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Análise: Viaje conosco a um castelo cheio de surpresas e lembranças em Castle of Illusion Starring Mickey Mouse (PS3)

Parece que esse é o ano de remake de jogos antigos da Disney, não é mesmo?! Mal recebemos Ducktales Remastered e agora temos Castle of Ill... (por Luciana Anselmo em 05/09/2013, via PlayStation Blast)

Parece que esse é o ano de remake de jogos antigos da Disney, não é mesmo?! Mal recebemos Ducktales Remastered e agora temos Castle of Illusion Starring Mickey Mouse em nossas mãos. É até engraçado pensar que ainda tenho o cartucho do jogo original e de sua sequência, World of Illusion, na minha estante. Lançado em 1990, Castle of Illusion era um diferente e colorido jogo de plataforma que chamava a atenção de qualquer jovem dono de um bom e velho Mega Drive. Não foi diferente comigo e é claro que eu estava ansiosa para receber e analisar o remake, esperando, é claro, que atendesse todas as expectativas da criança que sempre viverá em mim.

Um castelo feito de nostalgia

Acontece que, sempre que um remake é anunciado, opiniões mistas são expostas e as expectativas são diversas. Para quem jogou o original fica a emoção de rever sua infância de uma forma renovada, mas também nasce uma apreensão de que as belas memórias sejam estragadas por percebermos que aquele jogo não era tão bom como lembravámos ou pela nova versão arruinar tudo o que o original trazia de bom. Tive estas duas sensações quando soube deste remake, já que mesmo o World of Illusion sendo meu favorito, os dois títulos têm uma grande importância para mim.


Afinal, não é à toa que minha cidade em Animal Crossing ou minha empresa em Game Dev Tycoon se chamam “Illusions”. Felizmente, a Sega acertou e conseguiu algo diferente em sua empreitada. Logo que comecei a campanha, percebi que, diferente de Ducktales, esta não era uma simples remasterização com poucos elementos novos,mas um jogo reinventado. Claro que ainda é Castle of Illusion, mas ainda assim, tudo está bem diferente e cheio de pequenas surpresas.


A simples história que nos é contada no início do jogo é a mesma de duas décadas atrás: Minnie é capturada pela temível bruxa Mizrabel para acabar com sua beleza (hein?!) e é claro que nosso querido Mickey corre para salvá-la e acaba seguindo direto para o Castelo das Ilusões. Fora isto, temos um narrador que faz comentários constantes e que podem ser um pouco irritantes depois de um tempo, mas nada que realmente perturbe ou atrapalhe alguém. O ponto positivo é que estas narrações não interrompem a história com cutscenes, já que ocorrem juntas com o jogo.

A recriação de um clássico

Como mencionei, o jogo foi reinventado e isto foi feito de forma que consegue manter um bom equilíbrio entre elementos clássicos e novos. Aliás, uma das maiores e perceptíveis mudanças é que mesmo sendo um jogo de plataforma 2D, na maior parte do tempo, o game muda sua câmera em diversas partes e se transforma em 3D. É quase que uma transição natural quando se está jogando mas não deixa de surpreender na hora que ocorre, mudando nosso ritmo e como encaramos o jogo, afinal, nunca se sabe quando a perspectiva irá mudar.


Temos também divertidos mini games que podem aparecer a qualquer momento. Já os cenários parecem uma nova versão dos antigos lugares por onde Mickey perambulava nos anos 1990 em nossos cartuchos. Tudo colorido e parecendo um desenho animado, como realmente eram os games antigamente. Mais uma vez, coletamos pequenos cristais e maçãs, sendo que estas servem novamente como forma de atacar os inimigos. Infelizmente, assim como já era no Mega Drive, o jogo é um tanto curto e não temos muito para nos manter ocupados depois do fim de nossa jornada. Podemos refazer algumas fases para melhorar nosso tempo ou para pegar itens esquecidos, mas fora isto, não há tantas possibilidades.


Um camundongo escorregadio

É difícil que pessoas que não jogaram um certo jogo antigo apreciem completamente seu remake, já que geralmente o veem como algo novo e não uma simples versão melhorada. No caso de Castle of Illusion, é mais fácil agradar um público maior, já que ele não fica na zona de conforto como apenas um game com visuais atualizados e, além de tudo, trata-se de um bom jogo de plataforma no geral. Creio que ao contrário de Ducktales, que oferece uma “dificuldade 8-bits” e que certamente irritou algumas pessoas, esse não oferecerá grande desafio ou frustração aos seus jogadores, e pode ser aproveitado com tranquilidade por qualquer um. Até já prevejo alguns fãs antigos reclamando disto e querendo mais complexidade, mas quem sabe eles se contentem com com os chefes de cada fase, que podem ser um tanto complicados por mudarem o padrão de ataque quando você acha que está ganhando.


