Conspirações: Da realidade para os videogames

Você se sente vigiado? Muda sua senha do e-mail toda semana? Sai com capuz para não ser reconhecido? Suspeita que seus amigos estão juntand... (por Unknown em 27/06/2012, via PlayStation Blast)

Teoristas da conspiração, uni-vos! Você se sente vigiado? Muda sua senha do e-mail toda semana? Sai com capuz para não ser reconhecido? Suspeita que seus amigos estão juntando seus segredos para um dia usar contra você? Acredita que o governo grampeia as ligações para saber do que as pessoas mais falam? E esse tal de Facebook, qual o seu propósito além de juntar nossos dados para uma vigilância mais eficaz? Teorias da conspiração sempre existiram, e é claro que influenciaram o mundo dos games. Confira em quais e de que formas neste Especial!

Ezio Auditore, vítima das armações dos Templários em busca do poder. Conspiração antiga: Assassin's Creed

O tema principal de Assassin's Creed é uma enorme conspiração que se estende mais ou menos desde os tempos do Egito Antigo, uma espécie de guerra secreta entre o grupo dos Assassinos e dos Cavaleiros Templários. Mais especificamente, a história de Assassin's Creed trata da batalha entre uma força ditatorial e manipuladora e o desejo de libertação e livre arbítrio.

A trama dos Templários é para obter os Pedaços do Éden. São determinados objetos da história da humanidade que possuem propriedades especiais. O objetivo do grupo é usar esse poder para dominar a humanidade e unificar todos sob um único grupo. Como eles fazem isso? Principalmente através de manipulação política. Tanto Altaïr, o protagonista do primeiro jogo, quanto Ezio, protagonista dos três últimos, foram vítimas dessa manipulação.

Da Vinci se inspirou na Maçã do Éden para pintar a Monalisa, é certeza.

Para Altaïr, o preço é menor (exceto por sua própria vida, perdida para proteger os Pedaços do Éden). Mas Ezio perde quase toda a sua família para os conspiradores, e de sua história de vingança nasce algo maior. E, é claro, temos o protagonista dos tempos atuais, Desmond Miles, que é sequestrado pelos Templários com o único propósito de acessar memórias de seus ancestrais e localizar os Pedaços do Éden. Para completar, a série é repleta de pequenas informações ligando eventos da História aos Templários e aos Pedaços do Éden: a Segunda Guerra Mundial, as experiências do cientista Nikola Tesla (e o bizarro evento de Tunguska) e muitos, muitos outros momentos que você encontra em um livro de História na escola. Assassin's Creed é um verdadeiro prato cheio em termos de teorias da conspiração, e faz um excelente trabalho ao inserir essa teoria de forma prática no nosso mundo real.

Conspiração no futuro: Deus Ex

Você deve ter ouvido falar nos Illuminati. Eles são a "sensação" atual daqueles que acreditam em teorias da conspiração (e mais especificamente de religiosos fanáticos, mas isso é uma outra história). Eles são apenas um dos grupos que controlam o mundo por debaixo dos panos na série Deus Ex.

Majestic 12, Área 51, Illuminati, ECHELON, inteligência artificial...

Num futuro não-tão-distante, a raça humana evolui através da tecnologia, com implantes cibernéticos e nanotecnologia que é capaz até de alterar o DNA. Agora imagine que você se torne um computador. Seria muito mais fácil controlar um computador conectado à uma rede, certo? É isso mesmo que os jogos mostram. Mais especificamente, os conspiradores procuram uma maneira de criar o "seu" próprio futuro. Os Illuminati querem retomar o poder, o Majestic 12 (grupo que, dizem, controla a Area 51 nos EUA) deseja o controle total sobre toda a nano-tecnologia do mundo (e consequentemente a dominação completa da humanidade).

Toda essa história de Majestic 12, Área 51 e ECHELON (o suposto programa de vigilância criado pelos EUA) soa muito anos 90, mas com toda a nossa conexão atual com a Internet e a crescente chegada de aparelhos "inteligentes", é impossível não sentir um arrepio ao pensar que talvez tenha alguém no controle de tudo isso de uma vez só. E uma Inteligência Artificial super poderosa é sempre um pensamento assustador.

Pobre Snake, apenas uma marionete. Conspiração confusa: Metal Gear Solid

Solid Snake é um personagem icônico. Ele atravessou décadas de games, descobriu que era um clone, destruiu inúmeros robôs gigantes e sofreu bastante. O triste é saber que Solid Snake estava sendo manipulado por forças maiores em 85% do tempo.

