Análise: Hell Yeah! Wrath of the Dead Rabbit (PSN)

Tudo ia bem no Inferno até que um dia o príncipe Ash (uma caveira de coelho) resolveu dar um golpe em seu próprio pai, tomando o poder para ... (por Unknown em 10/10/2012, via PlayStation Blast)

hell_01Tudo ia bem no Inferno até que um dia o príncipe Ash (uma caveira de coelho) resolveu dar um golpe em seu próprio pai, tomando o poder para si. Ele achou que governar o local seria pura diversão, mas um cargo desses sempre atrai invejosos. Um belo dia, um paparazzi conseguiu fotos comprometedoras de Ash enquanto ele tomava banho. As fotos mostravam um segredo guardado a sete chaves: Ash gostava de tomar banho com um patinho de borracha. Enfurecido, o coelho resolve ir atrás do responsável pelas fotos e está disposto a matar quem estiver no caminho. Este é o plot de Hell Yeah! Wrath of the Dead Rabbit, um jogo de plataforma 2D muito louco lançado pela Sega na PSN.


O coelho sanguinário

Começar a jogar Hell Yeah foi como rever um velho amigo, afinal, há anos eu não jogava um game de plataforma, muito menos um publicado pela Sega. Foi muita emoção ver o logo da empresa na abertura do jogo com seu tradicional “Seeegaaaaaaa”. Deixando a nostalgia de lado, Hell Yeah é um excelente jogo de plataforma, que lembra os melhores momentos da produtora de Sonic. A grande diferença é que ele não foi feito para crianças, sendo repleto de violência e piadas de duplo sentido. No lugar de um simpático porco-espinho azul, nós controlamos Ash, que é uma caveira de coelho, que ainda possui uns pedaços de carne e sangue nos ossos.

No começo, a única coisa que podemos fazer é pular e desviar dos inimigos, já que Ash está sem armas, mas não demora para que ele encontre seu criado Nestor. A partir daí, passamos a utilizar uma serra giratória como arma, além de uma metralhadora e um lança mísseis. Neste primeiro diálogo com Nestor, o jogo já mostra outra grande sacada: a metalinguagem. O criado pergunta se Ash lembra como utilizar a serra e o coelho responde “já sei, isso é mais um daqueles tutoriais que existem no começo de todo jogo”.

Essa metalinguagem aparece também na descrição de certos inimigos derrotados. Em um deles, por exemplo, a descrição diz: “é apenas mais um daqueles inimigos invulneráveis, mas que insistem em deixar uma abertura em sua armadura para serem atingidos”. A personalidade de Ash também é outro ponto extremamente divertido do jogo, com o coelho sempre fazendo piadas e sendo extremamente sádico com seus inimigos. Fora a irritação que ele demonstra quando alguém diz que ele está pelado ou quando menciona as tais fotos na banheira.

Um jogo de plataforma revigorado

A estrutura do jogo é simples, com o jogador tendo que matar determinada quantidade de inimigos para abrir novas áreas nas fases. Todos os inimigos ficam marcados no radar, então é fácil encontra-los. No começo, a maioria deve ser morto por ataques físicos do próprio Ash, mas conforme avançamos, o jogo se torna mais desafiador e precisamos ser mais criativos para matar os monstros. Alguns são verdadeiros puzzles, que exigem bastante atenção no cenário ao nosso redor. Certos monstros você acaba matando até sem querer, na mais pura sorte.

Além de precisar descobrir como mata os inimigos, quando a energia deles chega ao fim, ainda é necessário passar por alguns minigames. São diversas coisas como, acertar o alvo, apertar uma determinada sequência botões, minigames musicais, enfim, um mistura de vários gêneros dos videogames. E todas elas trazem animações de mortes extremamente exageradas e divertidas, que sujam toda a tela de sangue. Em alguns casos, o monstro é simplesmente esmagado por dedos gigantes, enquanto nos mais exagerados um raio mortal é lançado de um satélite que fica na órbita da Terra.