Mas isso não o impede de ter certas falhas que atrapalham a jogatina. Logo que comecei minha aventura com Mickey, percebi que teria problemas com sua movimentação, que pode ser um tanto escorregadia demais, o que traz problemas nos pulos, algo que, sinceramente, não funciona bem com jogos deste gênero. Nas partes que contam com três dimensões, a jogabilidade dá a impressão de melhora, mas os pulos, como na maioria dos jogos 3D, continuam um pouco irritantes.

Perfeito para velhos e novos fãs

No fim, posso dizer que minhas expectativas com este remake foram atendidas, seus poucos defeitos não ofuscam o grande trabalho feito pela Sega e me diverti ao revisitar minha infância de uma forma tão diferente. Afinal misturei lembranças antigas com novas experiências e surpresas que fui encontrando pelo caminho. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer o jogo original, não se preocupem, o trabalho que a Sega fez em recriar este jogo, o transformou em uma boa pedida para os amantes do gênero plataforma. Seja este o seu caso ou se você só estiver a fim de experimentar um pouco do gostinho divertido dos jogos dos anos 1990, com pitadas mais modernas, este é um título bem recomendado.

Prós:

  • Traz um ótimo equilíbrio entre elementos antigos e novos;
  • O visual esta ótimo e incorpora muito bem o universo Disney;
  • Pode ser bem aproveitado por fãs do jogo original e por pessoas que nunca tiveram contato com o mesmo.

Contras:

  • A movimentação escorregadia de Mickey atrapalhar a jogabilidade;
  • Não temos muito o que fazer depois do término do jogo.
Castle of Illusion Starring Mickey Mouse - PlayStation 3 - Nota: 7,0
Revisão: José Carlos Alves
Capa Hugo Henriques

já fez música, teatro e desenho mas agora cursa Publicidade. Nasceu com o Atari nas mãos e foi inspirada a escrever por antigas revistas de games. Adora HQs, séries, livros, porquinhos e coisas estranhas. Ás vezes é vista fazendo algo misterioso no Facebook.

Comentários

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  1. Depois de um tempo, percebi que todos analista de jogos, consideram como obrigação o fator replay, eu descordo.
    Replay é um bonus que pode apenas melhor sua nota, mas a ausencia não pode diminuir.
    É como se os jogos que contem itens colecionaveis, deixassem de ser melhores se não tivessem, como batman, zelda, mario, por exemplo, pouco me importo com as sidesquests/insetos dourados/moedas escondidas/, porque o jogo por si só tem seu valor de conteudo.

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  2. O que tem que ser levado em crítica é apenas a opinião tem quem o jogou, sua experiência e satisfação própria. As tão sonhadas notas deviam ser banidas. Pois assim o crítico ajuda dando sua visão própria do game e assim escrevendo sua matéria. Pois para cada um é uma experiência completamente de verdade, talvez nesses games, do Mickey e Ducktales o quesito que mais vai bater de todo mundo concordar é: N°1 Nostalgia pura! e N°2 Ducktales é belo e com dificuldade dos games antigos. O do Mickey tem seu desafio e é belo também. E ao contrário do outro, ele ousou, fazer mudanças. Como a troca do 2D para 3D, que foi aplicado naturalmente e fluiu bem. Dois remakes ótimos, sem depender de nota alguma. Fazer uma critica não é necessariamente obrigado a dar uma nota, mais sim, apenas por a sua opinião para ser trocadas com outras simplesmente opostas ou iguais. Pois alguém ira concordar com a sua visão como irá discordar, e isso fará ele analisar o jogo e avaliar se é bom ou não para si mesmo. Yuri, fator replay, quests, itens, o game continuar mesmo depois de você virar é algo que agrada a maioria e é uma tendência que muitos críticos levam em conta para dar a sua famosa "nota" quando é como eu disse. Gostos variados e opções para todos. As notas devem ser banidas e apenas levar em conta a sua experiência própria.

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  3. "Pois para cada um é uma experiência completamente de verdade," Corrigindo a frase: "de verdade" é "diferente"

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