Blast from the Past

Blast from the Past: Final Fantasy XII (PS2)

Todas as edições da série canônica de Final Fantasy são envoltas em muito mistério e ansiedade por parte dos fãs. E no caso do capítulo XII,... (por Sérgio Estrella em 03/08/2011, via PlayStation Blast)

imageTodas as edições da série canônica de Final Fantasy são envoltas em muito mistério e ansiedade por parte dos fãs. E no caso do capítulo XII, a expectativa foi muito maior, uma vez que seu antecessor espirítual, Final Fantasy X (PS2) – o décimo primeiro capítulo foi uma aposta da Square Enix no mundo dos MMO, não sendo considerado pelos fãs como parte da série principal – havia sido lançado 5 anos antes com um enorme sucesso de público e crítica. Mas Final Fantasy XII não fez feio e foi capaz de proporcionar uma experiência única na franquia. 

box-l[1]Seu desenvolvimento iniciou em 2001, com direção e produção de Yasumi Matsuno, criador de clássicos como Final Fantasy Tactics e Vagrant Story (PS) – não por acaso os 3 games se passam no mundo de Ivalice – que, por motivos de saúde, teve que se afastar da equipe. Em seu lugar, assumiram outras lendas da Square Enix, como Hiroshi Minagawa que trabalhou em Tactics Ogre e Akitoshi Kawazu, responsável pela série SaGa. Em 2005, o game ficou disponível pela primeira vez aos fãs através de uma demonstração jogável incluída em Dragon Quest VIII (PS2), e finalmente em 2006, Final Fantasy XII era lançado, conquistando nota máxima em publicações prestigiadas como a japonesa Famitsu e a americana GamePro, além de acumular mais de 5 milhões de unidades vendidas pelo mundo. Pois bem, chegou a hora de relembrar este clássico do PlayStation 2, e entender o porquê de tanto sucesso!

De volta à Ivalice

asherasler[1]Se você jogou qualquer capítulo da série Final Fantasy Tactics, estará em casa ao jogar Final Fantasy XII, pois o game utiliza o mesmo mundo como pano de fundo, e o expande além de onde qualquer Tactics já chegou. Como não poderia deixar de ser, outra inspiração na franquia de estratégia está na trama sombria, adulta e que foca principalmente temas políticos, sem se ater a romances como nos antecessores Final Fantasy X e VIII (PS). A história começa com o casamento entre o príncipe de Nabradia, Rasler, e a princesa de Dalmasca, Ashelia, mostrando toda a profusão de raças de Ivalice, que inclui humanos, Vieras e Moogles, entre outros. Porém, um dos maiores impérios de Ivalice, Archadia, invade Nabradia, destruíndo sua capital e matando milhares de pessoas. Dizimadas, as forças de Nabradia perdem a guerra, o que faz com que o príncipe assuma a liderança do exército de Dalmasca ao lado do capitão Basch, na tentativa de restaurar seu reino, mas acaba morrendo em batalha. Caso você ainda não tenha jogado FFXII, cuidado com o parágrafo abaixo, contém spoilers.

Vaan[1]Como medida desesperada para impedir que a guerra se torne ainda mais mortal para seu povo, o rei de Dalmasca se rende e entrega o reino aos invasores, mas é traído e assassinado por Basch (ou seria outra pessoa?) numa cilada Archadiana, juntamente com seus soldados, entre eles Reks, irmão do protagonista Vaan (imagem) e responsável pelos primeiros passos do jogador no game – o famoso e tão necessário tutorial. Dois anos depois, o enredo avança para Rabanastre, agitada capital de Dalmasca, onde Vaan e Penelo vivem; o primeiro, sempre realizando pequenos furtos aos soldados de Archadia, que mantem o controle da cidade tomada. Na sequência, Vayne Kaldas Solidor, grande vilão do game, é apresentado como o novo marquês, que tenta iludir o povo com mentiras e promessas de paz e prosperidade. Vaan se revolta e acaba invandindo o palácio durante a nomeação de Vayne, local onde conhece Balthier e Fran, piratas do ceú que estão atrás da magicite roubada por Vaan, mas terminam por ajudá-lo na fuga e acabam encontrando uma jovem soldado que se diz chamar Amália (mas na verdade, é a princesa Ashelia disfarçada). A partir daí o grupo inicia uma longa jornada, onde descobrirão as verdadeiras intenções do reino de Archadia, que gira em torno da obtenção de Nethicites, a mais poderosa fonte de energia mágica disponível no mundo. Embora não se trate da história mais interessante e empolgante da série, é suficiente para prender os jogadores mais atentos.

830px-Fran_and_balthier[1] Balthier e Fran

Boa parte dos episódios de Final Fantasy inspira-se no universo de Star Wars, mas em FFXII, a referência é muito mais evidente. Desde o enredo que envolve guerras, naves, um “império” opressor, até o perfil de alguns locais e personagens, como Ashe, a “princesa em fuga”. É curioso como este capítulo combina aspectos futuristas como as já citadas naves, armas laser e laboratórios gigantescos, com outros detalhes vindos diretamente de Final Fantasies medievais, como espadas, campos selvagens, templos e os indefectíveis Chocobos.

