Tudo o que sabemos sobre o PlayStation 4, o console da Sony para a próxima geração

O futuro está chegando. Em breve, chega às lojas o PlayStation 4, o próximo console da Sony. Anunciado em fevereiro, em um evento em Nova... (por Clínica Miller em 12/11/2013, via PlayStation Blast)

O futuro está chegando. Em breve, chega às lojas o PlayStation 4, o próximo console da Sony. Anunciado em fevereiro, em um evento em Nova Iorque, o PS4 vai ser lançado mundialmente agora em novembro, no dia 15, mas já tem até unboxing pra você ir matando a ansiedade. Com um incrível poder de processamento, comunicação com celulares, tablets e, é claro, com o PlayStation Vita, além de recursos sociais e acesso a uma imensa biblioteca de jogos em nuvem, o novo PlayStation tem (quase) tudo para ser um tremendo sucesso.

Console bombado

Mark Cerny e o DualShock 4
A nova supermáquina da Sony, que ficou em desenvolvimento por cerca de cinco anos, tem uma arquitetura bem próxima à vista nos computadores atuais — só que ainda mais potente. Segundo Mark Cerny, o arquiteto por trás do PS4, a ideia era tornar o desenvolvimento de games o mais simples possível. Ele é um console criado “por desenvolvedores de jogos para desenvolvedores de jogos”, segundo o próprio Cerny.

Com uma CPU x86-64 AMD “Jaguar” de 8 núcleos, GPU AMD Radeon com 1.884 TFLOPS (18CU), HD de 500GB, memória RAM de 8GB GDDR5 unificada, conexão Ethernet Gigabit, Wi-Fi 802.11 b/g/m, Bluetooth 2.1 EDR, USB 3.0 e leitor óptico Blu-ray 6x e DVD 8x, o PlayStation 4 mostra a que veio: não apenas vai ser uma plataforma que vai possibilitar mais facilidade para os estúdios trabalharem, mas também uma máquina e tanto para jogar.

O novo DualShock

DualShock 4
Como sempre, com a chegada do novo console vem também um novo controle. Desde o primeiro DualShock, cada nova versão do controle trazia uma novidade: primeiro vieram as alavancas, depois ele perdeu o fio e ganhou um botão de atalho para a “Home”, além de sensores de movimento. Mas dessa vez a coisa vai ser bem mais inovadora: o DualShock 4 vai contar com um touchpad (um pequeno painel sensível ao toque), o botão “Options” (que substitui os botões “Start” e “Select”) e o botão “Share”, para compartilhamento de conteúdo.

Desde o lançamento do primeiro PlayStation, o DualShock 4 foi o que recebeu a mudança visual mais perceptível: além do touchpad (semelhante à parte traseira do PSVita) e dos botões “Options” e “Share”, o novo controle vai contar com um sensor de movimento SixAxis melhorado, uma barra de luz colorida que vai identificar os jogadores (player 1 em azul, player 2 em vermelho, player 3 em verde e player 4 em rosa), novos designs das alavancas e demais botões e, ainda, vai sair em duas cores especiais: Magma Red (vermelho) e Wave Blue (azul). Duas outras novidades muito bem-vindas são a saída de som (mono) na parte frontal do controle e a entrada para headsets logo abaixo da barra de luz, no topo do DualShock 4!

De olho na PlayStation Camera
Assim como o PS3 contava com uma câmera, a PlayStation Eye, para chats em vídeo, reconhecimento do PS Move e para jogos em realidade aumentada, o PS4 também vai receber um acessório semelhante: a PlayStation Camera. Dotada de duas lentes e quatro microfones, a nova câmera ainda é capaz de gravar vídeos com resolução HD de 1280x800 pixels e se mover em um ângulo de 85°. E, assim como a PS Eye, a nova câmera vai usar as barrinhas coloridas dos controles para identificar cada um dos jogadores. Infelizmente, para tornar o preço um pouco menos salgado, e pelo baixo apelo que tiveram os jogos por movimento no PS3, a Sony retirou a câmera do pacote básico do PS4.

Um console (quase) livre de barreiras

Quem acompanhou as conferências da E3 2013 sabe o estardalhaço causado durante a apresentação da Sony: a empresa aproveitou a deixa criada pela Microsoft e seu Xbox One, e, para o delírio dos fãs, confirmou que o PS4 não teria travas de região, não teria bloqueio de jogos usados e não precisaria ser conectado à internet a cada 24 horas. A “zoeira” não ficou restrita à apresentação: logo após o término da conferência, a Sony liberou em seu canal oficial do PlayStation, no YouTube, um vídeo de 22 segundos de duração com um tutorial de apenas um passo ensinando “como emprestar um jogo usado”, em que Shuhei Yoshida, presidente da Sony Computer Entertainment, entrega um jogo a um dos profissionais da Sony. Pronto, jogo emprestado.


