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Análise: Sonic & All-Stars Racing Transformed (PS3)

A SEGA, satisfeita com o resultado de Sonic & SEGA All-Stars Racing , mais uma vez, deixa o seu jogo de "kart" nas mãos da ... (por Alberto Canen em 12/12/2012, via PlayStation Blast)

A SEGA, satisfeita com o resultado de Sonic & SEGA All-Stars Racing, mais uma vez, deixa o seu jogo de "kart" nas mãos da Sumo Digital. E não é para menos essa confiança, pois, além de ter feito um bom trabalho, a desenvolvedora tem uma larga experiência quando se trata de jogos de corrida. Nessa nova empreitada, a grande novidade já vem estampada no título: transformado. Agora, Sonic e companhia não irão competir apenas em terra, como também na água e no ar. A Sumo acredita que com Sonic & All-Stars Racing Transformed ela conseguiu levar esse gênero para um outro nível. Será que ela conseguiu?

Nada se perde, tudo se transforma

O maior diferencial do jogo está no fato de os veículos transformarem-se, literalmente, para se adaptarem ao trajeto. Então, quando saímos de uma pista de terra para uma de água, o nosso carro vira um barco - cada veículo tem a sua forma própria e criativa de se transformar - e quando alteramos para o ar, outra transformação ocorre e rapidamente estamos com uma máquina aérea. Essas alterações nos veículos não são apenas visuais, a forma de jogar muda completamente. Pilotar na água, com ondas e tudo mais, é bem menos estável do que na terra, e quando podemos voar, temos uma grande liberdade, podendo descer ou subir à vontade. Todas essas alterações, naturalmente, influenciam muito na corrida, uma vez que o jogador precisa dominar os três tipos de ambiente. Acompanhe como essas transformações são feitas em um curto trailer do jogo:


Esse tipo de mudanças constantes podem deixar os jogadores preocupados com os controles, afinal, é importante que a direção esteja bem ajustada, de forma que seja possível controlar o veículo "na ponta dos dedos" sem falhas, que poderiam significar a vitória ou derrota. Mas a desenvolvedora colocou toda a sua experiência em campo e deixou os ajustes de pilotagem no ponto certo. Agora, se você perder, só não adianta olhar chateado para o controle, pois o único culpado será você mesmo (ou o adversário).

Não são apenas os veículos que se transformam durante a jogatina, mas também as próprias pistas sofrem alterações constantes. Além de alternar entre os três tipos de percurso, cada volta é diferente da outra em algum aspecto e até mesmo atalhos, que são muitos, não estão sempre no mesmo local. Dessa forma, decorar cada trajeto será um trabalho árduo mesmo para os jogadores mais atentos. Um bom exemplo de mudança está na pista Dragon Canyon. Um dragão que ronda o percurso destrói uma ponte pela qual os personagens deveriam passar, forçando os mesmos a seguir pelo ar ou pela água.

Dragon Canyon
As pistas, além das mudanças de ambiente, são um show de nostalgia para os fãs da SEGA de longa data. Contando com cenários de jogos antigos, como Golden Axe e Shinobi, e de jogos mais recentes, como Super Monkey Ball. Mas, se o assunto é nostalgia, nenhuma pista supera a Race of Ages, na qual o pessoal da Sumo criou um verdadeiro tributo aos personagens do Mega Drive e Dreamcast que não têm representação no jogo, como Bonanza Brothers e Ryo Hazuki - os personagens aparecem em hologramas gigantes durante o percurso.

Race of Ages: Bonanza Brothes

O antigo e o novo

Os poderes também estão presentes no jogo, como não poderia deixar de ser, desde os mais clássicos, como turbos, até alguns mais diferentes, como atirar um enxame de vespas nos adversários. Os jogadores novamente poderão usar o movimento All-Star, apesar de não estar tão bacana como no primeiro jogo da série. É interessante notar que esses poderes não têm uma grande influência no resultado da corrida. Claro, se bem usados, podem oferecer uma vantagem pontual, mas não fazer o último colocado de repente aparecer entre os primeiros ou prejudicar o líder da corrida. Dessa forma, o pessoal da Sumo valorizou o mais importante: a habilidade de cada jogador, e não a pura sorte. No vídeo abaixo, podemos ver o movimento All-Star do Alex Kidd nesse novo jogo - em Sonic & SEGA All-Stars Racing, o veículo lembrava mais o Petit-copter de Miracle World:


