Blast from the Past: Tales of the Abyss (PS2)

Na época do PlayStation 2 , o hype todo estava em cima de Final Fantasy XII , considerado por muitos jogadores como o grande RPG do consol... (por Unknown em 26/10/2012, via PlayStation Blast)

Na época do PlayStation 2, o hype todo estava em cima de Final Fantasy XII, considerado por muitos jogadores como o grande RPG do console. Sinceramente, ele não passa nem perto da minha lista de jogos preferidos. Considero o PlayStation 1 como o auge dos RPGs japoneses e o PS2 como o começo do declínio. Muita preocupação com gráficos maravilhosos, histórias sem graça e jogabilidades confusas. Porém, uma franquia de jogos ainda se salva daquele período: Tales of..., da Namco. Enquanto a Square-Enix se preocupava em fazer uma história pautada em disputas políticas, a Namco partiu para o básico sobre salvar o mundo e criou o divertidíssimo Tales of the Abyss.

Salvando o mundo (de novo)


Como eu disse acima, a história do jogo é bem básica. Ela começa com o jovem Luke Fon Fabre, um garoto que foi sequestrado durante a infância e, após ser resgatado, vive confinado na mansão da sua família. Devido ao trauma, Luke perdeu a memória de todos os eventos anteriores ao seu sequestro, começando praticamente uma nova vida. Uma das poucas diversões dele é treinar artes marciais com o seu mestre Van Grants. Tudo muda na vida de Luke quando a bela Tear Grants (irmã de Van) surge durante um dos treinamentos e, após um conflito com seu irmão, alguma coisa faz com que ela e Luke apareçam em um local muito afastado da mansão.

Agora os dois precisam se ajudar a voltar para casa, já que não fazem ideia de onde estão ou de como foram parar lá. Claro que isso é apenas o começo da aventura, que irá culminar com a salvação de todo o planeta. A história é batida, mas o que faz o jogo valer a pena são seus personagens carismáticos. Luke, por exemplo, começa como um garoto mimado, que sempre teve tudo nas mãos e de repente se encontra longe da segurança de sua casa. É engraçado ver o começo do relacionamento dele com Tear, quando ele tenta tratá-la como uma empregada que deve fazer todas as suas vontades, afinal, ele foi criado assim. Conforme o enredo avança, Luke descobre mais sobre seu passado e vai mudando sua personalidade e até mesmo sua aparência.


Além de Tear, Luke é acompanhado ainda por personagens como Jade, um coronel especialista em necromancia e sempre pessimista, sendo responsável por alguns diálogos de humor involuntário. Guy Cecil, o melhor amigo de Luke e excelente espadachim, que possui um incrível medo de qualquer contato físico com mulheres. Entre os vilões, um dos destaques é Asch the Bloody, que é fisicamente idêntico à Luke e guarda um importante segredo a respeito do sequestro do protagonista. O interessante também é que, ao contrário da maioria dos jogos, não é apenas o protagonista que possui um passado elaborado. Praticamente todos os personagens do game possuem diversas camadas de personalidade que vamos descobrindo durante a aventura. Para completar o pacote, a dublagem do game é excelente, nos fazendo acreditar que esses personagens realmente existem.

Graficamente, Tales of the Abyss é muito bonito, com cenários cheios de cor e gráficos que emulam um anime. Os personagens são repletos de expressões faciais diferentes e trejeitos próprios de cada um. O jogo conta ainda com belíssimas e empolgantes cutscenes recheadas com muita ação, sempre com aquele climão de anime de aventura. Além de tudo isso, o game tem um sistema muito interessante nas cidades. Dependendo das ações do jogador no decorrer da história, certos itens à venda nas cidades podem variar de preço, ficando mais baratos ou mais caros. Alguns deles podem até mesmo deixar de existir. Desse modo, ficamos com aquela sensação de que nossas ações realmente afetam o mundo à nossa volta, não sendo apenas cenários que estão ali para nos atrapalhar a chegar no “último chefão”.

Lutando e se divertindo 


Mas sem dúvida a parte mais divertida de Tales of the Abyss se encontra nos combates. Ao contrário de grande parte dos RPGs japoneses, aqui os inimigos já aparecem na tela, sendo muito simples evitá-los, caso precisemos. Ao tocar no inimigo, é carregada a tela de combate onde a diversão acontece. Assim como manda a tradição da série Tales of, o jogador escolher qual personagem quer controlar, enquanto os outros ficam por conta da inteligência artificial, sendo possível configurar vários comandos para eles. A inteligência dos personagens neste game está excelente, não sendo necessário mexer em muita coisa, tornando o combate divertido tanto para aqueles que adoram personalizar quanto para os que não querem se preocupar com isso.

No início, os combates são bem simples e fáceis, se resumindo em apertar o botão de ataque até que os inimigos estejam mortos. Desde que fique sempre de olho na energia, vai ser difícil o jogador morrer logo de cara. Mais para frente, porém, as coisas ficam mais complicadas e é necessário uma certa dose de estratégia e escolha certa de golpes para derrotar os inimigos. Entre as configurações que podem ser feitas nos membros do grupo estão a escolha de quais ataques eles devem usar e que inimigos devem atacar. Dependendo do combate, é mais vantajoso fazer a equipe atacar inimigos diferentes ou então o mesmo inimigo que o jogador e depois partir para o próximo.


Tales of the Abyss é um daqueles jogos de RPG que parecem bem simples no começo, mas que é praticamente impossível parar de jogar. Com seus gráficos estilo anime e personagens extremamente carismáticos, esse é um dos games mais divertidos da era PlayStation 2 e que ainda hoje vale a pena ser jogado. Principalmente pelos adoradores dos chamados J-RPGs.

Revisão: Leandro Freire

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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