Blast from the Past

Blast from the Past: Resident Evil 3: Nemesis

Lembro que fiquei quase maluco quando vi o trailer de Resident Evil 2 pela primeira vez, que parecia prometer tirar os personagens de um lug... (por Unknown em 30/03/2012, via PlayStation Blast)

RE3_03Lembro que fiquei quase maluco quando vi o trailer de Resident Evil 2 pela primeira vez, que parecia prometer tirar os personagens de um lugar fechado e jogá-los nas ruas de uma Racoon City tomada por mortos-vivos. Infelizmente, só uma pequena parte do game se passa nas ruas, sendo que a maior parte da experiência é vivenciada dentro da delegacia de polícia e em laboratórios. Mas é evidente que a ideia da cidade em caos era boa demais para ser desperdiçada. E em 1999, a Capcom nos brindou com Resident Evil 3: Nemesis (Biohazard 3: Last Escape, no Japão) que colocava a protagonista do primeiro jogo, Jill Valentine, em uma fuga desesperada pela cidade destruída.

Antes e Depois de Resident Evil 2


Resident Evil 3 é dividido em duas partes: a primeira parte se passa 24 horas antes de RE2 e a segunda acontece 24 horas depois. Na história, Chris foi para a Europa investigar mais sobre a Umbrella, e enquanto isso Jill permanece em Racoon City, para terminar algumas investigações antes de poder partir para o Velho Continente também. Como os problemas sempre perseguem essa galera, antes que Jill conseguisse escapar a cidade é tomada pelo T-Virus e nossa adorada protagonista tem que lutar mais uma vez pela sua sobrevivência.

No meio do caminho, Jill encontra outros sobreviventes e alguns mercenários da Umbrella que foram enviados à Racoon para apagar as provas de culpa da empresa. Um desses mercenários, Carlos Oliveira, acaba se aliando a Jill no decorrer da aventura e se torna, durante algumas seções da história, um personagem jogável. Assim como em Resident Evil 2, você já começa sua aventura sendo jogado direto na ação para enfrentar alguns comedores de cérebro em um corredor longo e estreito.

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Uma das grandes novidades apresentadas no terceiro game foi, sem dúvida alguma, a possibilidade de andar pela cidade destruída. O esquema de exploração continua sendo basicamente o mesmo dos jogos anteriores: com o cenário lotado de várias portas trancadas, o jogador deve resolver quebra-cabeças para destrancá-las; mas o fato de andar por vários pontos da cidade era uma grande evolução para a série naquela época. Além do já conhecido departamento de polícia de Racoon City, o jogador,nesse episódio, pode visitar hospitais, lanchonetes, parques, cemitérios e uma boa quantidade de outros locais propícios aos ataques de zumbis.


Uma nova ameaça


Para aumentar o sentido de urgência no jogo, a Capcom colocou um novo e poderoso adversário para caçar os jogadores praticamente desde o começo da trama: Nemesis. O monstrengo foi criado pela Umbrella com o objetivo de matar todos os sobreviventes da equipe S.T.A.R.S. e é a grande ameaça enfrentada por Jill durante todo o jogo, aparecendo em diversos locais diferentes quando o jogador menos espera. As ações de Nemesis geram consequências que se propagam pela história da série, ele é o responsável, por exemplo, por matar o piloto Brad Vickers, que é encontrado como zumbi no segundo jogo.

Os encontros com Nemesis trouxeram também outra novidade para a série, que foi a possibilidade de escolher entre enfrentar a criatura ou fugir. Quando o inimigo aparece, a ação fica em câmera lenta e o jogador tem um curto espaço de tempo para decidir o que fazer. Caso decida pelo combate é bom que tenha muita munição sobrando, pois Nemesis é bem resistente. Em compensação, a cada derrota do monstro, ele deixa uma maleta com itens para montar uma arma especial e se o jogador decidir enfrentá-lo sempre, poderá até mesmo conseguir como recompensa munição infinita para uma de suas armas. Já quando o jogador decide fugir, geralmente é mostrada uma cena de Jill escapando de alguma maneira. Porém, nem sempre é tão fácil correr loucamente com o rabinho entre as pernas; em algumas partes, Nemesis continua correndo atrás de você tela após tela, até se cansar. Ele é a primeira criatura da franquia que consegue cruzar telas atrás do personagem.

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Novos truques


Resident Evil 3 também apresentou algumas novidades na jogabilidade da série. Pela primeira vez, o jogador não pode escolher com quem jogar, pois o personagem controlado muda de acordo com o decorrer da história. A dificuldade do game também foi ampliada em comparação com a dos dois anteriores e é preciso pensar duas vezes antes de começar a atirar, visto que o número de ameaças no jogo pode se tornar maior do que a quantidade de munição necessária para exterminá-la. Para compensar isso, foi incorporado ao game um sistema de esquiva, no qual, ao se apertar o botão de ataque no momento certo durante uma investida inimiga, o personagem desvia-se do ataque do zumbi e ainda o empurra, abrindo espaço para uma possível fuga.

Também foi neste jogo que surgiu o comando para o giro de 180 graus, algo muito útil quando se precisa fugir com certa urgência (Nemesis!). Mas a grande inovação nos combates ficou por conta da possibilidade de criar sua própria munição. Em vários pontos do cenário nós encontramos pólvora e isso possibilita que o jogador crie munição para as armas que estiverem mais precisando. Como nada na vida é fácil, para criar a munição de armas mais poderosas, é preciso juntar vários tipos de pólvora diferentes, o que acaba, por vezes, enchendo o já escasso inventário.

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Graficamente, Resident Evil 3 não é tão diferente do seu antecessor, mas apresenta alguns novos tipos de zumbis. Lembro que na época a grande atração era o zumbi gordo, que aparecia uma ou duas vezes durante todo o jogo, isso pode parecer algo de pouca importância, mas já era alguma coisa pra quem estava acostumado a sempre enfrentar o mesmo tipo de zumbi magro dos jogos anteriores. Já quanto às cenas em CG, as de RE 3 são bem melhores em comparação às do game anterior, pois são mais bem trabalhadas e repletas de explosões e ação.


O adeus ao PlayStation


Resident Evil 3 encerrou com chave de ouro a participação da série no PlayStation. A explosão de Racoon City, ao final do game, marcou o fim de uma era e serviu para mostrar que as garras da Umbrella iam muito além da pequena cidade. Ao terminar o game, o jogador ainda pode ler os epílogos de alguns personagens, que, na época, davam pistas sobre qual rumo a série poderia tomar. Pelo menos dois desses epílogos (o do Chris e o do Leon) se tornaram excelentes jogos: RE – Code Veronica e Resident Evil 4.

Revisão: Samuel Coelho

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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