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Análise: Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds (PS3)

Os crossovers de jogos de lutas vieram para angariar um público mais casual pela facilidade de se controlar os personagens. Primeiro veio... (por Alberto Canen em 26/09/2011, via PlayStation Blast)

CapaOs crossovers de jogos de lutas vieram para angariar um público mais casual pela facilidade de se controlar os personagens. Primeiro veio Street Fighter (sempre ele) vs. X-men. Depois aumentou em grande proporção, e envolveu logo as suas respectivas produtoras.  Marvel vs. Capcom, mistura personagens da desenvolvedora de games, Capcom, e da gigante das histórias em quadrinhos, a Marvel Comics. Só quem saiu ganhando foram os fãs, pois é muito divertido poder controlar os seus personagens favoritos, tanto dos quadrinhos quanto das telinhas. Passaram-se mais de 10 anos após o grande sucesso de Marvel vs. Capcom 2. Os jogadores esperaram ansiosos por muito tempo pelo lançamento da nova versão da série. O motivo para tanta espera se deve ao fato de não ser tão somente uma versão com gráficos melhores, mas uma reformulação da franquia que foi muito bem-vinda. Vale a pena conferir o que há de mais interessante nesse novo game.

Ryota NiitsumaO jogo foi produzido por Ryota Niitsuma, o mesmo que dirigiu Tatsunoko vs. Capcom: Ultimate All-Stars, e foi lançado em fevereiro de 2011. O objetivo foi trazer novos jogadores para a série e fazer a manutenção dos que já gostavam do game, mas sem perder toda aquela forma louca (no bom sentido) de lutas cheias de golpes exagerados, pois já viraram marca registrada na franquia e deixaria os fãs bastante decepcionados.

Os gráficos ficaram ótimos e o visual faz o jogador se sentir numa história em quadrinhos. Da mesma forma, os cenários que vão transportar a todos para o mundo original dos personagens do game.

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Os comandos, então, que já não eram muito difíceis ficaram ainda menos complicados. O que não atrapalha aos jogadores veteranos, e ainda angaria um público mais casual. A jogabilidade também ficou um pouco mais lenta, o que também ajuda ao pessoal menos hardcore e dá mais tempo para pensar nas estratégias. Mesmo sendo mais lenta, ainda continua bastante ágil, não há como reclamar desse aspecto.

Apesar dessas mudanças na forma de comandar os personagens, os aspectos de sucesso permaneceram, tais como os combos insanos e a bagunça no cenário quando os lutadores estão no máximo de sua glória, soltando toda sorte de golpes incríveis em sequências quase ininterruptas.

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Alguns personagens estão menos "apelões". É só lembrar como eram, por exemplo, o Magneto e o Sentinela, que agora estão mais equilibrados com os demais. Mesmo assim, ainda existem alguns personagens desequilibrados, tanto quanto ao seu alto poder de ataque quando pela capacidade de receber danos. Isso já vem sendo diminuído pela desenvolvedora nas atualizações do jogo e promete praticamente acabar na versão Ultimate, que será lançada em breve.

Sentinela em açãoMagneto preparando um golpe, sem apelação dessa vez

O Fator-X e a guarda avançada

O combate manteve-se fiel às lutas de três contra três consolidada em seu predecessor, Marvel VS. Capcom 2. Não existem variações quanto a esse aspecto do jogo, como combates em duplas ou solo. Ao menos existe o Reserve Unit, que é uma opção que o jogador possui de cadastrar até três times diferentes, o que agiliza bastante na hora de escolher, isso, claro, considerando que você terá os seus times favoritos. O que, convenhamos, acaba acontecendo com frequência.

Reserve Unit

Diferente de outros jogos de luta, como Street Fighter e Mortal Kombat, não há botões específicos para socos e chutes. Há sim quatro opões de botões de ataque: fraco, médio, forte e o especial – que também serve para jogar o adversário ao ar para fazer combos no ar. Vale lembrar que nessa versão é possível trocar de lutador no meio de um combo aéreo. Esse esquema para os controles pode parecer estranho a princípio, mas é bastante fácil de se acostumar e deixa o game mais ágil.

O X-Factor é uma energia que deixa o personagem bem mais rápido e forte por um determinado período de tempo. Vale a pena saber usar essa ajuda adequadamente para conseguir vencer uma luta, mesmo que esteja quase perdida. A intensidade vai depender da situação em que o personagem se encontra. Se é, por exemplo, o primeiro dos três personagens a usar a energia, a mesma não será tão intensa; mas se for o último, essa intensidade aumenta, pois a preocupação é dar uma esperança de virar a mesa até o último instante. Não esqueça que ela só pode ser usada uma vez. Use-a com sabedoria.

X-factor

Outra novidade interessante é a Advanced Guard. Ela veio para acabar com aquela apelação chata de encurralar um personagem no canto e não permitir que ele se mova. Agora isso não é possível, pois esse recurso faz com que o apelão seja jogado para o outro lado da tela. Então não fiquem pressionando os outros contra a parede e se concentrem nos combos e estratégias.

Os poucos modos do jogo

Diferente de Street Fighter IV, a Capcom não ofereceu muitos modos de jogo offline. É possível jogar o tradicional modo Arcade, em que o jogador enfrenta oponentes controlados pela CPU, tendo como chefe final o devorador de mundos, Galactus; o Versus, em que os personagens são controlados somente pelos jogadores, ou seja, é necessário um amigo no segundo controle; o Training, que serve para praticar os golpes; e o Mission, em que há 10 missões por personagem.