Mas a coisa, no final das contas, não era bem assim. Logo que foram iniciadas as pré-vendas do PS4 no Japão, a Sony japonesa liberou em seu site um FAQ (uma série de perguntas e respostas) com diversas informações importantes acerca de seu novo console. Dentre elas, foi encontrado um texto que dizia que, devido às diferentes normas de segurança de cada região, para garantir o funcionamento correto dos jogos, era recomendado que os games fossem comprados na mesma região que o console. É claro que isso, por si só, não torna o console travado regionalmente, e muito menos deve ser encarado como algo ruim: na verdade a Sony simplesmente está deixando claro que pode haver problemas, que o console não tem trava de região e a opção de comprar jogos e consoles de regiões diferentes é do comprador, mas que a experiência pode sim ser comprometida em algum momento. Nada alarmante, na verdade, visto que as coisas já funcionam assim mesmo no PS3 e no PSVita. Até aí, tudo bem.

O problema ficou na segunda parte da informação: a Sony em si não vai bloquear seus jogos por região… mas as produtoras têm total liberdade para bloqueá-los, se assim o quiserem. Confrontado por fãs revoltados em sua conta no Twitter, Yoshida reforçou que a explicação do FAQ não negava que o console seria livre. Segundo ele, ficaria mesmo a cargo das produtoras decidir se seus jogos teriam ou não a tal trava de região, mas que isso na realidade já funciona dessa forma no PS3. Alguns jogos, como Persona 4 Arena, são travados por região no PS3 — e isso não torna o PlayStation 3 um console travado regionalmente. Só nos resta torcer para que as produtoras mantenham essa mesma postura de “travar” poucos jogos no PS4.

"Venda para outra pessoa"... ou não. Será?

Em uma recente atualização nos termos de utilização de seus softwares, a Sony parece ter voltado atrás em alguns pontos. Além de monitorar todas as informações inseridas pelos usuários na PSN, incluindo aqui mensagens de áudio e texto (que serão gravados pela empresa), parece que os seus jogos (estou apontando para você agora) não serão mais seus. Pois é. Uma das atualizações deixa claro que, ao comprar sua cópia do jogo, você adquire uma licença de uso. Ou seja, você não comprou o jogo, apenas o direito de jogá-lo. Caso deseje revendê-lo, você vai precisar da autorização da Sony ou qualquer que seja o desenvolvedor. Na prática, não muda muita coisa: isso pode ser apenas mais uma cláusula, e a Sony pode manter o que prometeu na E3, sendo a revenda dos jogos da própria empresa liberada.

O Vita e o Remote Play: de “portátil poderoso” a “controle de luxo”
Lançado para ser o portátil definitivo, o poderoso PSVita logo caiu no esquecimento. Infelizmente, devido à falta de apoio das third parties e, até mesmo, da falta de atenção da própria Sony, o Vita não conseguiu alavancar suas vendas de forma satisfatória. Em um comunicado recente, a Sony europeiachegou a dizer que a gigante japonesa só não desistiu do portátil até agora em respeito aos seus fãs que já adquiriram o pequeno console. Para tentar mudar esse quadro, em sua apresentação durante a Gamescom, a empresa deixou bem claro que sua nova aposta está nos jogos indie. Afinal, se as grandes desenvolvedoras não apoiam, por que não buscar ajuda das menores?


A estratégia parece ter dado certo, já que durante a apresentação diversos jogos indies bem interessantes foram exibidos… mas aí veio o balde de água fria: logo a Sony começou a mostrar as diversas funcionalidades do PSVita como um controle do PS4 com o recurso Remote Play. Nesse modo, todo o processamento do game fica a cargo do hardware do PlayStation 4, que envia as imagens direto para a telinha do Vita, que também passa a funcionar como controle, substituindo o DualShock 4.

É um recurso bastante interessante, que vai possibilitar que os gamers transfiram a jogatina da TV pro Vita e continuem a jogar na cozinha, durante uma refeição, ou até mesmo (por que não?) no banheiro. Para quem tem apenas uma TV em casa, mas dispõe tanto do PS4 quanto do PSVita, o Remote Play vai cair como uma luva… mas para os entusiastas do pequeno console, a postura da Sony em relação ao PlayStation Vita em suas últimas apresentações foi praticamente uma pá de cal sobre o portátil.

Retrocompatibilidade? Só na nuvem

Um dos aspectos mais tristes do PlayStation 4 talvez seja sua falta de retrocompatibilidade. O console não vai rodar seus jogos de PS3, ou seja, se você quiser jogar seus jogos antigos, os de mídia física mesmo, não vai poder aposentar o seu velho PlayStation 3. Principalmente porque o PS4 não vai emular nativamente jogos de PS3, PS2 ou PS1, ou seja, até o momento não é possível nem mesmo baixar seus jogos de PS3 digitais no seu lindo console da nova geração (porque ele simplesmente não funcionaria, de qualquer forma).

