Análise DLC

A espera acabou: convoque seus amigos para jogar Scott Pilgrim vs. The World online

Quem curte os jogos beat 'em ups antigos, da era dos 8 e 16-bits, recebeu um verdadeiro presente com o lançamento do game Scott Pilg... (por Alberto Canen em 14/04/2013, via PlayStation Blast)



Quem curte os jogos beat 'em ups antigos, da era dos 8 e 16-bits, recebeu um verdadeiro presente com o lançamento do game Scott Pilgrim vs. The World, em agosto de 2010, na PlayStation Store. O título contava com uma campanha solo muito divertida e um multiplayer local que era o seu verdadeiro destaque: nada como chamar o pessoal para um joguinho de pancadaria. Contudo, uma de suas grandes falhas foi a ausência de um modo cooperativo online. Afinal, hoje em dia, essa é uma característica bem comum. Finalmente, esse problema chegou ao fim e já podemos conferir como é jogar com os amigos (ou desconhecidos) na PlayStation Network.

Do anúncio ao lançamento do novo DLC

Dois anos após a chegada do jogo à PSN, os fãs receberam a tão esperada notícia: o multiplayer online será adicionado via DLC, em agosto de 2012. Entretanto, se a empolgação com a novidade foi grande, a decepção foi diretamente proporcional no momento que os produtores anunciaram o seu adiamento por mais dois meses e sem marcar uma data exata. Ora, o que são mais dois meses para quem já esperou dois anos, certo? Até seria, mas o DLC foi sendo protelado até que começaram os rumores sobre o seu cancelamento, o que foi logo desmentido pelo próprio criador de Scott Pilgrim, Bryan Lee O'Malley, em seu twitter, em dezembro de 2012:
"Há um rumor por aí que o DLC do videogame Scott Pilgrim da Ubisoft foi cancelado. Status: FALSO"

Depois de muita espera, uma nova data foi marcada para o dia 5 de fevereiro de 2013. Todo mundo animado novamente. Agora vai dar certo! "Status: FALSO(!)". A Ubisoft, mais uma vez, adiou o lançamento desse simples DLC, com a seguinte justificativa:
"O DLC de Scott Pilgrim vs. The World: The Game foi adiado para melhores ajustes e para incorporar o feedback da apaixonada comunidade de Scott Pilgrim. A Ubisoft está abordando o feedback da comunidade da melhor forma para honrar os jogos retrô no DLC de Scott Pilgrim vs. The World: The Game de uma forma precisa e respeitosa. A Ubisoft, e o novo time desenvolvendo o DLC, respeita as propriedades criativas e, claro, quer ter certeza que entregará uma experiência de jogo que seja um tributo apropriado à franquia Scott Pilgrim."
Esse atraso se deu graças a uma acusação de que os sprites do novo personagem, Wallace Wells, haviam sido copiados do título Sonic Battle (GBA, 2004). O que se formos notar, realmente procede, mas apenas detalhes, talvez com a intenção de prestar uma homenagem ao jogo, como aconteceu com tantos outros dentro de Scott Pilgrim vs. The World: Street Fighter, Super Mario Bros., River City Ransom e tantos outros.
As 4 primeiras são do Wallace e as outras, do Sonic Battle
Finalmente, dia 12 de março de 2013, a novela acabou e o tão postergado DLC com o modo multiplayer online e o personagem Wallace Wells foi lançado na PlayStation Store. Mas será que essa espera toda valeu mesmo a pena?


Scott Pilgrim contra o Mundo online

Aquilo que primeiro chama a atenção nesse novo DLC não é o pacote em si, mas o seu preço: 4,99 dólares (PS Store americana). Convenhamos, esse pacote deveria ser gratuito, na medida que não se trata de algo novo, como fases e mundos diferentes, mas tão somente de um aspecto do jogo que deveria estar incluso nele desde o início.

O multiplayer online não justifica de forma alguma a sua demora, pois é bem simples: você pode criar uma partida para até quatro participantes (incluindo o seu personagem), que pode ser pública — qualquer pessoa na PSN com o jogo pode participar — ou privada, na qual você convida os seus amigos que têm o jogo. Todos os mundos estão abertos, mesmo que você não tenha terminado o jogo ainda, ou seja, você pode ir direto ao final com a sua turma, caso queira — o que é bem estranho, pois se você já chegou ao fim do game, é até compreensível que os caminhos estejam abertos, mas quem nunca passou nem da primeira fase não deveria ter tudo desbloqueado dessa forma.


Você pode jogar com qualquer um dos seus personagens, de qualquer nível (lembrando que 16 é o máximo alcançado). O ruim é que se você já elevou o nível de todos os seus personagens, não vai poder começar uma nova partida online com o nível 1, pois o jogo não tem essa opção localmente e o novo DLC, tão "preciso e respeitoso à franquia Scott Pilgrim", não trouxe esse extra. Ao menos o jogo é bem estável, apesar de contar com alguns momentos de carregamento bem demorados.


O jogador que cria as partidas escolhe o mundo (pois estão todos liberados) e também a dificuldade, dentre as três possíveis encontradas no Story Mode. Ao terminá-lo, é possível ir para outro mundo, ainda com a escolha a cargo de quem criou a partida. Por outro lado, os jogadores que se juntam a jogos previamente criados podem escolher entre duas opções: Custom Matches e Quick Matches. No primeiro caso, é possível escolher em qual partida pretende entrar, em uma lista que apresenta o nível de dificuldade e mundo escolhido pelo criador da sala; já nas quick matches, a escolha é feita de forma aleatória pelo próprio jogo. Vale lembrar que não há nivelamento na hora da escolha, ou seja, você pode ter nível 1 e entrar em uma sala com jogadores de nível 16 e vice-versa.

Escolha em qual partida entrar na opção Custom Match

O novo personagem, Wallace Wells, não trouxe praticamente nada de novo, usando quase todos os ataques de outro personagem já existente: Stephen Stills. São apenas pequenas diferenças entre eles.
Para um DLC lançado quase três anos após o lançamento do jogo original, que foi diversas vezes postergado e que veio para adicionar uma característica que já deveria estar presente nele desde o início, trazer nada além de um multiplayer online bem simplificado e um personagem praticamente copiado de outro já preexistente no game, não parece justificar o valor pago por ele. Quem é muito fã da franquia, pode se sentir compelido a comprá-lo, ou mesmo quem está com muita vontade de jogar com aquele velho amigo que mora distante. Caso contrário, talvez seja melhor usar o dinheiro na aquisição de um jogo novo. Apesar de tudo, eu me enquadro no primeiro caso, e você, caro leitor?
Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Stefano Genachi

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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