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Os modos online também não variam muito. Existe o Ranked Match, em que é possível lutar contra outros jogadores e o seu rank é afetado; e o Player Match, que o rank não é afetado ao lutar. Não há, por exemplo, uma opção para fazer um pequeno campeonato ou lutar em equipe. Apesar disso, não dá para negar que praticamente não há atrasos e, se ambos os jogadores tiverem uma boa conexão, as lutas não terão quedas de frames e é praticamente como se estivesse jogando offline.

Outra problema do modo online é que as lutas não são transmitidas para quem está na fila de espera. O que não tem explicação, já que a Capcom já utilizou esse recurso em Street Fighter IV. Contudo, existe a promessa que a versão Ultimate irá corrigir essa falta. Só nos resta esperar.

Personagens: bem menos do que antes

São 36 personagens jogáveis mais 2 baixáveis (DLCs). Os dois lados, Marvel e Capcom, estão igualmente representados em número. Mesmo os DLCs vieram em par. É uma boa quantidade de opções, apesar de ser muito pouco se compararmos com os 56 de seu predecessor. Alguns voltaram, como Spider-man, Iron man e Captain America; outros são novidade, como Dante (Devil May Cry) e Amaterasu (Okami) – pelo lado da Capcom – e X-23 e Super-Skrull – pelo da Marvel. Outros 8 personagens (4 da Capcom e 4 da Marvel) serão disponibilizados na versão Ultimate.

Personagens

Capcom

  • Ryu (Street Fighter)
  • morriganChris Redfield (Resident Evil)
  • Morrigan Aensland (Darkstalkers)
  • Dante (Devil May Cry)
  • Felicia (Darkstalkers)
  • Trish (Devil May Cry)
  • Chun-Li (Street Fighter)
  • Amaterasu (Ōkami)
  • Viewtiful Joe (Viewtiful Joe)
  • Tron Bonne (Mega Man Legends)
  • Albert Wesker (Resident Evil)
  • Sir Arthur (Ghost 'N Goblins)
  • Nathan "Rad" Spencer (Bionic Commando)
  • Zero (Mega Man X)
  • Crimson Viper (Street Fighter)
  • Mike Haggar (Final Fight)
  • Akuma (Street Fighter)
  • Hsien-Ko (Darkstalkers)
  • Jill Valentine (Resident Evil – DLC)

Marvel

  • she-hulkWolverine (X-Men/New Avengers/Avengers)
  • Iron Man (Avengers)
  • Hulk (The Incredible Hulk)
  • Deadpool (X-Men)
  • Captain America (Avengers)
  • Doctor Doom (Fantastic Four)
  • Super-Skrull (Fantastic Four)
  • Thor (Avengers)
  • Dormammu (Doctor Strange)
  • X-23 (X-Men)
  • Spider-Man (New Avengers/Avengers)
  • Magneto (X-Men)
  • MODOK (Avengers)
  • She-Hulk (The Incredible Hulk/Avengers)
  • Storm (X-Men/Black Panther)
  • Phoenix (X-Men)
  • Taskmaster (Avengers)
  • Sentinel (X-Men)
  • Shuma-Gorath (Doctor Strange – DLC)

Trilha Sonora

OSTA trilha sonora está toda reformulada, mas existem algumas músicas antigas ainda e outras remixadas. Cada personagem tem a sua própria música. O conhecido ritmo pop da seleção de personagens da versão anterior (Marvel vs. Capcom 2) a “Take You For A Ride é uma das que ganhou uma versão remixada. Não dá para negar que as músicas ficaram bem mais intensas e, por que não dizer, melhores. Mesmo assim, quanto a essa especificamente, eu ainda ficou com a anterior. Vejamos as duas versões para tirarmos as conclusões:

  • Versão do MC2:
  • Versão do MC3:

Prós

  • Visual de história em quadrinhos
  • Controles fáceis e dinâmicos
  • Personagens variados (apesar de em menor número que o predecessor)

Contras

  • Modos escassos
  • Modo online não permite aos jogadores da fila assistirem às lutas
  • Desequilíbrio de forças entre alguns personagens

Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds – PS3 – Nota Final: 8.5

Gráficos: 9.0 | Som: 8.5 | Jogabilidade: 8.0 | Diversão: 8.5


é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

Comentários

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  1. É um bom jogo mas é sacanagem da capcom lançar depois a versão Ultimate com vários novos personagens.

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  2. @Paulo pois é, eu acho que poderia muito bem colocar os jogadores novos por DLC e as outras mudanças simplesmente atualizar. Mas tá seguindo o caminho de Street Fighter IV. Daqui a pouco vai ter outra versão, pode esperar. Abraços!

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  3. Estamos falando da Capcom.
    Empresa caça nível dos infernos.
    Logos após o lançamento do ultimate, podem apostar que vão lançar DLC com novos personagens.
    Últimamente esse negócio de DLC ta uma palhaçada, um grande exemplo disso é o CoD BO, se somarem os valores da DLC o usuário compro dois jogos novos e ainda sobra um troco.
    Claro que as DlCs não são obrigatórias, mas fica a sensação para quem joga e não compra que o jogo está incompleto e que vc está excluído...

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  4. @leo naka eu tmb não gosto dessa história de DLC. Se a pessoa comprou o jogo e eles lançaram outro jogador depois, eles tinham que disponibilizar de graça o DLC. Pois serve tão somente para valorizar o jogo, e não para ganhar dinheiro em cima do consumidor. Os DLCs pagos teriam que ser as expansões, daquele tipo que dá um jogo inteiro praticamente. Como é o caso de Borderlands, que tem 4 expansões interessantes. Bem, pelo menos 2 ali são. Por sinal, tem análise de Borderlands no site. É um jogão. Confiram lá. Abraços!

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