).

A Dimp trabalhou nos gráficos para que eles ficassem com o aspecto de cel-shaded (aquele estilo que usam para parecer desenho animado, como visto em Ni no Kuni de PlayStation 3). Só se esqueceram de avisar à Dimps que esse tipo de gráfico só ficaria bonito se colocasse um contorno preto nos gráficos. Sorte que ela notou a “mancada” e corrigiu nos gráficos de Dragon Ball Z: Budokai 2 e Dragon Ball Z: Budokai 3.

dragon ball budokai 1 playstation blast (2) Isso mesmo, atualmente você critica as edições anuais de Call of Duty, porém durante a vida do PlayStation 2 a Dimps fazia a mesma coisa com os jogos de luta da série Budokai. O segundo foi lançado no final de 2003 e o terceiro, e último da série, em 2004. E o Budokai 2 ainda ganhou uma edição limitada para a revista V-Jump, enquanto o Budokai 3 teve também uma versão especial lançada.

Além da mudança gráfica (parecendo mais desenho animado) e da inclusão de personagens, os jogos são essencialmente os mesmos. Quanto à história, Budokai 2 aborda até o fim da história de Dragon Ball Z e o Budokai 3 traz, além da história completa, a inclusão dos filmes da franquia.

dragon ball sagasEm 2005, a Atari pediu à produtora Avalanche Software (responsável por alguns jogos medianos da Disney) que produzisse um jogo para a franquia, e assim nasceu Dragon Ball Z Sagas. Foi o primeiro jogo a ser produzido por uma empresa americana, e também o primeiro a sair para um videogame não japonês (também foi lançado para o Xbox).

Infelizmente, nada disso é motivo de comemoração, porque o jogo é bem ruim. Sagas é um jogo de plataforma em que o jogador atravessa fases enfrentando hordas de inimigos iguais até chegar num chefe. O jogo, que só aborda a história até a Saga do Cell, tem um modo cooperativo, então você pode aproveitar esta sessão de masoquismo com algum amigo.

Todos estes jogos saíram no Japão, só que bem depois do lançamento americano. Menos o Dragon Ball Z Sagas, que nunca deu as caras por lá, mas isso já pode ser considerado motivo de festa por parte do Japão.

Ssjfp2.goku[1]A renovação com Budokai Tenkaichi

Após o terceiro jogo da série Budokai, a Atari deu umas férias para a Dimps e passou a responsabilidade de um jogo de luta anual para a Spike, que renovou a série em 2005 com o jogo Dragon Ball Z: Sparking!, lançado apenas para o PlayStation 2. Este nome foi usado apenas na versão japonesa, pois a Atari achou que seria legal traduzir para Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi no ocidente, talvez para dar uma ideia de continuidade à série Budokai. Para quem não conhece, Tenkaichi Budokai (sim, o inverso do título do jogo) é o nome dado à competição de artes marciais do universo de Dragon Ball.

dragon ball budokai tenkaichi (2)A principal mudança da série Budokai Tenkaichi foi a mudança de perspectiva, agora você vê o personagem um pouco de costas, para dar a impressão de ser o lutador. Você ganhou livre acesso para explorar os cenários e para voar pela arena, se o seu estilo de luta for tão evasivo quanto o do Mister Satan.

Os personagens continuam naquele estilão desenho animado, e os cenários são facilmente destrutíveis, tanto com arremessos de personagens quanto com rajadas de energia poderosas. Os controles são um pouco confusos, não é incomum você pausar a luta toda hora para ver qual a combinação de botões vai resultar no Kame Hame Ha.

A lista de personagens selecionáveis é gigantesca. São 56 personagens controláveis, e se considerar as formas diferentes dá quase 90 lutadores. Cada uma das formas tem seus próprios golpes e força, então o jogo é bem variado.

dragon ball budokai tenkaichi (3)Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2 (conhecido como Dragon Ball Z Sparking! Neo) foi lançado em 2006 e Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 3 (Dragon Ball Z Sparking! Meteor no Japão) saiu em 2007, ambos para o PlayStation 2 e Wii (o console da Nintendo recebeu os jogos com muito atraso, mas recebeu). Pouca mudança é vista, só um refinamento do que se via no primeiro jogo da série. Os cenários se multiplicaram, os lutadores foram equilibrados e o número de personagens alcançou números nunca antes vistos na história daquele país.

dragon ball budokai tenkaichi Só para você ter uma ideia, Budokai Tenkaichi 2 traz 129 personagens, e o Budokai Tenkaichi 3 chega a 161 personagens! Neste terceiro jogo tem espaço até para personagem que não é naturalmente da série Dragon Ball: Arale Norimaki, a protagonista da série Dr. Slump, também participa do jogo. Dr. Slump é o primeiro mangá seriado publicado por Akira Toriyama, e Arale já até fez uma participação especial em Dragon Ball.

Um pouco antes do lançamento de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2 (PS2), a Craft & Meisters converteu em 2005 o jogo Super Dragon Ball Z de arcades para o console da Sony. Com apenas 18 personagens, este jogo segue um estilo bem tradicional de luta, talvez porque o dono do estúdio tenha trabalhado em muitos jogos da Capcom.

Não pense que acabou! Na próxima parte desta matéria especial, vamos conhecer como foi a entrada de Dragon Ball no PlayStation 3, como foi o último jogo lançado para PlayStation 2 e ainda ver o que foi lançado para PSP. Você chegou a jogar algum dos jogos abordados nesta matéria? Conte para nós o seu favorito nos comentários. Até semana que vem, a não ser que Majin Buu transforme toda a equipe do Blast em chocolate.

Revisão: Leandro Fernandes


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.
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