Vem aí

Prévia: Metal Gear Rising: Revengeance (PS3)

Snake... Snaaake... Raiden?! Quando o ninja de cabelos brancos Raiden apareceu pela primeira vez nos videogames, em Metal Gear Solid 2, mu... (por Thomas Schulze em 19/01/2013, via PlayStation Blast)

Snake... Snaaake... Raiden?! Quando o ninja de cabelos brancos Raiden apareceu pela primeira vez nos videogames, em Metal Gear Solid 2, muita gente torceu o nariz. Afinal, competir com o carisma de Snake, o herói lendário, não era tarefa das mais fáceis, e alguns jogadores acabaram não curtindo tanto o jogo graças a esse novo herói. E não é que, antes de Ground Zeroes chegar, ainda teremos mais um jogo protagonizado pelo polêmico ninja? Trata-se de Metal Gear Rising: Revengeance, mais um grande título da Konami para o PlayStation 3 e desde já um dos títulos mais esperados de 2013.

Cortando velhas ideias


Metal Gear Rising: Revengeance apareceu pela primeira vez ao mundo na E3 de 2009, ainda com o título de Metal Gear Solid: Rising. A ideia do jogo era trazer algo novo e distante dos demais títulos da franquia Metal Gear Solid. O conceito original do game girava em torno do "zan-datsu", ou "cortar e levar". O então diretor Mineshi Kimura explicou numa coletiva de imprensa que Raiden poderia tomar os poderes dos inimigos derrotados, como demonstrado em um trailer no qual o personagem absorvia a bateria de um soldado inimigo. Mas, além disso, era possível tomar dos inimigos outros componentes e até mesmo peças de inteligência que ajudariam a completar os objetivos das missões.



Quando o desenvolvimento do título ficou um tanto complexo, e o resultado se revelava aquém do esperado em termos de qualidade e diversão, o jogo chegou a ser secretamente cancelado, pois aparentemente a ideia de misturar mecânicas stealth, absorção de poderes inimigos e ação frenética estava heterogênea demais, e nada parecia funcionar como deveria. Foi então que Hideo Kojima decidiu, no final de 2011, entregar a produção do jogo à Platinum Games, a qual você deve conhecer pelos excelentes Bayonetta e Vanquish.

Especialista em jogos mais voltados para a ação, o pessoal da Platinum Games realizou uma completa mudança de foco na série, abandonando quase que totalmente a ação furtiva em prol da ação ninja descerebrada. A mudança de foco na jogabilidade foi tão grande que até o "Solid" foi excluído do nome do jogo, na esperança de indicar aos desavisados que a ação tática de espionagem foi mesmo deixada de lado por enquanto. Mas será que os fãs de Metal Gear Solid aceitarão essas mudanças numa boa? Pois é, parece que Raiden gosta de se meter em polêmicas.

V de Vingança

Originalmente a trama do jogo se passaria entre os eventos de Metal Gear Solid 2 e Metal Gear Solid 4, mas a mudança de foco na jogabilidade (leia: a necessidade de colocar Raiden para fatiar centenas de máquinas gigantes o tempo inteiro) fez com que a história fosse deslocada para quatro anos depois dos eventos finais de Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots. Quando encontramos Raiden ele está trabalhando para a Maverick Security Consulting Inc., uma PMSC (Private Military and Security Company, ou Companhia de Segurança Militar Privada) americana atuando em um país em desenvolvimento devastado pela guerra civil e sendo tomado de assalto por ciborgues. De acordo com um podcast da Kojima Productions, ainda descobriremos o que exatamente motivou Raiden a retornar aos campos de batalha, então espere bastante história entre as fases, como sempre.



Mas onde exatamente entra a vingança, ou a “Revengeance” do título? De acordo com as demos mais recentes, em uma missão na África, membros de uma PMC inimiga conhecida como Desperado Enforcement atacam a caravana em que Raiden estava para proteger um figurão VIP. Rendido por um misterioso espadachim chamado Sam, Raiden nada pode fazer enquanto o primeiro ministro que ele deveria proteger é morto diante de seus olhos. Irado, Raiden acaba entrando em confronto com Sam, que arranca seu olho e braço esquerdos. Nosso herói consegue fugir com vida, mas com seu orgulho ferido por ter fracassado em sua missão.

