Jogamos

Análise: BloodRayne: Betrayal (PS3/PSN)

Poucos podem dizer que realmente gostam de Blood Rayne. Em parte por causa dos dois jogos originais, para PS2, ou por causa dos filmes horrí... (por Romero Araujo Filho em 26/09/2011, via PlayStation Blast)

Poucos podem dizer que realmente gostam de Blood Rayne. Em parte por causa dos dois jogos originais, para PS2, ou por causa dos filmes horríveis que Uwe Boll fez o desfavor de fazer, ou sabe-se lá qual outro motivo. E, serei honesto, eu odeio a série também. Só me interessei pela mesma por causa do visual, que me pareceu bem interessante, imitando um pouco o padrão Metroid/Castlevania. Quando eu vi a propaganda desse novo "Çuçessu" na PSN Store, a primeira coisa que pensei foi: "Puts... Será que vale a pena meu suado dinheirinho nisso?". Infelizmente, posso dizer que o título - Betrayal, caiu muito bem. Pois me senti levando uma facada nas costas, pegando um jogo bonitinho, mas ordinário.

Os Herros Comessam

BloodRayne: Betrayal é um jogo de plataforma lateral que busca atingir aquele padrão antigo de jogos ultra-super difíceis. Infelizmente, isso significou usar aquele mesmo tipo de dinâmica de jogo da década de 80, onde o desafio não vinha do jogo em si, mas sim da habilidade do jogador em superar uma mecânica esdrúxula, ao mesmo tempo que você tinha que desviar de milhares de inimigos e objetos ao mesmo tempo. Se esse foi o objetivo dos desenvolvedores, então tenho que dizer que eles são os mais bem-sucedidos nessa empreitada desde que Alex Kidd destruiu o primeiro bloco de pedra com as mãos.

O maior problema com Betrayal é que seus controles são muito mal arrumados. Em um jogo onde são necessários comandos precisos, o estilo gráfico usado mais atrapalha do que ajuda. Apesar dos gráficos, feitos a mão, serem muito bacanas, essa falta de fixação da imagem nos personagens impede qualquer controle maior sobre suas ações. Sem dúvida, todo o sistema de combate parece uma bagunça, como se tivesse sido feito às pressas por um estagiário com vontade de ir no banheiro.

Mesmo a movimentação do personagem é mal feita: Você só pode correr, e se você não usar o direcional (sim, isso mesmo), o jogo perde completamente o controle. Na hora de parar, a personagem simplesmente vai "escorregando" até fazê-lo. Ou seja: você VAI cair naquela plataforma ali... Já falei que muitas das plataformas são menores que ela? Pois bem... É quase como se o Trollface tivesse desenvolvido essa parte do jogo. Você morrerá, e morrerá, e morrerá, até se cansar.

Modo de Combate, Mais Uma Batalha (um trocadilho tão horrível quanto esse jogo)


O sistema de batalha é tão mal feito que eu desconfio que ele seja baseado na sorte do jogador. Em geral, cada fase se comporta de uma maneira padrão: partes com plataformas, e outras com arenas de inimigos, onde um número pré-determinado destes aparecerão. Rayne não pode se defender, nem bloquear ataques. Quando ela é atingida e cai, demora-se uma década até que se recupere, enquanto meia dúzia de inimigos voltam a atacá-la. Como você já deve ter imaginado, caro leitor, é provável que você seja derrubado logo após se levantar de novo. Meu recorde foram 4 vezes, depois Rayne morreu. Você conseguirá me superar?

Você também pode sugar o sangue dos inimigos mortos. Mas geralmente, você terminará sendo atacado nessas horas, portanto, qualquer ganho que você pudesse ter foi pro saco nessa brincadeira. Além disso, o método de "evolução" é ancestral: não existem níveis, ou upgrades de armas. Você no máximo pode aumentar sua vida ou balas carregadas na arma, mas para isso deve achar 5 caveiras escondidas.

Isso, lógico, sem comentar o design dos inimigos. Como eu disse anteriormente, o jogo possui várias coisas mal copiadas semelhantes a Castlevania. Lógico, não custava nada copiar na cara de pau buscar inspiração em alguns inimigos... E adivinhem? Não, não foram os zumbis... Mas sim as cabeças de medusa! É, aqueles bichinhos chatos que ficam voando feito doidos. Essa é a prova quase cabal que o pessoal da WayForward não tinha a menor idéia do que estavam fazendo.

A gota final me veio no Capítulo 13. Não passei daqui. Nessa fase, Rayne deve matar uns fantasmas (?) enquanto pula em umas plataformas. O problema é que os fantasmas atacam sem animação de ataque, e os controles bugados não permitem que você ataque os fantasmas e pule ao mesmo tempo. Ah, e claro! Quando você é atingido, você cai da plataforma e... morre! Não é lindo? Nesse ponto, eu decidi que BloodRayne já tinha dado o que tinha que dar, saí do jogo, apaguei-o do HD e fui dormir. Deve ter sido o momento mais feliz da minha vida.

Sério, eu não tenho problemas com jogos absurdamente difíceis. Meus jogos preferidos no PSP são os da série Prinny (que em breve receberão um Blast from the Past, aguardem!). Mas a diferença lá é que você morre, mas sabe que o incompetente é você, não o jogo te sacaneando. Tá, Prinny te sacaneia, mas não é nada que você pense "meu Deus, que coisa impossível!". A mesma coisa com Demon's Souls. Metal Arms: Glitch in the System. Eu preferiria ter gastado o tempo/dinheiro que gastei em algo de mais futuro. Como bolinhas de gude.

A estória, eu vou deixar passar. Fala algo estranho sobre um cara que se transformou em uma espécie de pássaro, e acaba aí, não tem nada interessante mais rolando. Os personagens não tem profundidade. BloodRayne deve ter sido um dos poucos jogos que joguei e me deixaram com mau humor. Nem com uma boa partida de Katamari Forever eu melhoro. Sério, esse jogo destrói sua felicidade.

Análise Final

Design de jogo horrível, estilo de arte bizarro, e uma dificuldade insana, gerada pela incompetência dos desenvolvedores. BloodRayne deve ser evitado por todos os jogadores que tenham algo na cabeça, e não gostem de sofrer. Sem dúvida, isso significa quase a morte da franquia...

Prós

  • Gráficos bem desenhados, a mão;
  • Caso você tenha comprado esse jogo antes de ler esse review, vai aprender a ler as análises ANTES.

Contras

  • Não é de graça;
  • Mesmo se fosse, ainda seria caro;
  • Design de fases horrível;
  • Controles absurdamente mal feitos;
  • Todo o resto.
BloodRayne: Betrayal - PSN/PS3 - Nota Final: 2,0
Gráficos: 7,0 | Som: 6,0 | Jogabilidade: 0,0 | Diversão: 2,0

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

Google
Disqus
Facebook


  1. Não conhecia o game e então fui buscar videos do gameplay que me pareceu interessante, apesar de ser meio atrapalhado. E realmente texturas e detalhes muitos simplistas. Tudo se repete demais. Chega a parecer jogo de SNES em algumas partes, hehehe.

    ResponderExcluir