Hands-on

Journey nos leva de volta ao seu incrível mundo no PS4

Embarque em uma linda jornada que mexe com sua alma.


Quando foi lançado em 2012, Journey entrou para a história como um dos mais belos jogos indies já feitos e também um dos melhores títulos do PS3. Desenvolvido originalmente pela empresa Thatgamecompany, o título faz seu retorno ao mundo dos games e chega à nova geração pela produtora Tricky Pixels, responsável pela sua adaptação ao PS4. Parecia uma tarefa impossível, mas pelo pouco que pudemos jogar na área vip da Sony, Journey está mais belo do que nunca.

Beleza digital

Há três anos a beleza simples, mas estonteante, do game impressionava. O que mais surpreende nesse remake para PS4 é que o game está mais lindo do que antes. O melhoramento digital aumentou a qualidade das texturas e da dinâmica de partículas além do som estar melhor. A mudança de meros 30 fps para 60 fps no PS4 faz toda a diferença na forma como o jogo se desenvolve diante dos olhos do jogador. Os movimentos parecem mais desenvoltos, os elementos se tornam mais realistas e, a experiência de retornar ao imenso mundo de Journey se torna mais bela que nunca.
Qualquer um fica maravilhado a primeira vez que experimenta esse belo game.

Nenhum aspecto do gameplay original foi modificado. Toda a mecânica permanece a mesma. Você controla uma figura encapuzada que precisa cruzar longas paisagens coletando elementos para progredir. A música, mais do que em outros games, possui um papel principal em Journey. É através dela que o jogador se comunica com outra figura semelhante ao longo de sua jornada e consegue descobrir segredos e outros elementos do ambiente ao seu redor.
Os cenários são lindos em sua simplicidade.

A sensação de amplitude que Journey consegue transmitir no momento em que você toma o controle em suas mãos e olha para a tela é incrível. Você está no centro do cenário, porém é tão pequeno quanto um grã de areia que passa voando diante de seu rosto enquanto você desliza colina abaixo, por entre dunas de um deserto misterioso. São poucos os games que conseguem criar essa sensação de imensidão dentro do coração de um jogador e o remake de Journey consegue levar isso mais além, deixando tudo mais belo.

Uma jornada inesquecível

Para quem nunca jogou a versão para o PS3, controlar a misteriosa protagonista em Journey no PS4 é uma agradável surpresa em todos os aspectos. A leveza da personagem na tela e o minimalismo das missões lembra o incrível Monument Valley, que também conquistou pela criatividade e gráficos de tirar o fôlego — Journey, a primeira vez, parece uma versão em mundo aberto do puzzle para mobile.

A primeira vista, Journey aparenta ser apenas um jogo que só usaram tons de marrom para colorir, mas depois é difícil largar o controle. É estonteante observar o cenário reagindo a suas ações, mesmo com toda a simplicidade, e acompanhar a história da personagem, sobre a qual nada é revelado durante o gameplay: a única coisa que se sabe é que seu objetivo é uma imensa montanha que pode ser vista ao horizonte logo na primeira cena de jogo.
O jogo é o mesmo do PS3, só que mais bonito do que antes.

O jogo não tem grandes mistérios: em geral, basta seguir os pedaços voadores de tecido, já que eles costumam indicar o caminho a ser seguido para avançar no jogo. Ao entrar em contato com o protagonista, esses pedaços permitem voos temporários para alcançar patamares antes impossíveis: o desafio é manipular esse poder de voo para garantir que ele não acabe no meio do caminho entre duas plataformas, por exemplo.

Journey é um jogo sensível, que mostra a história de um povo que só existe agora nas ruínas do deserto onde se passa a aventura. Paciência para errar os desafios e recomeçar é extremamente necessário; apesar de ser quase sempre óbvio o que deve ser feito, a execução pode ser difícil. E não esqueça dos fones para garantir uma das experiências mais surreais que um jogo já trouxe ao público!
Uma ótima adição à biblioteca do PS4.


Colaboração: Anna Gabriela Coelho
Capa: Guilherme Kennio

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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