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Análise: Metal Gear Solid V: Ground Zeroes (PS4) começa do zero na nova geração

A nova missão de Snake é agradar os seus fãs. Será que ele conseguiu?

Finalmente chegamos à nova geração de videogames, e não chegamos sozinhos. Diversos lançamentos prometem surpreender os mais diversos jogadores ao redor do mundo. Metal Gear Solid V: Ground Zeroes para PlayStation 4 faz parte desse alto escalão. A Konami e a Kojima Productions resolveram inovar dessa vez e se arriscar ao lançar um “pequeno grande” prólogo antes de trazer Metal Gear Solid V: The Panthom Pain ao mercado. Mas será que elas conseguiram alcançar o objetivo de agradar os fãs mais novos e antigos da série?

Andarilho em busca de paz

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes se passa em 1975, logo após os eventos de Metal Gear Solid: Peace Walker. Novamente no controle de Big Boss, o jogador agora tem a missão de salvar Chico e Paz, personagens do jogo anterior, de uma prisão em Camp Omega, base localizada em uma pequena ilha de Cuba.
Após a longa cutscene de introdução com mais de sete minutos, como é de costume dos jogos da franquia MGS, você está pronto para colocar em prática suas melhores habilidades de stealth. Mas é bom se preparar para surpresas. Ground Zeroes não só demonstra uma grande maturidade visual em relação aos games anteriores, mas também na sua jogabilidade. Hideo Kojima, criador da série, avisou previamente que esse prólogo serviria para situar os jogadores na história e também auxiliar na adequação das inovações do gameplay.

Inimigo à vista 

Os jogadores mais veteranos vão sentir a mudança logo no início ao procurarem o famoso radar de Snake. Bom, ele já era, pode esquecer, agora a coisa ficou séria e mais tensa também. Não existe mais acesso ao campo de visão dos inimigos no radar, porque não existe radar, simples assim. A solução agora é marcar seus adversários com seu binóculo. A marcação permanecerá até o final da missão, entregando a localização de soldados e seus status (inconsciente, dormindo, morto), facilitando evitar momentos de conflito ou também estudar abordagens mais estratégicas.
Snake não é o Max Payne, mas agora até ele tem o seu próprio bullet-time, ou quase isso. Essa é outra grande inovação no gameplay, ao ser avistado por um soldado inimigo, você vai ter uma pequena fração de segundos em câmera lenta para eliminar ou tranquilizar a ameaça. Caso você erre o disparo do tranquilizante ou não consiga ferir fatalmente o adversário, a base toda entra em estado de alerta. Como você está sem radar, em GZ você só vai saber que a barra está limpa novamente ao interceptar a comunicação do rádio dos soldados.


Essas mudanças trazem uma nova atmosfera ao jogo, mais tensa e emocionante, além de ser acompanhada por um controle mais intuitivo, fluído e livre de Snake, perceptível até mesmo na movimentação do personagem. Os jogos anteriores se baseavam em seções dentro de fases, em Ground Zeroes não, Camp Omega é uma grande fase sem interrupções, o que possibilita abordagens diferentes a cada nova repetição de missão.

Admirável mundo aberto 

The Panthom Pain promete um imenso mundo aberto para ser explorado por Big Boss. Ground Zeroes também tem seu próprio mundo aberto, mas muito menor, claro. Em um primeiro momento você vai se surpreender com Camp Omega, mas com o tempo irá decorar cada detalhe da fase, se sentindo quase em casa. Certamente, nessa questão, ele é apenas um aperitivo para o que o jogo de verdade vai oferecer.
Mudanças de comportamento e rotas alternativas de patrulha dos inimigos garantem mais diversão ao jogador que procura momentos de ação e tensão. Mas não vai demorar muito para você entender certos padrões e “zerar” a missão Ground Zeroes como um verdadeiro Boss. É aí que o jogo vai estar apenas começando.


Após completar a missão principal, quatro novas missões são liberadas para você aproveitar sua estadia em Camp Omega. Algumas mais inclinadas para o lado stealth da força, enquanto outras vão estimular o jogador a explorar uma abordagem mais dinâmica e de ação contra seus adversários. Como em qualquer bom jogo da série, é aqui que o desafio de alcançar o rank S em todas as fases finalmente começa.
Um missão extra ainda é liberada quando você coleta todos os emblemas colecionáveis da XOF. Déjà-Vu, como é chamada, não é nada mais do que um grande presente aos fãs mais antigos da série e que estavam com saudade de uma outra ilha: Shadow Moses.

Quanto vale seu tempo? 

Vamos aos fatos, Ground Zeroes não é um jogo longo. Em menos de oitenta minutos eu havia completado a missão principal da história, e com menos de seis horas eu já havia completado as missões restantes.
Entretanto, GZ é um jogo que não termina quando termina. Repleto de dados e estatísticas coletados a cada uma das missões que você completa, ele estimula o jogador a se aperfeiçoar cada vez mais. Há quanto tempo você não se dava o tempo de explorar cada possibilidade que um jogo oferece?


Muitas pessoas interpretaram o jogo como uma demo de luxo paga ou uma espécie de DLC lançado antes do jogo final. Mas a verdade é que Ground Zeroes tem as suas conquistas. Pena que sua duração não seja uma delas.

Tudo que é bom dura pouco 

Ground Zeroes está para The Panthom Pain assim como a Virtuos Misson está para Metal Gear Solid 3: Snake Eater, mas dessa vez as missões estão em jogos separados. Apesar da curta duração da missão principal, o jogo oferece muitas horas de diversão para quem quiser completar o restante das missões e zerar 100% do jogo. Entretanto, é inegável não admitir a dor fantasma que você vai sentir no membro que mais fez falta em Ground Zeroes no seu final: The Panthom Pain.

Prós 


  • Visual de última geração; 
  • Trilha e efeitos sonoros perfeitos; 
  • Controle intuitivo e movimentos mais fluídos; 
  • Revisitar Shadow Moses na missão Déjà-Vu, exclusiva de PS3 e PS4; 
  • Uma porção de missões extras e easter eggs
  • Primeiro jogo da série totalmente legendado em português;
  • Mundo aberto com diversas possibilidades e estratégias. 

Contras 


  • A missão principal é muito curta; 
  • A dublagem de Kiefer Sutherland como Big Boss não convence; 
  • A diferença de valores entre a versão de PS4 e PS3.

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes — PlayStation 4 — Nota: 8.0 
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Stefano Genachi

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. Mais que recomendado. Tenho a versão de PS3 que já é impressionante em todos os sentidos.

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