Quando o sistema atinge o clímax

final_fantasy-12-battle[1]Mas, se tem alguma coisa que torna Final Fantasy XII único, é o sistema de batalhas e desenvolvimento de personagens. O primeiro é uma (necessária) evolução do famoso Active Time Battle (ATB – que determina a ordem de ação dos personagens através de uma barra de tempo, e ao se completar, permite que a ação selecionada seja executada), denominada Active Dimension Battle (ADB). Esse sistema elimina as batalhas aleatórias e em telas separadas, que acontecem automaticamente no mesmo campo de exploração, sem nenhum acesso ao disco, evitando aquelas pausas chatas que costumam tirar o jogador do sério.

FafnirAlém disso, como não há mudança de tela, o jogador permanece no controle da movimentação dos personagens, o que adiciona mais uma camada de complexidade às batalhas. Ataques com espada, por exemplo, requerem que o jogador fique próximo do alvo, enquanto as magias possuem uma área de efeito muito maior. Fugir também ficou mais fácil: basta correr para longe do inimigo até que ele não possa mais alcançá-lo. Por outro lado, é preciso estar sempre atento aos mapas, já que qualquer inimigo presente no cenário pode ser atraído para batalha e se juntar ao grupo contra o jogador.

Não podemos falar do sistema de batalhas sem citar os inovadores Gambits, uma espécie de “automação” de personagens em batalha. Sabe aquele personagem versado em magia branca que você sempre utiliza para recuperar um aliado que está à beira da morte? Pois então, basta definir um Gambit que o mande utilizar a magia Curaga sempre que um dos guerreiros ficar com HP abaixo dos 30%, e ele vai seguir religiosamente esta regra – é claro que sempre haverá o risco de o personagem de baixo HP ser abatido antes que o mago consiga curá-lo, por isso é necessário considerar a barra de tempo dos personagens. Essse sistema é facilmente configurado através de uma lista hierárquica dentro do game, mas não pense que todas as ações e condições para Gambits estarão disponíveis logo no início; elas devem ser compradas no decorrer do game.

cap_gambit[1]Programe o comportamento dos personagens usando Gambits

Licença para matar evoluir

ff12296[1]Outra grande sacada de FFXII é o License Board, um enorme tabuleiro – que lembra muito Xadrez – onde cada personagem vai avançando casas e adquirindo licensas para utilizar diversos tipos de armas, magias, técnicas e melhoramentos. Com exceção do último, não basta conseguir a licença para usufruir do novo recurso em batalha, é preciso comprar as armas, magias ou técnicas em questão. A desvantagem é que, em teoria, você pode seguir o mesmo caminho com todos os guerreiros, obtendo praticamente os mesmos resultados. É possível reunir habilidades de Magia Branca, Negra, do Tempo, Técnicas que costumavam estar em diferentes profissões nos outros FF, tudo no mesmo personagem. No entanto, esta “falha” foi corrigida em Final Fantasy XII International Zodiac Job System, lançada somente no Japão, que contou com 12 tipos diferentes de tabuleiros, cada um representando um signo do zodíaco e uma profissão.

O zodíaco tem outra importante representação no game através dos Summons, que fogem completamente do que os fãs estão acostumados a ver em Final Fantasy, trazendo 13 invocações inéditas, algumas inclusive baseadas em chefes dos FF anteriores. São os chamados “Espers”, Guardiões das Trevas, criados pelos deuses em oposição aos Guardiões da Luz, dos quais 12 tentaram desafiar seus criadores, mas acabaram sendo aprisionados em glifos mágicos, pelos quais podem ser invocados para servir a quem quer que os tenha chamado. O 13º guardião, Zodiark, foi aprisionado por ser considerado “poderoso demais” pelos deuses.

Espers

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Belias, the Gigas

  • Elemento: Fogo
  • Signo: Áries
  • Oposição: Loghrif, the Transcendent
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Hellfire
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Chaos, Walker of the Wheel

  • Elemento: Vento
  • Signo: Touro
  • Oposição: Mitron, the Chastiser
  • Primeira aparição: Final Fantasy I
  • Finalização: Tornado

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Zalera, the Death Seraph

  • Elemento: Morte
  • Signo: Gêmeos
  • Oposição: Emet-Selch, Angel of Truth
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Condemnation

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Zeromus, the Condemner

  • Elemento: Gravidade
  • Signo: Câncer
  • Oposição: Pashtarot, Knight-Star
  • Primeira aparição: Final Fantasy IV
  • Finalização: Big Bang

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Hashmal, Bringer of Order

  • Elemento: Terra
  • Signo: Leão
  • Oposição: Fandaniel, the Protector
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Gaia's Wrath
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Ultima, the High Seraph

  • Elemento: Sagrado
  • Signo: Virgem
  • Oposição: -
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Eschaton

