Blast from the Past

Blast from the Past: Monster Rancher 2 (PS)

Acredito que muitos cresceram acompanhando as aventuras de Genki na TV. Rodeado por monstros, o garoto precisava salvar o mundo que o vilã... (por Unknown em 24/08/2012, via PlayStation Blast)

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Acredito que muitos cresceram acompanhando as aventuras de Genki na TV. Rodeado por monstros, o garoto precisava salvar o mundo que o vilão Muu planejava destruir. Mas vocês sabiam que antes mesmo do desenho ganhar fama, os jogos da série já faziam sucesso? Pois é, e Monster Rancher 2 é um desses jogos que não só fizeram parte da minha infância, como também me distraía por horas em busca das melhores combinações de monstros. Após o continue, relembre com a gente alguns momentos dessa incrível série.

Lembro quando alguns amigos meus se recusavam a jogar Monster Rancher por considerarem ser chato ficar “cuidando de bichinhos”. Não poderiam estar mais errados. Apesar de você ter que cuidar do seu monstro quase da mesma maneira que em Digimon, não há nada no jogo que o faça monótono.

O que posso dizer é que muitos deles mudaram de ideia após verem um “Canhão Mocchi” em ação…

Enjoou? Relaxa, é só trocar o disco

Não gostava do Mocchi? Sem problemas. O jogo tinha cerca de 400 monstros diferentes, e o melhor, cada um deles com personalidades próprias: enquanto alguns aceitavam suas ordens, outros nem sequer davam atenção. Se o seu Suezo treinava duro para ficar forte, o Golem podia lhe enganar e fugir das sessões.

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Assim, o que realmente diferenciava Monster Rancher 2 dos outros jogos, era a variedade e profundidade de cada monstro, além de um sistema de batalha único que ajudava ainda mais nos vínculos criados entre você e o seu parceiro.

Tudo bem, existem trocentos monstros no jogo, mas como faço para criá-los? Essa, meus amigos, foi a jogada de gênio da Tecmo para o segundo título. Se na história os monstros são criados à partir de discos, nada mais justo do que você usar CDs de verdade para dar vida a eles. E o melhor, até mesmo CDs de música podiam ser usados. É claro que também era possível comprar os montros em lojas, mas quem ligava para isso?

Era só juntar um monte de CDs e brincar de “cientista maluco”, congelando, criando e misturando os monstros. As fusões resultavam em criaturas totalmente imprevisíveis, e isso era o mais legal, pois, sem mais nem menos, você podia encontrar um parceiro muito forte.

Belas batalhas escondem um treinamento árduo

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Você deve se lembrar que deixar o seu monstro forte era uma tarefa no mínimo herculana. Era preciso dedicar horas e mais horas enviando o seu parceiro para florestas e outros locais, fazendo-o nadar, correr, meditar e etc. apenas para ganhar alguns pontos de experiência. O monstro tinha que passar por verdadeiras provações se quisesse ganhar pontos em algum atributo. Me arrisco a dizer que 70% do jogo tinha a fazenda como cenário.

Sim, os seus monstros ficavam em uma fazenda para treinar, dormir, comer e descansar. E o local não é por acaso, pois o título original da franquia é Monster Farm. Fazendo alusão com o nome, ao invés de tomar conta dos recursos de uma fazenda, no jogo você tinha que se virar para administrar o seu monstro. Era preciso pensar não só em um programa de treinamento adequado, mas em uma alimentação coerente. Se você fosse muito brando, seu monstro não ficava mais forte, se fosse rigoroso demais, ele podia fugir ou morrer.

Outro ponto bem interessante do jogo eram suas batalhas. Você entrava num torneio e devia lutar contra vários outros oponentes, que tinham quase sempre a mesma experiência. No combate em si, era possível tanto assistir o seu parceiro se virar sozinho (era a inteligência que determinava o quão bem ele lutaria), ou dar comandos específicos que adicionavam um grau maior de estratégia nas batalhas.

Para ser sincero, muitas vezes era frustrante ver o seu monstro sendo derrotado por outro aparentemente mais fraco, mas que tinha uma agilidade absurda. Acho que muitas pessoas além de mim arrancavam os cabelos quando o seu parceiro acertava um ataque a cada cinco tentativas.

As batalhas eram divertidas e serviam como um bom treino para aquilo que eu considero o mais divertido do jogo, a possibilidade de chamar um amigo e batalhar com o seu monstro. Convenhamos que era muito mais legal testar sua capacidade com outra pessoa.

Apenas para fãs?

Genki1Analisando o jogo hoje, muitos anos após tê-lo jogado, fico me perguntando isso. O fato é que ele não tinha praticamente enredo nenhum, você só tinha que treinar o máximo possível para vencer os campeonatos e se tornar o melhor treinador de monstros (tá, nem preciso dizer com o que isso se parece). Brincadeiras a parte, era simplesmente assim, ao contrário de outras franquias, não havia uma história que prendesse a atenção do jogador.

Acredito que o principal fator que me fez jogar esse jogo, além de ser fã da série de TV, era o fato de poder brincar de criar os variados monstros no jogo e realmente me sentir como o Genki colocando os discos no santuário.

Mas isso de forma alguma tira o mérito de Monster Rancher 2. Sem sombra de dúvidas foi um grande jogo para a época, principalmente pela mecânica criativa e inovadora que trouxe. Bons tempos aqueles…

Revisão: José Carlos Alves


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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