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Análise: Shank 2 (PS3)

A Klei Entertainment merece os parabéns. Ela é uma das poucas produtoras que realmente se preocupa com a opinião dos fãs. Com bugs corrig... (por Unknown em 11/05/2012, via PlayStation Blast)

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A Klei Entertainment merece os parabéns. Ela é uma das poucas produtoras que realmente se preocupa com a opinião dos fãs. Com bugs corrigidos, séries de correções que o deixam mais fluido e divertido de jogar, sem falar em algumas inovações que só aumentam a alegria dos fãs, Shank 2 é um game muito melhor que seu antecessor. O segundo título não só consegue melhorar em vários aspectos como também diverte mais, exatamente como um segundo jogo deve ser. Acompanhe nossa análise e decida se o game é ou não uma boa continuação.

Matança Renovada

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A trama do novo game é no melhor estilo Os Mercenários. Shank encontra-se de férias na América do Sul, e acaba descobrindo uma espécie de quadrilha que domina e ameaça o lugar. Após descobrir que um de seus amigos está em meio ao fogo cruzado, ele parte agora em uma jornada de redenção, estraçalhando todos a sua volta. O clichê aqui se repete, novamente como um fator que permite a fluência da jogatina, só que a produtora poderia ter empregado mais técnicas narrativas que ajudassem a contar a história, que fica um pouco solta nessa nova versão. Aliás, esse é um dos pontos reivindicados pelos fãs. Há uma falta de coesão entre a história do primeiro game com a do segundo. Resultado? A Klei Entertainmente lançou uma HQ online gratuita com 16 páginas que servem de ponte entre os acontecimentos. Iniciativa pra lá de bacana que só demonstra o comprometimento da produtora com os gamers.

Mas com todas as ressalvas possíveis, a história aqui nem é tanto a grande questão, pois o que importa mesmo é de como o game desenvolve-se ao longo das fases, e de como mataremos milhares de inimigos. Nisso a produtora acertou em cheio, pois agora não adianta mais ficar esmagando aquele botão de ataque (que ainda por cima era o mesmo de pegar itens), esperando acabar com todos à sua volta, é preciso fazer ações coordenadas entre ataque e defesa e, mais importante, estar atento aos padrões de ataque dos inimigos.

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Se você fizer combinações entre armas brancas e armas como pistolas e granadas, o resultado é lindo de tão devastador, uma vez que é possível erradicar todos os inimigos em um piscar de olhos. E falando em armas, o personagem pode carregar até três armas diferentes: sua arma de combate corpo a corpo, uma arma de fogo usada para combates de longa distância e um explosivo. Há inúmeras formas de fazer combinações entre elas e, ao contrário do que parece, não é nem um pouco complicado começar esses combos, basta apenas ficar atento e apertar os controles em uma ordem coerente.

A boa notícia é que assim como você, os adversários agora também podem se esquivar e começar combos, atacando até mesmo coletivamente. Isso aumenta e muito a dificuldade do game, tornando-o ainda mais desafiante, pois agora você não vai conseguir usar sempre a mesma estratégia para derrotar todos os inimigos. Eu mesmo já acordei de madrugada com aquele pensamento: “Agora eu passo essa coisa”. Os mais aficionados que gostam de completar o jogo na dificuldade mais alta terão uma dor de cabeça daquelas, mas no bom sentido.

O que era bom ficou ainda melhor? Em partes…

O multiplayer local deu lugar a um modo online, onde você e seu amigo, em meio a um cenário genérico e sem diversidade, devem sobreviver a hordas infindáveis de inimigos. Mas como fã que é fã nunca está satisfeito, eles bem que podiam ter mantido as duas coisas. Apesar de interessante, o modo online não empolga muito, os mais nostálgicos vão sentir falta de poder seguir à história e derrotar os chefes acompanhados. Em compensação (será?) os jogadores mais solitários foram beneficiados com as mudanças na mecânica dos controles e cenários.

Assim como o primeiro, Shank 2 possui um estilo cartunesco muito “cool”. Do design dos personagens, passando pelos inimigos armas e estruturas, tudo o que aparece nos cenários tem aquela atmosfera de “desenhado e colorido à mão”, possuindo um layout próprio que não cansa ou enjoa, mas que surpreende em vários momentos pela qualidade e particularidade, o que é muito bonito de se ver. Isso sem falar nas próprias animações de combate e expressões dos personagens. De raiva a dor, as mudanças expressivas de Shank são um bônus à parte.

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Lembram o que eu falei no início sobre a produtora estar atenta às críticas dos fãs? Pois é, um dos principais pontos negativos do primeiro jogo eram os cenários estáticos demais, dando um contraste estranho em meio àquela pancadaria toda. Os produtores mantiveram todo o estilo característico da série, mas incluíram novidades estéticas muito interessantes. A principal delas é que agora os cenários são animados, exercendo influência direta na jogabilidade e podendo ser usados pelo protagonista em determinados momentos. De labaredas em desenho animado à chuvas torrenciais, os cenários de Shank 2 são um espetáculo à parte.

Novamente, o áudio é outro ponto forte, mas dessa vez com um toque mais “hard” ao estilo. Créditos para a música de abertura, um solo de guitarra para lá de estiloso. Soma-se isso à batidas militares, outros instrumentos e efeitos de som e o resultado é uma trilha sonora que se encaixa perfeitamente na aventura, não deixando passar aquela sensação de “fuck yeah” nos principais momentos de tensão. Pena que - ao contrário do primeiro - aqui os personagens não tem muita voz; tudo o que você vai ver são alguns jargões manjados, ao invés de diálogos interessantes. Há momentos em que tudo é tão corrido, que você nem ao mesmo se dá conta dos diálogos. Infelizmente, não se perde muito coisa também.

Mas afinal, é melhor ou não é?

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É uma pena que, se por um lado a produtora acertou em cheio em alguns aspectos, continuou errando em outros. A aventura ainda é curta demais (cerca de 3 horas), e por mais que a produtora tente estimular o replay com personagens e armas destraváveis, muito dificilmente você jogará pela segunda vez. O que é realmente uma pena, visto que esse estilo repetitivo foi o mais criticado e deveria ter sido melhor aproveitado nessa segunda versão. Isso sem falar também na falta de versatilidade dos inimigos, que são sempre os mesmos, apenas com roupas e ou cores diferentes. Não me entendam errado, isso não atrapalha de forma substancial a experiência com o game, mas foram pontos negativos do primeiro, e portanto, passíveis de correção no segundo.

Trazendo de volta aquela velha e boa jogabilidade dos jogos arcade, algo como não se via a um bom tempo. A quantidade de itens secretos para descobrir e o Survival Mode (offline e online) aliados ao desbloqueio de personagens e novas armas, valem o investimento, pois os constantes desafios proporcionam uma diversão garantida.

Muito mais dinâmico que seu antecessor, Shank 2 agrada por ser muito mais divertido e trazer novas funções ao gênero. Com poucos pontos negativos, e muitas correções positivas, o título traz melhorias significativas em relação ao primeiro game, melhorando ainda mais o que já era bom.

Prós

  • Mais divertido e dinâmico que o primeiro.
  • Combos devastadores.
  • Mecânica melhorada.
  • Cenários reformulados, interativos e muito bonitos.

Contras

  • História muito curta.
  • Modo online pouco divertido e inovador.
  • Inimigos repetitivos.
  • Mais correção que inovação.

Shank 2 – PlayStation 3 – Nota Final: 9,0

Gráficos: 10 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,0

Revisão: Leandro Freire


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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