Como todo bom jogo de plataforma, Hell Yeah conta com fases repletas de plataformas que exigem que o jogador pule de um lado pro outro o tempo todo. Além disso, está lá também o dinheiro que o jogador deve recolher para comprar upgrades na loja. E por falar em upgrades, os mais interessantes não são os que aumentam munição ou energia, isso tem em todo jogo. O melhor são os acessórios para mudar a aparência de Ash. São dezenas de máscaras diferentes, sendo que algumas devem ser utilizadas para matar alguns chefes ou passar de certas partes das fases. Também é possível comprar um visual diferente para a serra do personagem, que inclui uma rosquinha gigante ou até o famigerado pato de borracha.

O visual das fases é fantástico, todos muito coloridos e repletos de coisas se movimentando. As primeiras possuem aquele visual padrão do inferno, muito fogo e rochas pra todo lado, porém, mais pra frente aparecem umas fases que devem ter surgido quando os programadores estavam numa viagem de ácido. Uma delas é a representação de um cassino, com direito a várias máquinas caça-níqueis espalhadas para que o jogador possa torrar a sua grana. Em outra, ainda mais viajante, vamos parar num mundo totalmente hippie, com direito à música chata (nas palavras do próprio Ash) e drogas. Sim, drogas. Alguns personagens ficam emitindo uma substância que deixa Ash meio maluco durante algum tempo e inverte os controles.


Vários jogos dentro de um só

Hell Yeah conta ainda com fases submarinas e de naves, não ficando limitado à simples jogabilidade de plataforma. Claro que todo jogo de aventura 2D conta com suas fases aquáticas, a diferença é que aqui controlamos um submarino e é realmente divertido jogar essas fases. As fases de nave também são sensacionais e possuem controles extremamente intuitivos para controlar o veículo. Aliás, o jogo faz um excelente uso do controle do PlayStation 3. Enquanto o analógico esquerdo controla o personagem, o direito serve para mirar, permitindo assim correr para um lado enquanto atira para o outro. O mesmo esquema é utilizado na nave e no submarino.

Fora o jogo de plataforma tradicional, também é possível administrar uma ilha infernal, afinal de contas, você controla o príncipe do Inferno. Os trabalhadores da ilha são os monstros derrotados ao longo do jogo, que devem ser alocados em diferentes locais para extrair mais recursos. Com isso, é possível conseguir itens extras que vão ajudar o jogador durante a jornada. Os produtores do game tentaram deixá-lo divertido até mesmo nas sempre irritantes telas de loading. A música que toca nesta tela é totalmente diferente do resto de Hell Yeah, bem suave como se estivesse tentando acalmar o jogador. Também ficam aparecendo mensagens engraçadas na tela do tipo “parabéns, essa frase tem 0,001% de chance de aparecer, era melhor você ter jogado na loteria”.



A trilha sonora também está fantástica, indo desde um rock de primeira, passando por músicas hippies, chegando até a música dance, para desespero de Ash. Hell Yeah! Wrath of the Dead Rabbit é um daqueles jogos que passam batido pela maioria das pessoas, mas quando você toma conhecimento dele, é impossível não se divertir. Para os que cresceram na década de 90 jogando clássicos como Sonic ou Mario, este jogo é praticamente obrigatório.

Prós

  • Visual de desenho animado, com muitas cores e movimento;
  • Muitas piadas;
  • Metalinguagem;
  • Trilha sonora excelente.

Contras

  • Fator replay baixo;
  • As mortes de alguns inimigos são repetitivas.
Hell Yeah! Wrath of the Dead Rabbit – PlayStation 3/PSN – Nota final: 9.5
Visual: 10 | Som: 10 | Jogabilidade: 9.5 | Diversão: 10

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. Baixei esse jogo da psn europeia de graça, na promoção. Vou dar uma conferida. Pensei que era lixão, por nao tê-lo jogado ainda. Bom saber disso.

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