Blast from the Past

Blast from the Past: Street Fighter III 3rd Strike (PS2)

 Aos 25 anos de idade, Street Fighter é uma das franquias mais antigas e queridas dentro e fora dos videogames. ... (por Jeferson dos Santos em 16/12/2012, via PlayStation Blast)


 Aos 25 anos de idade, Street Fighter é uma das franquias mais antigas e queridas dentro e fora dos videogames. São dezenas de jogos que preenchem esse um quarto de século, passando pelos games principais e suas expansões até os crossovers e as séries paralelas. Contudo, meio a tantos títulos há um que se destaca por ser tão amado quando odiado pelos gamers devido ao seu tecnicismo excessivo pouco visto até mesmo nos jogos de luta mais recentes. Sim, vamos falar de Street Fighter III, o supra-sumo da arte de humilhar.

Um início apagado de muita relevância

O primeiro Street Fighter nasceu no final da Era de Ouro dos arcades (década de 70 e 80), mais precisamente em 30 de agosto de 1987. Na época, o jogo da Capcom não fez grande sucesso. Para falar a verdade o game passou despercebido pelas casas de jogos eletrônicos. Street Fighter não foi o fundador do gênero de luta nos videogames, mas com certeza muito do que se entende da categoria hoje depende e deriva diretamente de sua existência, que estabeleceu um esquema de jogabilidade quase que padrão, que seria copiada e modificada por muitos outros games dali por diante.


Ryu, Ken, Retsu, Geki, Joe, Mike, Lee, Gen, Birdie, Eagle, Adon e Sagat eram os personagens que integravam o game, sendo que o jogador tinha controle apenas sobre Ryu no modo Arcade e se um segundo jogador o desafiasse, esse obrigatoriamente jogaria como Ken. Os outros personagens eram os desafios impostos pelo computador e não podiam ser selecionados pelos gamers.

Abertura de  Street Fighter:


Street Fighter II - Clássico com redundâncias necessárias

Demorou quatro anos, mas Street Fighter II – The World Warrior chegou aos fliperamas na Era de Prata, em março de 1991 no “boom” da competitividade e cooperativismo nos arcades. Clássico absoluto, SFII tornou-se febre reforçando e aperfeiçoando todos todos os conceitos que havia sido trazido por seu antecessor. Naquela época não havia os tão famigerados DLCs, mas a Capcom já dava sinais de que sabia explorar suas “galinhas dos ovos de outro” ao máximo. Street Fighter II teve muitos retoques, versões e atualizações, tais como SFII – Champion Editon (1992), SFII – Turbo Hyper Fighting (1992), Super SFII – The New Challengers (1993) e Super SFII Turbo X (1994).

Street II – The World Warrior trouxe novos lutadores, esses foram bem definidos em suas características físicas, estilos de luta e em seus perfis psicológicos. No total, eram doze personagens que constituíam o game sendo que quatro deles, os chefões, não eram controláveis: Balrog, Vega, Sagat e M. Bison. No entanto, o jogador tinha a sua disposição os demais personagens: Ryu, Ken, E. Honda, Blanka, Guile, Chun-Li, Zangief e Dhalsim.

Gameplay de Street Fighter II – The World Warrior:



Felizmente, nas outras versões de Street Fighter II os “mestres” passaram ficar disponíveis na tela de seleção de personagens, além de trazerem novos lutadores como Fei Long, Dee Jay, Cammy, T. Hawk  e Akuma (ou Gouki). Também visando o refinamento da partida também foram acrescidos conceitos inovadores no sistema de batalha, tais como “Combo Aéreo” e “Supercombo” – esse acessado por uma barra de energia na parte inferior da tela.

Depois de seis anos de suplicas por parte dos fãs, finalmente a produtora japonesa, a Capcom, lança a tão aguardada sequência de Street Fighter II, mas não antes de ter lançado as séries paralelas Alpha e a EX, os muitos crossovers e o game Street Fighter – The Movie, adaptação do filme Street Fighter: A Ultima batalha (para quem não conhece, o jogo é baseado no filme que foi baseado no jogo). Mas, voltando ao SFIII...

A ordem é “Inovação, inovação e inovação”

Lançado em fevereiro de 1997 para arcades e Sega Dreamcast, Street Fighter III – New Generation foi sinônimo de inovação, por conta de sua qualidade gráfica que elevou os jogos de luta 2D a um novo patamar. A animação dos personagens era fluida e límpida parecendo um animê (desenho animado japonês), como cores vivas e movimentos naturais. Era eminente a sensação de recomeço da série, surgia ali uma nova identidade à franquia de luta mais popular dos videogames.

O visual super-reformulado trouxe novos personagens ao universo de Street Fighter que tomaram a vez da maioria dos lutadores clássicos, ficando apenas no panteão as personalidades que nasceram com a série, Ryu e Ken. Já entre os estreantes estão Ibuki, Necro, Sean, Oro, Elena, Dudley, Alex, Yun, Yang e Gill, o boss do jogo – o único personagem não jogável nessa versão do game.

