Blast from the Past

Star Wars Episode I: Jedi Power Battles (PS) mostrou que a união faz a força

Convide um amigo para, juntos, reviverem a história de “A Ameaça Fantasma”.


Uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema, Star Wars é também fonte de inspiração para os mais variados jogos. Seja seguindo as narrativas dos filmes, ou contando novas histórias, os games que retratam os acontecimentos daquela galáxia muito, muito distante atravessam gerações e, ainda hoje, fascinam até quem não é tão fã do universo criado por George Lucas. Prova do sucesso dos títulos baseados na eterna guerra entre os lados luminoso e sombrio da força, é que Battlefront figura na lista dos mais aguardados para o final deste ano. Com lançamento previsto para 17 de novembro, em versões para PlayStation 4, Xbox One e PC, o ousado projeto do estúdio DICE vem causando euforia desde que começou a ser mostrado ao público. Mesmo agora faltando poucos dias para voltarmos a conhecidos cenários, como os inóspitos desertos de Tatooine, aqueles mais impacientes têm dificuldades em controlar a expectativa. Para esses que estão contando os minutos, uma boa maneira para segurar a ansiedade é jogando novamente, ou até conhecendo, alguns dos antigos capítulos que fazem parte da história de Star Wars nos videogames.


Voltando 16 anos no passado, o episódio I da trama cinematográfica estreava em 1999 e trazia junto dele diversos jogos, como Star Wars Episode I: Racer (N64) e Star Wars Episode I: The Phantom Menace (PS/PC). Entre os diferentes títulos que retratavam os acontecimentos do filme, um deles merece destaque por ser um dos últimos exemplares do saudoso gênero beat’em up, estamos falando de Star Wars Episode I: Jedi Power Battles, desenvolvido pelo estúdio LucasArts e, inicialmente, lançado para PlayStation e Dreamcast, em 2000. Dois anos depois, também chegou ao mercado em versão para Game Boy Advance. Lembro-me bem das incontáveis tardes que passei ao lado de meu irmão mais novo encarnando um dos cinco Jedis disponíveis e usando os sabres de luz para acabar com droides, gungans e qualquer outra criatura que atrapalhasse o caminho até a batalha final contra Darth Maul. Com gráficos dentro dos padrões para a geração 32-bits, mas jogabilidade que deixava a desejar, Jedi Power Battles merece ser lembrado.
Prepare seu sabre de luz

Conselho Jedi em suas mãos

O jogo segue à risca a escola do gênero beat’em up, com fases lotadas de inimigos prontos para acabar com a raça dos jogadores e, como se já não fosse suficiente, um poderoso chefe no final da cada uma delas. No total, são dez níveis na campanha principal e outros quatro que só são liberados após cumprir determinadas missões. Além de Obi-Wan Kenobi e Qui-Gon Jinn, protagonistas de “A Ameaça Fantasma”, também é possível escolher outros três poderosos integrantes do conselho Jedi: Mace Windu, Plo Koon e Adi Gallia. Cada um deles apresenta modos de combate bem semelhantes, sendo que o movimento especial é o que os diferencia. Após finalizar a história pela primeira vez, outros novos três personagens se tornam selecionáveis: Padmé Amidala, Panás e Darth Maul. Além disso, também é possível assumir o controle de gungans e droidekas nos níveis bônus. Com tantas opções assim, a melhor coisa a se fazer é convidar um amigo para juntos, no modo cooperativo, enfrentar as forças da federação do comércio.
São cinco opções de personagens no início

