Blast from the Past

Blast from the Past: Digimon World 2 (PS)

Aproveitando o sucesso do desenho, a Bandai não deu bobeira e lançou uma série de jogos que adaptavam a franquia. Digimon World 2  era um ... (por Unknown em 09/11/2012, via PlayStation Blast)

Aproveitando o sucesso do desenho, a Bandai não deu bobeira e lançou uma série de jogos que adaptavam a franquia. Digimon World 2 era um desses títulos que tentou pegar carona na fama repentina da animação. O jogo apresentava diversas inovações que surpreenderam todos os fãs da série, principalmente no sistema de batalhas e na escolha dos parceiros. Porém, muitos não gostaram das mudanças e o jogaram no limbo dos títulos do tijolão cinza. E você, qual era a sua opinião? Leia a nossa matéria e opine com a gente.

Não há como falar dos jogos de Digimon sem lembrar o fatídico segundo título. Acredito que Digimon World 2 renda discussões acaloradas até hoje. O motivo é bem simples: o segundo jogo da série trouxe mudanças significativas, principalmente em aspectos muito criticados pelos fãs do primeiro. Porém, muitos consideram que essas mudanças foram longe demais, transformando-o em algo que foge à essência da franquia.


O vídeo acima fala por si: uma das principais mudanças foi o sistema de batalhas. Mudança que eu estava implorando, diga-se de passagem. Pena que alguns aspectos não foram tão felizes assim, principalmente no ambiente e no modo que você interagia com ele.

Digi-Tank?

Na história, você era um tamer em treinamento da cidade de Union City e tinha que fazer um teste para entrar em uma das "facções" locais. Após terminá-lo, você tinha a opção de escolher entre a Blue Falcon, Gold Hawk ou a Black Sword. O seu parceiro inicial dependia dessa escolha (Patamon, Agumon ou DemiDevimon). Após tudo isso, você tinha que entrar nas dungeons, encontrar o digimon mau que estava bagunçando tudo e dar um jeito nele. Sim, era basicamente isso, até que uma ameaça maior surgisse e desse realmente sentido à história.


Sei lá, eu sempre achei que os jogos da série eram meio fracos no que diz respeito à história, nunca fazendo jus ao desenho, aqui não foi diferente. Mantenho esse pensamento até hoje. Mas a história ficava em segundo plano aqui, pois o que chamava mesmo a atenção era a forma como o seu personagem avançava no game. Você controlava um veículo chamado Digi-Beetle, que carregava seus digimon e transitava pelas fases, mas no quartel general você controlava o tamer.

Eu, particularmente, não gostei nem um pouco dessa mudança, nunca entendi o fato de terem separado o jogo de forma tão marcante: ora você controlava o tamer na base, ora o veículo nas fases. Isso nunca fez muito sentido pra mim e creio que para a maior parte dos fãs. Sem falar na questão de que você passava mais tempo mexendo no tanque, do que aproveitando o jogo em si. Lembro-me das horas perdidas em mecânicos adaptando um ou outro item para poder avançar nas dungeons.

Mas o melhor de tudo era o fato de que o "carrinho" tinha uma barra de HP e EP (Energy Points). Se alguma das duas chegasse ao zero, você era automaticamente retirado da fase e devia começar tudo de novo. Levando em conta que determinadas fases possuíam 10 andares, dá pra ter uma noção de como era irritante isso. Talvez a Bandai não tenha sido feliz ao aprovar essa mudança drástica na jogabilidade.

O fato é que nada substituía a sensação de andar pelo Digimundo ao lado dos seus parceiros.

Digivolução do sistema de batalhas

Por outro lado, houve uma mudança mais do que bem-vinda. Para os que se lembram, o sistema de batalha do primeiro jogo era simplesmente ridículo, onde você contava mais com a sorte do que com sua capacidade de decidir os ataques. No segundo game, a mudança foi drástica: as batalhas aconteciam por turnos, onde você escolhia o ataque, especial ou item e os digimon realizavam a ação. Outra adição marcante é que era possível controlar até três parceiros dessa vez.


Nem preciso dizer o quanto as batalhas ficaram mais divertidas dessa forma. Fugir das lutas era algo rotineiro no primeiro título, aqui, a situação era bem diferente. Dava gosto passar horas batalhando com os seus parceiros e deixando-os mais fortes, ainda que isso fosse muito complicado, devido ao estranho sistema de evolução.

A digivolução era feita por uma espécie de fusão de DNA. Tentando explicar: quando um digimon atingia o nível 11, você percebia que ele não ganhava mais experiência, para que isso ocorresse, você devia ir aos doutores nas bases e combiná-lo com outro digimon. Ao fazer isso, o seu novo parceiro recebia ambos os ataques dos parceiros anteriores combinados e também poderia avançar para além do nível 11, podendo assim, digivolver e ficar mais forte. Essa foi outra mecânica que eu também não via nenhuma utilidade, pelo contrário, era confusa e atrapalhava a diversão.

Recepção controversa

Como eu havia dito antes, o jogo teve uma recepção muito dividida. As inovações fizeram com que ele fosse amado por uns e odiado por outros. Por isso fica difícil até hoje chegar a um veredito sobre ele. O fato é que algumas mudanças precisavam ser feitas urgentemente, mas no final das contas o que ficou evidente foi o exagero da Bandai em aplicá-las.

Se comparado ao primeiro, Digimon World 2 trouxe mudanças para lá de bem-vindas, principalmente no combate. Infelizmente, a direção criativa ficou muito empolgada e acabou "aloprando" algumas funções, como o sistema de evolução e a história em si. Em minha humilde opinião, esse segundo game da série é o pior da trilogia feita para o PlayStation, mas ainda assim, acredito que tenha sido marcante para os fãs da série.

Revisão: Catarine Aurora 

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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