Hands-on

Testamos Octodad: Dadliest Catch (PS4) e vimos que a diversão e a loucura sempre podem chegar a um novo nível!

Na BGS 2013, enquanto todos os meus amigos redatores estavam passeando e testando outros jogos de alto calibre como Knack , Killzone: Shad... (por Fellipe Camarossi em 28/10/2013, via PlayStation Blast)

Na BGS 2013, enquanto todos os meus amigos redatores estavam passeando e testando outros jogos de alto calibre como Knack, Killzone: Shadow Fall e Driveclub, todos para PS4, eu resolvi me aventurar em um território um pouco mais... bizarro.Dentre os caminhos sinistros dos jogos indie, acabei por ficar diante do que pode ter sido a experiência mais insanamente divertida que eu já tive nos últimos tempos, e não achei justo não compartilhar com vocês. Estejam prontos para entrar em um novo nível de loucura com Octodad: Dadliest Catch (PS4)!

O melhor simulador de pai de família cefalópode já criado

E provavelmente o único. É, vocês não leram errado, o jogo pode ser definido perfeitamente pela frase acima. Octodad é um jogo que deve ficar entre as classificações “puzzle”, “simulador” e “bizarrice”, pois trata-se da história de um polvo que mora numa casa, trabalha, paga seus impostos e é pai de família, cuidando de sua esposa e filhos. A pegada é: sua família não sabe que o homem da casa não é um homem, e sim um polvo. É sério, eu não estou brincando com vocês.

Com isso, o objetivo desta genial trama é viver a sua vida como um pai normal, assim não correrá o risco de ser mandado de volta pro mar e perder a família que tanto ama. Para isso é preciso fazer todo tipo de ação, por mais trivial que seja, como tarefas domésticas. Claro, isso só é fácil falando, porque a coisa muda de figura quando você está controlando um corpo composto de tentáculos desossados em vez de braços e pernas. É aí que o caos é instaurado.

A parte mais difícil é jogar sem rir

Indo direto ao ponto, comecei a testar o jogo. Estava parado, vestindo um terno e creio eu ser o começo do dia a dia normal de um cidadão americano cefalópode. Movi então o direcional da esquerda e nada. Por algum motivo, eu não conseguia me mover! Comecei então a apertar os outros botões e aí percebi que cada “perna” do pai-polvo é controlada por um dos gatilhos do controle, L2 e R2 para as pernas esquerda e direita, respectivamente. Sendo assim, comecei a andar pela casa de maneira desengonçada até me acostumar com o estilo, mas por mais que eu pudesse controlar o personagem, eu não conseguia controlar meus risos.

Ao chegar na cozinha, me foi incumbida a missão de fazer café, e eu devo dizer que derrotar o chefe final de Final Fantasy XIII (PS3) foi mais fácil do que isso. Ao pressionar o botão X, o pai-polvo fica parado no lugar e os direcionais passam a controlar seus tentáculos, sendo o analógico da direita para controlar a direção e o da esquerda a profundidade. Novamente, parece perfeitamente simples, mas na prática é, ironicamente, impraticável. Até você conseguir assimilar a forma de se mover, já vai ter derrubado o café por toda a cozinha antes de colocar na cafeteira, e terá golpeado todos os móveis com a jarra antes dela estar em seu devido lugar. Claro, estar gargalhando com certeza atrapalha os seus movimentos.

Deixe o polvo em você se libertar

Não tem como não passar mal de rir com isso.
Apesar de dar a entender que a jogabilidade foi mal programada, é justamente essa dificuldade que torna o jogo extremamente divertido. Mesmo após pegar o jeito, a movimentação do protagonista é desengonçada e aleatória, arrancando risos a cada passo que o jogador dá. Além disso, o jogo se torna imersivo pelo fato de que, enquanto o personagem tenta aprender os hábitos do ser humano e a fingir ser um, você sente que está reaprendendo tudo que sabe sobre ações que deveriam ser rotineiras.

Agora corre para arrumar tudo
antes que a família veja!
Admito que eu peguei a fila para testar o jogo duas vezes justamente porque queria, na segunda vez, testar tudo que o polvo podia fazer e o quanto eu podia provocar o caos antes de perceberem o que eu estava fazendo. O resultado foi tão hilário que eu não conseguia mais jogar após poucos segundos, mas tive de retomar o controle – literalmente – para colocar o leite pra fora da pia e tirar o café de perto da lareira, e eu só estava tentando tomar um copo d’água.

Esse tipo de situação lhe faz se perguntar o que a versão completa do jogo vai disponibilizar, e só pensando em eventos cotidianos de uma família comum. Imagine pai-polvo tentando cuidar da filha doente, tentando dirigir para o trabalho, executar suas funções no serviço, preparar um churrasco de final de semana, jogar futebol com o filho ou simplesmente limpar a casa. Não há nenhuma singela possibilidade disso não acabar de uma maneira hilária, e são essas as expectativas que tornam esse jogo tão simples ser tão genial.

Octodad: Dadliest Catch é, sem dúvida, o jogo mais bizarro que eu já joguei, e certamente eu vou precisar dele na minha coleção. Podem dizer que é loucura ter ficado tão fascinado por um jogo tão simples em meio ao turbilhão de poderosos lançamentos que estão presentes na BGS, mas no momento em que você tentar ser um pai de família com ventosas vai entender a razão por trás de meus júbilos. Até lá, eu vou tentar praticar um pouco mais nas tarefas diárias.

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Douglas Fernandes

é graduando em Ciências Contábeis e amante de uma boa discussão sobre videogames. Além de escrever para o PlayStation Blast, também é redator nas revistas Nintendo World e EGW. Para elogios e críticas, pode encontrá-lo no Facebook ou Twitter.

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