Curiosidade do game, ou talvez tenha sido um erro, são as cores dos sabres de luz de cada Jedi. Apenas Obi-Wan Kenobi e Qui-Gon Jinn têm as armas de acordo com o que é mostrado nas telonas, azul e verde, respectivamente. Plo Koon empunha uma espada amarela, ao invés da tradicional azul, e Adi Gallia teve seu equipamento azul substituído por um vermelho. Até o famoso sabre roxo de Mace Windu sofreu alteração e aparece azul em Jedi Power Battles, algo que não deve ter agradado ao ator Samuel L. Jackson, que interpreta o personagem no cinema e foi o responsável por fazer a arma de Windu ser roxa na franquia cinematográfica.
“Era uma enorme cena de luta com muitos Jedis na arena e eu queria ser capaz de me encontrar no meio dessa batalha toda. Então, disse ao George [Lucas]: ‘O que acha de eu ter um sabre de luz roxo?’. Ele me respondeu que as cores, tradicionalmente, eram apenas vermelho, verde e azul. Não fiquei contente e disse para ele que eu sou o segundo Jedi mais poderoso do universo, ao lado do Yoda, e merecia um sabre roxo. Quando voltei mais tarde para regravar algumas cenas, o Lucas disse: ‘Quero te mostrar uma coisa que já causou uma verdadeira tempestade online’. E ele tinha o sabre de luz roxo! E eu disse: ‘Yeah!’. E então eu pude me encontrar no meio daquela cena de luta. Tem uns 300 sabres e eu posso dizer: 'Olha, lá estou eu!'”, contou Samuel L. Jackson em uma entrevista concedida, em 2013, ao programa The Graham Norton Show.
Mace Windu, o "segundo Jedi mais poderoso do universo"

O maior inimigo não são os Sith

Apesar de o jogo contar com um dos vilões mais queridos da franquia, Darth Maul, ele não chega nem perto de ser a grande ameaça da aventura. A responsável por causar calafrios nas espinhas dos Jedis é a jogabilidade travada. Os controles nos momentos de combate até que respondem bem, tanto para atacar inimigos, quanto para rebater seus tiros. O grande problema está nos momentos em que é necessário saltar de um local para outro. Fazer o personagem pular não é tão simples como parece pelo fato dos movimentos serem pesados, o que dificulta no cálculo da distância correta para executar saltos com perfeição. Soma-se a esse problema a questão de que algumas fases contam com desafios que lembram os jogos de plataforma, como é o caso de Coruscant, onde é necessário pular sobre vários carros voadores até alcançar o final do nível. Com certeza, serão perdidas mais vidas com quedas em precipícios do que com mortes causadas pelo exército de droides.

Se não fosse por esse detalhe, Jedi Power Battles teria tudo para alcançar o status de estrela no universo de jogos de Star Wars. A produção foi levada muito a sério pelo estúdio LucasArts e, inclusive, contou com a dublagem dos atores Jake Lloyd e Ahmed Best, que interpretam Anakin Skywalker e Jar Jar Binks no filme.
Fases como essa fazem os jogadores arrancarem os cabelos

Revivendo a história

Se os controles aparecem como ponto negativo, o fator replay é muito bem planejado. Além dos novos guerreiros desbloqueados depois de encerrada a campanha pela primeira vez, outras surpresas estão guardadas para os jogadores. Após finalizar a história usando Plo Koon, o primeiro dos níveis secretos é liberado, quando se assume o controle de um droideka com a missão de acabar com vários pilotos Naboo e três Jedis. A segunda fase secreta, que nada mais é do que uma corrida de Kaadus, torna-se acessível quando se usa Adi Gallia para derrotar Darth Maul. Terminar o jogo com Mace Windu disponibiliza o desafio de sobrevivência, no qual é preciso aniquilar uma horda de 100 inimigos. Já a última fase extra é um minigame competitivo em que soldados gungans devem dar choques em Jar Jar Binks para que ele ande até a cela correta, leva a melhor quem prender o encrenqueiro primeiro. Esse último nível bônus fica disponível quando se coletam três artefatos espalhados pelo jogo principal (o primeiro está nos pântanos de Naboo, o segundo em Tatooine e o terceiro, nas ruínas).
Cansou de ser Jedi? Então assuma o controle do droideka e troque de lado

Mestre e Padawan

O grande diferencial de Star Wars Episode I: Jedi Power Battles está, sem dúvida nenhuma, em seu modo cooperativo local. Sair detonando as forças da federação do comércio ao lado de um amigo pode proporcionar momentos bem engraçados, principalmente quando se tira uma com a cara dele após erros de pulo e, na sequência, você acabar caindo no mesmo buraco. Apesar de não estar entre os principais títulos para videogames baseados em Star Wars, Jedi Power Battles merece ser experimentado pela sua fórmula simples, porém divertida.

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Felipe Araujo

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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