Muitos personagens do primeiro jogos estão de volta, como Tails, Dr. Eggman, Knuckles, Beat (Jet Set Radio) e Alex Kidd; e novos fazem a sua estreia, como NiGHTS (NiGHTS into Dreams) e Joe Musashi (Shinobi). Além deles, o game conta com convidados especiais: Ralph, (Wreck-It Ralph) e Danica Patrick (NASCAR). São dois convidados bem opostos: enquanto Ralph se encaixou perfeitamente ao jogo, combinando bastante com os personagens, podendo levar qualquer um desavisado a acreditar que ele pertence à SEGA; já Danica é um verdadeiro peixe fora d'água. Ela realmente tem seus méritos por quebrar tabus e barreiras dentro do automobilismo, e mereceu todos os prêmios que já recebeu, mas não tem nada a ver com os personagens e jogos da SEGA.

Sentiu uma ponta de inveja dela? Eu também.

Diversas opções de jogo

São diversos modos de jogo que irão manter o jogador entretido por muito tempo. Diferentemente do primeiro All-Star Racing, que havia um modo apenas de minigames, Transformed diluiu esse tipo de desafio entre as corridas no modo World Tour, no qual é preciso conseguir estrelas para desbloquear novas áreas e prosseguir jogando. São três graus de dificuldade, permitindo que jogadores de todos os níveis possam jogar sem problemas. Entretanto, quanto mais difícil, mais estrelas são adquiridas, o que impede que se possa terminar esse modo apenas jogando no fácil. Essa é uma boa ideia da Sumo, uma vez que vai encorajar os jogadores a buscar um pouco mais de desafio.

Se jogar sozinho demonstrou ser uma experiência muito divertida, a opção de multijogadores locais provou ser ainda melhor e bem superior ao do primeiro jogo da franquia. É possível jogar com até quatro jogadores em qualquer opção do modo carreira e até mesmo criar um jogo customizável com as pistas e personagens que vão sendo desbloqueados. O modo online é muito interessante e divertido, com corridas para até dez jogadores simultaneamente e combates em arenas, e também permite até quatro participantes ao mesmo tempo localmente, em tela dividida - no primeiro jogo apenas dois podiam jogar localmente no modo online. Confira um vídeo com um pouco das opções de jogo:


As vozes e músicas de Sonic & All-Stars Racing Transformed são tiradas de outros jogos da SEGA, o que é normal em spin-offs esportivos e, apesar de não serem originais, contribuem ainda mais para o valor de nostalgia, que é um dos pontos mais fortes do jogo.
Indo de encontro ao que muitos possam pensar, Sonic & All-Stars Racing Transformed não é uma cópia barata de outros jogos de corrida "de kart", mas sim um jogo único. Dizer que o game levou o gênero a um outro patamar pode ser um exagero por parte do pessoal da Sumo, mas que eles tomaram muitas decisões acertadas e criaram um game de um nível excelente que vai deixar os concorrentes muito preocupados, quanto a isso não há dúvidas. Com o estabelecimento dessa série, os jogadores é que sairão ganhando, pois agora as outras franquias vão ter que correr atrás de manter, pelo menos, o mesmo nível apresentado pelo jogo da SEGA.

Prós

  • Jogabilidade bem ajustada nos três tipos de percurso: terra, água e ar;
  • Pistas dinâmicas, que estão sempre mostrando algo novo a cada volta;
  • Alto valor de nostalgia para os fãs da SEGA;
  • Modo multiplayer local para até quatro jogadores e online para um jogador.

Contra

  • Nenhum relevante.
Sonic & All-Stars Racing Transformed  - PlayStation 3 - Nota Final: 9.0
Visual: 9.0 | Som: 8.5 | Jogabilidade: 9.0 | Diversão: 9.5
Revisão: Mateus Pampolha

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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