Blast from the Trash: Piores Jogos de 2012

O ano de 2012 foi bem legal para os donos de plataformas da Sony. Tivemos o lançamento de grandes jogos como Mass Effect 3, Resident Evil 6, Call of Duty: Black Ops II e Journey. Além disso, vimos o advento do Cross Play, trazendo nova relevância ao até então relegado PlayStation Vita. Mas, infelizmente, nem tudo são flores no reino da Sony, e sempre temos que aturar uma boa dose de jogos medíocres para cada PlayStation All-Star Battle Royale no mercado. Então que tal relembrarmos os dez piores jogos do ano? Neste Blast from the Trash, vamos listar títulos mais decepcionantes que a apresentação de Wonderbook na E3.

Ninja Gaiden 3 (PS3)

O ninja Ryu Hayabusa surgiu no Nintendo 8-Bits e conquistou uma grande quantidade de fãs com seus jogos de dificuldade absurda e, por que não, até mesmo apelativa. Depois de passar um bom tempo no ostracismo, nossos bons amigos da Team Ninja e da Namco resolveram modernizar o personagem na série Sigma, que conseguiu manter a tradicional dificuldade do passado, ao mesmo tempo em que trazia um belo e moderno visual, além de litros e litros de sangue e ultra violência com as sequências de combo mais brutais e viciantes dos jogos de ação modernos. Chega a ser impressionante como o pessoal conseguiu destruir as bases modernas da série com um jogo fácil, controles chatos e níveis entediantes.

007 Legends (PS3)

Craig, filmes clássicos, e uma aula de como
destruir jogos com potencial.

Quando 007 Legends foi anunciado, todos os fãs do agente secreto a serviço de Sua Majestade ficaram felizes. Missões inspiradas em filmes clássicos da franquia, além de um nível inspirado no novo e excelente filme Skyfall. Como poderia dar errado? Aparentemente, de vários modos. Para começar, os níveis pouco têm a ver com os filmes que teoricamente são usados como inspiração, e mais parecem um amontoado de piores momentos da série Call of Duty. O visual é pobre, tudo é tedioso (há até backtracking em alguns momentos!), enfim, é um jogo pior que as músicas que Jack White e Madonna fizeram para os filmes.

Resident Evil: Operation Raccoon City (PS3)

Se você acha que Resident Evil 6 é irritante e cheio de defeitos, então não deve ter dado muita atenção a Operation Raccoon City. A premissa dessa bomba da Capcom é colocar o jogador para reviver momentos clássicos da série por uma nova ótica, através da ação em equipe, preferivelmente por meio do multiplayer online. Mas é realmente complicado encontrar amigos dispostos a sofrer com você e passar uma tarde jogando fases enormes com inimigos que mais parecem esponjas de balas. Frustrante e tedioso, o jogo não é digno de ostentar o nome Resident Evil.

Virar zumbi seria mais divertido que jogar Operation Raccoon City!

Call of Duty: Black Ops Declassified (Vita)

Taí uma operação que deveria ter
continuado sigilosa. Para sempre.

Que Call of Duty: Black Ops II é um dos melhores jogos de 2012 você, leitor do Blast, já está cansado de saber. Então quando a Activision anunciou uma versão exclusiva e totalmente original do jogo para o PlayStation Vita, um console tão carente de títulos de peso, todos ficamos muito otimistas. Só esqueceram de nos avisar que Black Ops Declassified, apesar de seu belo visual, contaria com a campanha single player mais curta já vista em um jogo de tiro em primeira pessoa. Qual o sentido de jogar um videogame quando a sua história dura pouco mais de uma hora? Um título apressado, incompleto e medíocre.

NeverDead (PS3)

Nunca morto, nunca divertido.

É sempre louvável quando as empresas tentam criar novas franquias em um mundo que parece viver uma eterna reciclagem de ideias. Mas, pelo outro lado da moeda, é terrivelmente triste quando uma ideia original e potencialmente legal naufraga feio.

NeverDead queria inovar os jogos de ação com seu esquema de desmembramento corporal do protagonista, mas ironicamente acabou ficando marcado mesmo como um dos jogos mais sem pé nem cabeça da história dos videogames.

Ridge Racer (Vita)

O jogo de corrida mais rápido
da história. Literalmente.

Jogos de corrida são sobre velocidade, não é? Isso é bem óbvio. Mas a Namco não precisava levar esse fato tão ao pé da letra. Ridge Racer é tão veloz no Vita, mas tão veloz, que correr em todas as pistas do jogo consome pouco mais de vinte minutos! Tudo bem que o visual e a trilha sonora, com algumas faixas de música eletrônica, são bem legais, mas de que serve tudo isso quando o controle é um desastre e você pode usufruir de todos os recursos do jogo em menos de uma hora? Corra para bem longe desse jogo.

Double Dragon Neon (PS3)

Ao menos a música tema continua
sendo legal e viciante.

Os jogadores que cresceram na década de 1980 devem se lembrar com muito carinho da série Double Dragon, que fazia a alegria da galera nos fliperamas e em ports para quase todos os consoles de mesa da geração. Como o mundo dos videogames atravessa uma fase bem nostálgica e retrô, parecia uma excelente ideia reviver Double Dragon para a geração HD.

Apenas parecia. Investir no ar retrô tudo bem, mas resgatar também o esquema de controle dos piores jogos da época já é demais, não é? Ao menos temos o retorno da clássica música tema para esquecer um pouco da mediocridade completa desse jogo.

Men in Black: Alien Crisis (PS3)

A escória dos videogames.

Os Homens de Preto existem para proteger a Terra da escória do universo. Mas quem nos protege dos jogos ruins lançados de última hora para lucrar em cima de filmes? O ano de 2012 marcou o retorno de MIB aos cinemas depois de uma longa ausência, e obviamente isso serviu como pretexto para o lançamento de um título podre disposto a tirar o dinheiro dos fãs do filme.

Baseado diretamente no jogo homônimo para Wii, o título parece copiar também o visual e os controles enfadonhos da versão para o console da Nintendo. Quem me dera poder voltar no tempo como o agente J faz no último filme e me impedir de jogar esta atrocidade.

Amy (PS3)

Qualquer um se assusta com
esse jogo!

Há muito tempo não jogava algo tão confuso e tão pessimamente programado. Amy se vende com um jogo de survival horror, mas o verdadeiro terror aqui é tentar entender o que diabos os programadores tentaram fazer. Chega a ser engraçado o modo como a definição de sustos nesse jogo é colocar meia dúzia de canos estourando na parede de surpresa. O senso de desafio é ridículo e remete aos piores tempos dos jogos de tentativa e erro. Se pelo menos a jogabilidade prestasse, isso poderia passar batido, mas obviamente os controles são frustrantes e não respondem direito. Realmente é o jogo mais assustador do PlayStation, mas pelos motivos errados. É ruim de dar medo!

Game of Thrones (PS3)

Ned Stark morre de desgosto.

A saga literária de fantasia elaborada pelo escritor George R.R. Martin arrebatou uma enorme legião de fãs pelo mundo. A HBO, que não é boba nem nada, tratou de transformar "As Crônicas de Gelo e Fogo" em seriado. E a Atlus, que também não é boba, aproveitou a mina de dinheiro para fazer um jogo inspirado no reino de Westeros.

Só esqueceram de avisar que o visual estilo PS2 já ficou obsoleto, e que bugs como personagens atravessando portas e paredes já não são mais aceitáveis hoje em dia. Embora o roteiro realmente tenha algumas reviravoltas dignas da série, no geral o jogo é tão entediante quanto um capítulo sobre a Sansa.

Revisão: Rafael Becker