No PS4 só será possível jogar games de PS3 via nuvem
A solução encontrada pela Sony está no Gaikai, um serviço de streaming de games pela internet. Sua biblioteca de games fica toda armezanada na nuvem, de forma que, ao acessá-la, é possível jogar qualquer jogo, (teoricamente) de qualquer plataforma, sem nem mesmo ter a necessidade de se ter um hardware muito potente. Isso quer dizer que, teorizando de maneira bem solta aqui, seria possível inclusive acessar sua lista de games de PS3 e jogá-los usando seu tablet (em 2010, a empresa fez uma demonstração na qual rodava World of Warcraft em um iPad). Afinal, a Gaikai simplesmente faz o streaming do vídeo do jogo para a sua tela. Ou seja, todo o processamento é feito em seus servidores.

Mas podemos dizer que, para a realidade do jogador brasileiro, a Gaikai é a melhor solução para a falta de retrocompatibilidade? É claro que não. A própria Gaikai recomenda que, para que o uso de seus serviços seja satisfatório, os jogadores disponham de uma conexão de internet de no mínimo 3Mpbs, sendo que o ideal seria uma conexão de 5Mpbs ou mais. Isso está bem longe da nossa realidade, em que mesmo uma conexão de 10Mbps, por lei, precisa entregar pelo menos 20% da velocidade contratada (e, muitas vezes, o valor entregue é bem próximo desse percentual). Isso significa que, mesmo que o serviço seja liberado, dificilmente o público brasileiro vai poder usufruir da possivelmente extensa biblioteca de games a ser disponibilizada no serviço.

Com vocês, o PlayStation 4 (mil reais)

É triste, mas é verdade: se nos EUA o PS4 vai custar U$399 e na Europa €349, no Brasil, pra variar, o preço vai ser bem mais salgado. Muito mais mesmo: em território tupiniquim, o novo console da Sony vai sair por absurdos R$3.999. Isso aí, praticamente quatro mil reais, ou pratas, ou dilmas, como preferir. O que importa é que o preço está demasiadamente alto, tão alto que nem mesmo dá para achar qualquer sentido.

Calma, Vegeta, não é mais de oito mil!
Quem se lembra da entrevista que Jack Tretton, CEO da Sony Computer Entertainment of America (SCEA), concedeu à revista Veja em 12 de junho deste ano? Lá ele disse que "o preço no Brasil varia muito em razão dos impostos, mas faremos o mesmo que foi feito com o PS3. Nossa meta é oferecer no Brasil o PlayStation 4 pelo equivalente a 399 dólares, definido para os Estados Unidos". Parece que alguém se enganou (ou nos enganou, vai saber).

No dia 20 de outubro, o PlayStation Blog brasileiro trouxe uma publicação de Mark Stanley, presidente da PlayStation para a América Latina, que trazia a seguinte mensagem: "Obrigado a todos vocês que compartilharam seus comentários sobre o alto preço do PS4 no Brasil. Nós também estamos frustrados com o preço de $4.000 reais, e em breve vamos poder mostrar as razões. Obrigado pela sua paixão e fiquem ligados para mais informações." No dia seguinte, Stanley publicou outra nota, onde mostrava que o preço do console se dava, realmente, por conta dos impostos altíssimos praticados no Brasil. Durante a conferência da Sony na Brasil Game Show 2013, Mark  deu a seguinte declaração: "No Brasil, nós temos um sério problema com o preço, que se encontra elevado devido às atuais taxas de importação. Mas nós estamos motivados a fazer com que o PlayStation 4 esteja acessível a todo membro da 'Nação PlayStation' no Brasil". Podemos esperar uma queda de preço? Cruzemos os dedos.

Tá saindo bem caro viver em "estado play"
O preço do PlayStation 4 parece realmente absurdo para a nossa realidade, principalmente se pegarmos como exemplo o Xbox One, o novo console da Microsoft e principal rival do PS4 em termos de processamento, funcionalidades online e gráficos. O XBO, nos Estados Unidos, é U$100 mais caro que o PS4, saindo por U$499 no modelo básico. No Brasil, este mesmo modelo será vendido pelo preço oficial de R$2.299. É claro que o novo Xbox levou a melhor por estar sendo produzido em território brasileiro, o que o isenta dos impostos de importação. Ainda assim, é bom que a Sony comece a preparar logo uma estratégia e dê início à fabricação do PS4 aqui no Brasil o quanto antes.

Com jogos vendidos ao preço sugerido de R$179 no Brasil, o PlayStation 4 tem sua data de lançamento oficial marcada para o dia 15 de novembro nos Estados Unidos, e para o dia 29 de novembro na Europa e em território brasileiro.

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Rodrigo Estevam

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. prefiro o ps3 ao x360! mas to achando q microsoft vai dar um melhor suporte ao xone, mas é só um palpite, nada de mais...

    ps: estava com saudades de comentar aki nas contas google!!!

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