Jogamos

Análise: Jet Set Radio (PSN)

A SEGA continua com os seus relançamentos de jogos antigos remasterizados para os consoles atuais de alta definição. Dessa vez, ela lançou o... (por Alberto Canen em 13/10/2012, via PlayStation Blast)

CapaA SEGA continua com os seus relançamentos de jogos antigos remasterizados para os consoles atuais de alta definição. Dessa vez, ela lançou o estiloso Jet Set Radio, como parte da Heritage Collection (que ainda conta com NiGHTS into Dreams e Sonic Adventure 2). O game foi lançado originalmente no ano 2000 para o saudoso Dreamcast e foi feito pela desenvolvedora Smilebit. 12 anos depois, agora com gráficos em alta definição, podemos conferir se essa recauchutada foi o suficiente para trazer esse clássico para a geração atual.

Jet Set Radio é um jogo de plataforma 3D, no qual controlamos personagens que usam patins in-line, lutando para que a sua gangue de rebeldes patinadores “grafiteiros” seja a melhor do pedaço. Esses jovens sentem-se oprimidos pelo sistema e procuram apenas se expressar, além de se opor a essa situação de falta de liberdade.

Patinando in-lineGrafitando contra o sistema

O game se passa em ambientes urbanos fictícios da cidade chamada Tokyo-to - uma clara referência a Tóquio/Japão. O objetivo é protestar através do grafite ao mesmo tempo que vence as outras gangues de patinadores. Basta grafitar por cima dos desenhos deles antes que o contador chegue a zero. O maior empecilho é a polícia, que não gosta nem um pouco dos "pichadores" e usa de força extrema para combatê-los, inclusive com armas de fogo.

Polícia para quem precisa de polícia

Dizer que a polícia só usa de força bruta seria uma crítica um tanto quanto irresponsável, se não fosse uma cidade fictícia onde a polícia claramente exagera no uso da força ao tentar repelir as gangues de jovens. Afinal, atirar para matar (até com mísseis) e usar tropa de choque para passar por cima de adolescentes patinadores porque estão sujando a cidade ou mesmo se opondo ao sistema não é muito proporcional, não é mesmo?

Mísseis teleguiados é um pouco demais

Domando os controles

Jet Set Radio é muito simples e intuitivo em relação aos seus controles: se você quer se locomover para frente, basta mover o direcional; saltar e fazer manobras, é só apertar um botão e usar mais uma vez o direcional; para grafitar, usa-se outro botão (usando o direcional quando o desenho é maior). O problema está na falta de precisão dos personagens ao serem controlados, e o jogo exige pulos e descidas certeiras para conseguir realizar todas as tarefas necessárias.

Os trilhos (canteiros e corrimãos) nos quais são necessários escorregar também não ajudam pela falta de aderência, sem contar que não é nada fácil cair exatamente em cima daquele que você quer no momento desejado. Esse problema também é maximizado por uma localização de câmera bem ruim, que muitas vezes não permite uma visão adequada para medir corretamente os saltos e aterrissagens.

Nos trilhos, nem sempre fácil de conseguir

Além dos problemas com os controles e a câmera inadequadamente colocada, o jogo ainda traz indesejadas surpresas ao colocar saídas invisíveis da fase sem um sinal de alerta. Bom, na verdade essa saída funcionam como limite físico do território da fase em questão, mas se você estiver embalado, pode apostar que vai acabar saindo, pois o tempo entre o aviso e a saída do jogo é muito curto, e se isso acontecer quando estiver faltando apenas um ou dois locais para grafitar, certamente o sentimento de frustração será enorme.

Visual e músicas que compensam os problemas

Apesar dos problemas na jogabilidade, é difícil não ficar empolgado com o belo visual de Tokyo-to. Jet Set Radio foi o primeiro jogo a usar a agora famosa técnica cel-shading, que deixa o visual mais cartunesco. Juntando isso com uma temática jovem e descolada, em um ambiente urbano gritando para ser descoberto, certamente os jogadores não irão se decepcionar.

Cel-shading foi a melhor pedidaTokyo-to 1

Para acompanhar esse visual estupendo, o jogo conta com músicas muito bem feitas pelo compositor Hideki Naganuma, que fez uma ótima mistura de Rock independente com Hip-hop e Jazz, criando uma trilha sonora que mantém um ritmo em alta o tempo todo, fazendo o jogador se sentir compelido a dar saltos mais altos, patinar mais rápido e fazer manobras mais radicais.

Curtindo o jogoMais manobras radicais

Herança retrô

Por melhor que sejam visual e música, não dá para negar que os controles e câmera encontram-se datados, pois hoje em dia dificilmente os jogadores aceitam esses tipo de defeitos, superado na maior parte dos jogos. Apesar disso, Jet Set Radio garante bons momentos de diversão, pois consegue criar um clima empolgante que leva o jogador a superar as dificuldades na jogabilidade para poder aproveitar um pouco mais desse game que é uma boa herança dos tempos em que a SEGA ainda fabricava consoles.

Jet-Set-Radio-HD

Prós

  • Visual muito descontraído estilo cel-shading;
  • Músicas de excelente qualidade;
  • Divertido depois de se acostumar com a câmera e controles ruins.

Contras

  • Imprecisão ao controlar o personagem;
  • Câmera inadequadamente posicionada.

Jet Set Radio – PlayStation Network – Nota Final: 7.5
Visual: 9.0 | Som: 9.0 | Jogabilidade: 6.0 | Diversão: 7.5

Revisão: Leandro Fernandes


é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

Comentários

Google
Disqus
Facebook