Entretanto, não foi só na parte estética a série Street Fighter que foi refeita. Toda a jogabilidade também foi repensada fazendo com que gamers mais experientes passassem horas treinando a nova metodologia de jogo adotada pela Capcom. Nesse novo esquema surgiu o “Stun”, uma barra de energia que carrega conforme os danos recebidos e quando cheia por completo o lutador fica tonto, sem chance de ataque ou defesa, a mercê do oponente. “Parry” é outra novidade em SFIII, trata-se de um comando de contra-ataque, onde o jogador que o executa tem a breve oportunidade de revidar o golpe recebido sem sofrer dano algum, essa é uma função arriscada que depende altamente do nível de feeling, timing e knowledge do gamer.


Em Street Fighter III, os “Super Combos” foram convertidos para “Super Arts”. A técnica, assim como em SFII, deve ser acionada por meio de uma barra de energia dedicada que se enche no decorrer da luta de acordo com os golpes recebidos e os danos efetuados. Cada personagem dispõe de três “Super Arts”, mas só uma técinica pode ser usada durante a batalha e essa deve ser pré-definida após a escolha do lutador. Usada devidamente, a “Super Art” gera massivas reduções de vitalidade ao inimigo podendo reverter uma batalha que já estava dada como definida.

Abertura de Street Fighter III – New Generation:


Expandindo o novo com o velho

Muitas foram as novidades em SFIII que o fizeram um jogo totalmente diferente daqueles que o precede, entretanto todas as inovações ainda não foram o bastante para agradar os fãs, que pediam por mais personagens e acima de tudo a volta dos lutadores clássicos. Sabiamente, a Capcom deu ouvidos às sinalizações dos fãs e em outubro do mesmo ano chegou aos fliperamas e ao saudoso Dreamcast, Street Fighter III 2nd Impact.

Com mais personagens, mais golpes, novas técnicas e melhor balanceamento, Street III 2nd Impact foi a resposta bem dada da produtora em relação ao mal aceito New Generation. Essa expansão trouxe Urien, Hugo e Akuma, lutadores que se juntaram aos demais. A Capcom também inseriu na jogabilidade o sistema “EX”, que é a otimização dos golpes especiais dos lutadores. A técnica faz uso de uma das barras de energia do “Super Art” aumentando de forma significativa o dano causado no adversário.

Essa versão também marca o retorno das fases bônus, os famosos Bonus Stage, que aqui tem como objetivo familiarizar os jogadores com a nova jogabilidade implantada em New Generation. E por fim, Gill não é mais o “chefão” do game, o ùltimo lutador a ser derrotado é o rival do personagem escolhido pelo jogador. Contudo, mesmo com tais melhorias Street Fighter III ainda não estava “redondo”.

3rd Strike – A perfeição não necessita de mudanças

Foi em meados de maio de 1999 que a Capcom lançou, novamente aos fliperamas e ao ultimo console da Sega, Street Fighter III 3rd Strike. O jogo estava ainda mais refinado nas peculiaridades que faziam SFIII ser o que era e trouxe boas novas, tais como o aperfeiçoamento do sistema “Parry” e mais cinco personagens novos, sendo que quatro destes eram inéditos.



Agora, o “Parry” pode ser usado enquanto se defende de um ou de múltiplos ataques, parando até mesmo o fluxo de combo do oponente, economizando assim a própria barra de vitalidade e permitindo aos mais ousados (e “manjadores”) poupar-se dos “Super Arts” inimigos e os contra-atacando com os “Super Arts” de seus lutadores. A lista de personagens foi ampliada, Chun Li foi inclusa juntamente com os novatos Q, Remy, Makoto e Twelve, dando diversidade, aumentando os desafios e a diversão proposta pelo game.

O caminho até os status de “obra prima” não foi curto e nem fácil. 3rd Strike é um jogo essencialmente técnico e voltado aos jogadores mais experientes e dedicados – os hardcores – devido a sua jogabilidade que mesmo eficiente é bastante complexa, superando até mesmo as ultimas versões da franquia nos videogames, assim como o Super Street Fighter IV: Arcade Edition. Em outras palavras, o jogo não é nada convidativo aos iniciantes e podendo gerar até mesmo frustrações para eles, mas é um desafio digno para os amantes de jogos de luta mais dedicados.

Ken (Daigo) vs Chun Li (Justin Wong) - Confronto épico em Street Fighter III 3rd Strike:


Ainda muito bem-vindo, mesmo depois da Era de Prata

Street Fighter III 3rd Strike também foi disponibilizado para Xbox, Xbox 360, PlayStation 2 e PlayStaion 3. Para os consoles da atual geração o jogo chegou com o subtítulo Online Edition, pois recebeu suporte para partidas online, além de filtros gráficos para as TVs de alta definição, deixando tudo um pouco mais bonito –, mas nada que o compare a Gulty Gear XX Accent Core Plus ou a Blazblue – Calamity Trigger. Já o Xbox e o PS2 receberam essa edição de SFIII como pacote comemorativo dos quinze anos de aniversário da franquia intitulado Street Fighter Anniversary Collection.

Revisão: Thyago Coimbra Cabral

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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