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Exodus, the Judge-Sal

  • Elemento: -
  • Signo: Libra
  • Oposição: Halmarut, the Arbiter
  • Primeira aparição: Final Fantasy V
  • Finalização: Meteor

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Cúchulainn, the Impure

  • Elemento: Veneno
  • Signo: Escorpião
  • Oposição: Nabriales, the Majestic
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Blight

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Shemhazai, the Whisperer

  • Elemento: Alma
  • Signo: Sagitário
  • Oposição: Igeyorhm, the Martyr
  • Primeira aparição: Final Fantasy XII
  • Finalização: Soul Purge
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Adrammelech, the Wroth

  • Elemento: Relâmpago
  • Signo: Capricórnio
  • Oposição: Deudalaphon, the Benevolent
  • Primeira aparição: Final Fantasy Tactics
  • Finalização: Judgement Bolt
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Famfrit, the Darkening Cloud

  • Elemento: Água
  • Signo: Aquário
  • Oposição: Emmerololth, Holy Queen
  • Primeira aparição: Final Fantasy III
  • Finalização: Tsunami
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Mateus, the Corrupt

  • Elemento: Gelo
  • Signo: Peixes
  • Oposição: Lahabrea, Abyssal Celebrant
  • Primeira aparição: Final Fantasy II
  • Finalização: Frostwave
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Zodiark, Keeper of Precepts

  • Elemento: Trevas
  • Signo: Serpentário
  • Oposição: -
  • Primeira aparição: Final Fantasy XII
  • Finalização: Final Eclipse

 

Fala sério, não há império que resista se estes 13 monstrengos estiverem ao seu lado! E caso você se interesse pela história de cada um, o modo Bestiary é o lugar!

Conteúdo que não acaba mais

Ivalice_Alliance[1]Para conseguir parte dos Espers listados acima, assim como magias especiais, é necessário participar de sidequests como a dos clãs de caça a monstros, em que você deve perseguir espécies raras (e muitas vezes poderosas) e derrotá-las, bem ao estilo Monster Hunter. Mas se você já fez 100% do game, nem tudo está perdido, pois a Square Enix lançou uma série de jogos baseados no universo de Ivalice que se passam após Final Fantasy XII, chamada de Ivalice Alliance. Entre os jogos desta compilação estão Final Fantasy Tactics: The War of the Lions (PSP), Final Fantasy XII: Revenant Wings e Final Fantasy Tactics A2 (ambos Nintendo DS), além da versão International, que infelizmente só está disponível no Japão. Também chegou a ser cogitado o lançamento de um spin-off de ação denominado Fortress, que daria sequência aos acontecimentos de Revenant Wings, mas acabou sendo cancelado pela Square Enix.

Final Fantasy XII encerrou o ciclo de super produções no PS2 com grande maestria. A combinação de história complexa, sistema de batalhas instigante e divertido, liberdade de exploração e muito conteúdo o tornou um páreo duro para os concorrentes e até mesmo para o sucessor, Final Fantasy XIII (PS3), que não foi capaz de alcançar o mesmo sucesso, mas essa é uma história para outro dia…

Comentários

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  1. um excelente jogo, nem se compara com o FFail XII. o ps3 ainda tá devendo um final fantasy decente...

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  2. correção, FFXIII. não consegui nem acabar esse jogo de tão decepcionante :/

    gosto bastante do FFXII, mas ainda acho o FFX o melhor do PS2.

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  3. o melhor jogo que ja joguei...ao contrario da menina ai de cima achei o ffX muito ruim e sem poder pular as cutscenes ele fica cansativo...Mas FFXII consegue surpreender do começo ao fim nunca me canso de jogar sempre que não tenho dinheiro para comprar jogos de wii passo horas jogando esse magnifico jogo

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  4. Concordo com a Bruna, o FFX foi muito melhor na minha opinião.

    O sistema de Gambit chega a deixar o jogo muito sem graça com o tempo, tanto que dependendo da configuração o jogo meio que "joga por você".

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  5. FFX em questão de história foi o mais interessante pra mim, teve alguns momentos bem marcantes.

    Já o XII não me agradou muito nisso (e acredito que a maioria se sentiu assim). Mas em questão de jogabilidade, foi um dos mais interessantes, tanto pelo sistema de gambit (que não aproveitei bem, pena) e pela exploração, quests e etc, que deram uma cara nova, e foi o que mais me agradou.

    Lembro que quando liguei o jogo na primeira vez dei uma volta gigantesca pela cidade, fiquei impressionado com as construções.

    Ainda não li tudo, mas por enquanto está ótima.

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  6. Bom mesmo ficou o texto. Muito bom. O jogo eu ainda não joguei, sou uma decepção mesmo. Só o FFI, 99% zerado - ainda não criei coragem de fechar :p. O FF XIII é horrível por ser linear, eu não consigo aceitar RPG linear O.O. Parabéns novamente pelo post o/

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  7. em termos de historia a melhor na minha opiniao sempre sera de final fantasy VI

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  8. O jogo é até legalzinho mais na minha opinião a série principal não e mais tão boa como antes
    FF IX foi ultimo que honrou a série

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