É óbvio que o Hideo Kojima não sabia ainda o que estava fazendo ao iniciar a série, então a conspiração por trás da série vai se intensificando ao passar dos jogos e tornando-se mais e mais confusa. Logo em Metal Gear Solid, o original para PlayStation, Snake é manipulado pelo próprio inimigo e irmão, Liquid Snake, para ativar o Metal Gear REX. É uma das viradas mais tensas da história do videogame: você é levado a crer que o Metal Gear está prestes a ser ativado, e que precisa correr contra o tempo para reverter a ativação. Quando a voz daquele computador irritante diz "sequência de ativação do Metal Gear completa", a cara de todos os jogadores e do próprio Snake vai até o chão.

Os supostos Patriots.Os jogos seguintes só aumentaram o nível da coisa. Somos apresentados aos Patriots, um grupo desconhecido que estava por trás de todos os eventos da série. A conspiração aqui se trata de levar adiante uma ideia, a ideia de um mundo unificado (lembrou-se do objetivo dos Templários? Esse é um objetivo comum para os conspiradores) sob uma mesma ordem, acabando com as guerras. No entanto, os Patriots ganham um inimigo: Big Boss. Ele leva a ideia para outro lado, e luta para que exista um local onde soldados não precisem lutar a guerra de outras pessoas.

Solid Snake passou a vida lutando contra Big Boss, e depois contra as pessoas que estavam seguindo os passos dele. É só bem no final de Metal Gear Solid 4 que descobrimos que os verdadeiros vilões estavam manipulando Snake o tempo todo, e embora o ideal de Big Boss não fosse o mais "correto", ele estava lutando pela liberdade. Talvez Metal Gear Solid seja o jogo mais diferente no quesito manipulação: você e o protagonista estão sendo manipulados por seguir ordens cegamente.

Conspiração em Ivalice: Vagrant Story, Final Fantasy Tactics e Final Fantasy XII

Antes de Game of Thrones trazer intrigas e golpes para obter o poder de um reino, esses três jogos, passados no reino de Ivalice, já mostravam isso de forma ousada. A parte ousada da coisa é por misturar a conspiração política com temas religiosos. Curioso é que Final Fantasy XII é o mais conhecido entre os três, mas justamente o que menos ousou e que investiu menos em sua história.

Ashley Riot, o herói que desvenda uma das melhores tramas da Square. Vagrant Story trata de uma complicada trama em que Ashley Riot, um "riskbreaker" de Valendia, infiltra-se na cidade perdida de Lea Monde para resgatar o filho do Duque Bardorba. Os "riskbreakers" são uma mistura de FBI e CIA, tudo num contexto medieval, o que torna o ambiente do jogo único e interessante. Por trás de tudo isso, estão dois grupos: o culto de Sydney Losstarot, chamado Müllenkamp, e um grupo chamado Crimson Blades (Lâminas Escarlate), enviado pela Igreja. Ambos estão em busca de um poder escondido em Lea Monde e tramam e conspiram de sua própria forma.

Um clássico.

Já em Final Fantasy Tactics, a luta pelo poder é mais literal. Após a morte do rei, dois príncipes lutam para tomar o trono, e isso gera uma verdadeira guerra. No meio disso, está o protagonista, Ramza Beouvle, que abandona a nobreza para tornar-se um mercenário após encarar muitas injustiças sociais. A conspiração fica por parte da Igreja Murond Glabados, que controla o reino por debaixo dos panos e orquestrou toda a situação para ocasionar a guerra. A exemplo da história de Vagrant Story, o objetivo real da Igreja não é o simples poder, mas é algo mais obscuro e sobrenatural.

O Homem da Máscara de Ferro. E não é o Leonardo DiCaprio. Por último e, sim, menos importante, está Final Fantasy XII, que mostra uma versão mais "atualizada" do reino, com direito a naves e teletransporte misturando-se aos elementos medievais. A trama política desta vez nem esbarra na trama religiosa. Tudo parte do assassinato do príncipe do continente de Nabradia e do rei de Dalmasca, o segundo aparentemente traído por seu próprio capitão, Basch. Como uma boa conspiração, nada é o que parece, e na verdade Basch passa anos trancado no subsolo do castelo usando uma máscara de ferro (soa familiar?) enquanto seu irmão, Gabranth, se passava por ele e assassinava o rei. Já a princesa Ashe, que teve seu noivo assassinado no dia do casamento, estava escondida como a líder da Resistência contra a ocupação militar a que o reino foi submetido após o golpe. Não tão complexo quanto os anteriores, o enredo de Final Fantasy XII sofre de uma falta de empolgação que é provavelmente causada pelos seus protagonistas sem vida.

E aí, qual a sua conspiração favorita? Lembra de algum jogo que deixamos passar? Conte-nos nos comentários, e proteja-se dos vigilantes!

Revisão: Rafael Becker


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.
Este texto não representa a opinião do PlayStation Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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