Poucas semanas depois do ataque, e já munido com um novo e mais poderoso corpo ciborgue, Raiden parte para a capital de Abkhazia, Sukhumi, onde se tem notícias de um novo ataque da Desperado Enforcement. A vingança pode ser um prato que se come frio, mas Raiden definitivamente não pretende esperar.

O prazer de fatiar

A cada aparição do jogo em feiras de videogame, o que inclui a BGS, grande evento realizado em São Paulo em outubro de 2012, foi possível notar um foco cada vez maior na ação e no prazer de cortar absolutamente tudo que encontramos pelo caminho. Na demo que experimentei, logo nos primeiros segundos de jogo descobrimos que a espada de Raiden é capaz de cortar virtualmente de tudo, desde pedaços de mobília, passando por árvore e até mesmo pelos membros de seus inimigos até sobrar apenas uma poça de sangue no chão. Só não deu para cortar um simpático cachorrinho que pulou para perto de Raiden pedindo carinho, mas você não seria louco de tentar cortar um animalzinho tão adorável, certo? Especialmente quando ele foge com adoráveis cambalhotas. Raiden ainda não é tão psicótico, afinal.
Normalmente o jogo deixa que você tome seu próprio caminho e cria suas próprias rotas. Obviamente, como um bom jogo de ação, o traçado é linear, mas há um espaço considerável para o improviso, sendo possível escapar de inimigos ou até mesmo matá-los furtivamente. Não que o jogo estimule muito isso com sua jogabilidade de ação viciante, que finalmente introduz um botão de pulo em um Metal Gear.



Ocasionalmente surgem "ondas" de inimigos, e você só pode progredir eliminando todos eles. Para manter as coisas interessantes, há um contador de hits e posteriormente uma avaliação de desempenho na luta, o que faz com que você procure sempre lutar do melhor modo possível e se divirta caçando os melhores combos. Para relaxar um pouco de tanta ação, temos, como sempre, belas sequências de vídeo em computação gráfica, que parecem contar com o mesmo roteiro afiado de sempre, além do senso de humor tão característico dos jogos da série Metal Gear.

Renovar celebrando o passado

É interessante o modo como o jogo pretende inovar e se distanciar um pouco da fórmula padrão da série Metal Gear, enquanto, ao mesmo tempo, celebra os antigos videogames de ação da década de 1980, com seus itens e poderes a serem conquistados e dificílimos e enormes chefes de fase no fim dos níveis para nos dar muita dor de cabeça. Seria fácil dizer que Metal Gear Rising: Revengeance é Bayonetta com ocasionais momentos de codec. E por mais que isso não seja nada mal, já que Bayonetta é um dos melhores jogos da geração, essa simplificação não faz justiça a tudo que o novo Metal Gear representa. Seu carisma próprio, aliado a uma jogabilidade viciante, além de todo o carinho e dedicação que parecem ter sido empregados pela Konami e pela Platinum Games nesse longuíssimo ciclo de desenvolvimento, parecem estar próximos de render grandes frutos, e consagrar Raiden como um dos maiores heróis de ação dos videogames.



Em entrevista à conceituada revista japonesa Famitsu, Hideo Kojima garantiu que, caso Revengeance se torne imensamente popular, é possível que ele se torne uma franquia própria. Se Raiden nunca caiu nas graças dos fãs de Metal Gear Solid, será que numa nova franquia ele finalmente conseguirá espaço e destaque? Espadas e codecs, uma mistura de Kojima Productions com Platinum Games, como poderia dar errado? Por tudo que pude ver, parece que já temos aqui um dos candidatos a jogo do ano. Então largue o preconceito e abrace a mudança, pois independente de qualquer coisa, está chegando mais um grande Metal Gear!

Metal Gear Rising: Revengeance - PS3
Desenvolvimento: Platinum Games
Gênero: Ação
Lançamento: 19 de fevereiro de 2013
Expectativa: 5/5
Revisão: Rafael Becker 

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

Google
Disqus
Facebook