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Análise: Limbo (PSN/PS3)

Limbo , o sombrio jogo de plataforma estilo puzzle, deixou de ser um exclusivo do Xbox Arcade na semana passada. Limbo contou com um hi... (por Bruna Gil em 04/08/2011, via PlayStation Blast)

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Limbo, o sombrio jogo de plataforma estilo puzzle, deixou de ser um exclusivo do Xbox Arcade na semana passada. Limbo contou com um histórico de vendas extraordinário para um jogo-arte. Recentemente, foi lançado em conjunto com uma demo na PSN. Nós, do PlayStation Blast, não podíamos deixar de experimentar o jogo de estréia da produtora dinamarquesa Playdead. Confira a análise a seguir para saber mais sobre este misterioso single-player.

Qual história?

“Com dúvidas quanto ao destino da sua irmã, um menino entra no Limbo” - esta é a única informação que nos é dada previamente sobre a história do jogo. Se a ideia era dar uma sensação de incerteza e insegurança ao jogador, os developers conseguiram. A verdade é que o jogo pretende passar o mínimo de instruções possíveis, tanto no que diz respeito a história que antecede o menino, quanto ao real objetivo dele.

Não existem tutoriais nem indicações. O menino simplesmente acorda numa floresta, possivelmente no “limbo”. Como todo jogo de plataforma 2D, nosso primeiro instinto gamer, desde os tempos de Mario, é caminhar para a direita. E o jogo foi construido exatamente em cima deste conceito: na ausência de indicações, o que nós guia é o instinto. Diante desta premissa, o menino atravessa o Limbo. Enquanto nós esperamos encontrar, quem sabe, fechamento para a incerta história dele.

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O retrato de um Limbo


O ambiente de Limbo é sombrio, lúgubre e até mesmo assustador. Os belos gráficos, uma mistura de film noir com expressionismo alemão, não falham em criar uma atmosfera hostil e nada acolhedora. O contraste de sombras e a pouca definição gráfica dos objetos que compõem o cenário são essenciais para criar um ambiente perturbador.

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Um fator que contribui bastante para a construção de um meio angustiante é a trilha sonora - ou, no caso, a sua ausência. A música, que acompanha o menino durante a sua estadia no Limbo, consiste em pequenos barulhos do ambiente e estratégicos períodos de silêncio. Em alguns momentos, podem ocorrer alterações bruscas no volume dos barulhos do jogo - e o susto acaba sendo inevitável.

Conduzindo o menino através do Limbo


Os controles do jogo foram desenvolvidos com apenas um objetivo em mente: simplicidade. Não será necessário se preocupar com sequências de botões ou combos - dois botões são mais do que o suficiente para controlar o menino. Afinal de contas, para além de andar, só é possível fazê-lo pular e agarrar objetos. Para quem já jogou LittleBigPlanet, sentirá que não é muito diferente do que seria controlar o Sackboy.

As semelhanças entre o Sackboy e o menino resumem-se estritamente aos controles e a existência num cenário 2D. Entretanto, enquanto o Sackboy passeia por níveis coloridos e alegres, o menino está fadado a andar sozinho num ambiente agressivo, repleto de escuridão e incerteza. Não obstante, existe um  jogo 2D que efetivamente é digno de comparação com Limbo. É o Lost in Shadow, exclusivo do Wii, que se assemelha tanto na jogabilidade, quanto na proposta de jogo, optando pelo mistério na história e na ambientação com sombras.

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Os inimigos do menino


Apesar de não existir nenhum vilão declarado, o menino encontra outros seres vivos durante a sua passagem pelo limbo. Ele é confrontado brevemente por algumas entidades, desde aranhas assassinas até o que parece ser uma tribo selvagem. Apesar disto, os quebra-cabeças é que acabam por ser o maior inimigo. Para avançar, é preciso combinar objetos, timing e movimentos. Não existem fórmulas - cada puzzle é um novo desafio e o jogador precisa aprender através da tentativa e erro.

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A tela permanece vazia durante o jogo inteiro - nenhum contador de vidas e nenhuma informação. Apenas o cenário de fundo, sem qualquer indicativo de progresso, menus ou ajudas. Limbo é diferente do padrão que muitos jogos tem seguido atualmente, que indicam o caminho ou a resolução do puzzle para o jogador quando este não resolve sozinho. Ao contrário, Limbo permanece vazio, sem dicas, sem chances. O jogador precisa tentar, e tentar de novo, até conseguir.

A cada solução incorreta dos quebra-cabeças, o jogador não perde vidas nem recebe um “game over”. A única consequência é ter que assistir o menino morrer. As causas de morte são as mais variadas. E todas elas possuem características em comum: são cruéis, violentas e difíceis de assistir. Os puzzles não oferecem pistas e, frequentemente, a resolução está na física. Logo, a morte é necessária para que seja possível chegar numa solução. No vídeo abaixo, é possível ver algumas das mortes perturbadoras que o jogo proporciona (atenção: spoilers).


Prós


  • Conceito inovador - Proposta de jogo interessante e diferente.
  • Dificuldade - Puzzles únicos, tornando o jogo pouco repetitivo e tirando o jogador da zona de conforto.
  • Estética minimalista - Ambiente bonito e variado (o que é bastante difícil para um jogo essencialmente monocromático).
  • Assustador na medida – O jogo consegue envolver por meio dos seus diversos elementos e criar a atmosfera que se propõe.
  • Narrativa indeterminada - A história é bastante vaga, deixando o enredo todo para a interpretação do jogador*.
(*) Em geral, este atributo seria considerado um contra. Porém, dada a proposta do jogo, o fato de não existirem grandes explicações contribui positivamente.


Contras


  • Jogo curto - Em pouquíssimo tempo é possível fechar o jogo com 100% de aproveitamento.
  • PSN - O jogo só pode ser comprado online.
  • Baixo valor de replay - Uma vez que os puzzles são resolvidos, não existem motivos para jogar novamente.
  • Preço alto – Para um jogo que possui uma duração tão baixa, o valor é bastante elevado.

Limbo – PSN – Nota final: 9.0
Gráficos: 9.5 | Som: 9.0 | Jogabilidade: 8.5 | Diversão: 9.0


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. Me surpreendi muito com Limbo. Baixei porque estava baratinho na PSN e quando comecei a jogar não parei até fechar. Pena ele ser tão curtinho :(

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  2. Por este eu compraria um PS3.
    Achei artistica e mecânicamente bem parecido com A Boy and His Blob do Wii.

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  3. nunca joguei o A Boy and His Blob, mas se tu diz que é parecido com limbo.. providenciarei! :)

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  4. Eu ia comprar esse game na PSN, mas vi que tem para PC.
    Mas eh um game muito bom, recomendo.

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  5. @Douglas: ele nem é exclusivo para PS3. Tem verdadeiros motivos para se comprar um PS3, que não esse jogo. Baixa ele pelo PC.
    @Mariana: Barato? eu não vi por menos de 10 dólares, o que é 3x o preço de Braid, por exemplo. Mas eu acho que vai diminuir e já, já tá saindo por uns 5 dólares.
    @Bruna: parabéns pelo post o/

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  6. cara, esse jogo me deixa triste, sei lá

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