Top 10

Top 10: Mortes Inesquecíveis

Videogames costumam envolver violência e mortes. Nem mesmo os mais fofinhos escapam disso, já que o protagonista pode morrer e você se ver d... (por Unknown em 24/08/2012, via PlayStation Blast)

rip[1]Videogames costumam envolver violência e mortes. Nem mesmo os mais fofinhos escapam disso, já que o protagonista pode morrer e você se ver de frente com um "Game Over". Mas outras mortes fazem parte da história e se tornaram ícones no mundo dos games. Seja um protagonista, um coadjuvante ou mesmo um personagem sem nome, essas mortes nos deixaram chocados, deprimidos e algumas até mesmo marcaram gerações. Confira a lista!

ATENÇÃO! Este post contém spoilers de Heavy Rain, Call of Duty: Modern Warfare 3, Shadow of the Colossus, Metal Gear Solid, Mass Effect 2, Mass Effect 3, Silent Hill 3, Red Dead Redemption, Chrono Trigger e Final Fantasy VII. Leia por sua conta e risco.

10. Jason Mars (Heavy Rain)

Jason[1]Heavy Rain se inicia com um dia comum na vida de uma família. Os Mars preparam a festa de aniversário para seu filho mais velho, Jason. Ethan, o pai da família, encontra o mais novo, chamado Shaun, ajoelhado à frente da gaiola do pássaro de estimação, que morreu. Essa cena já dá uma ideia do que vem a seguir.

Andando pelo shopping, Ethan perde Jason de vista. O garoto vai até a rua, e, é claro, é atropelado. Ethan inclusive tenta se jogar na frente para salvá-lo, mas o garoto morre. É uma morte rápida, e na verdade o momento em si não corta tanto o coração quanto a cena seguinte, em que é mostrado o resultado disso. Uma família destruída e um pai cheio de culpa, que ainda vai enfrentar uma situação impossível.

9. A garotinha Davis (Call of Duty: Modern Warfare 3)

Mais uma criança, e ainda veremos outras nesta lista. O apelo de colocar a morte de uma criança em cena é notório, e nesse caso causou uma discussão sobre a necessidade. Necessária ou não, a morte dessa garotinha (e de seus pais, é claro) deixa-nos chocados e com um sentimento profundo de raiva. O ataque é súbito, e reforça a necessidade de impedir o vilão, o ultranacionalista Vladimir Makarov de continuar sua trama.

Mas o que dói mais na morte da menina é que naquele momento você está no controle da câmera nas mãos do pai dela. Não tem muito o que dizer, a sensação no peito após a cena é de um vazio impressionante, reforçando a capacidade dos games de nos inserir numa história.

8.  Wander (Shadow of the Colossus)

O primeiro protagonista neste Top 10 é um personagem discreto, quase sem voz e quase sem história prévia. Ele chega a um templo num local inóspito carregando uma garota morta, e conforme o jogo passa, fica claro que ele foi até ali para trazê-la de volta à vida.

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Wander enfrenta monstros gigantes (os tais Colossos), os extermina e, no final, dá a própria vida para salvá-la. Ao contrário do que pode se pensar, ele não faz isso simplesmente se jogando na frente de uma flecha ou algo do tipo. Ele entrega seu próprio corpo a uma entidade desconhecida. O sacrifício de Wander é o ponto final em uma longa sentença difícil de entender, mas impossível de parar de acompanhar.

7. Sniper Wolf (Metal Gear Solid)

Todos os vilões em Metal Gear Solid morrem após longos e profundos diálogos. Psycho Mantis conta toda a história de sua vida e até mesmo arrepende-se e ajuda Solid Snake. Mas Sniper Wolf é a que tem o diálogo mais emocionante. Após derrotá-la numa luta de atiradores de elite em um campo aberto coberto de neve, Snake aproxima-se dela, deitada na neve.

O que torna a cena tão triste é que Otacon, o engenheiro que estava ajudando Snake em sua missão, era apaixonado por ela. Ele se junta ao protagonista ao lado do corpo de Sniper Wolf. Ela nasceu e viveu na guerra. "Gritos, tiros e sirenes eram minhas canções de ninar", ela diz. Resgatada e recrutada pelo Big Boss (a quem ela chama "Saladin"), ela manteve a lealdade a ele até o último minuto. Ela pede para morrer abraçada a sua arma, que ela sente que é parte de si, e morre. Esse trecho marca o encerramento do primeiro CD do jogo no PlayStation e conta com Otacon perguntando a Snake "Pelo que você está lutando? Pelo que ela estava lutando? Pelo que eu estou lutando?". Inesquecível.

6. Garoto sem nome (Mass Effect 3)

É uma invasão de máquinas assassinas gigantes. É óbvio que as pessoas morrerão. Mass Effect 3 fez um excelente trabalho ao fazer o jogador sentir isso usando o artifício da morte de uma criança. Mais que isso: houve a preocupação em fazer o jogador se conectar com essa criança, criando um diálogo entre Shepard e o garoto antes do fato em si. Não há como salvá-lo, ele está tão aterrorizado que responde: "Você não pode me ajudar".

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Os olhares deles se cruzam em outro momento. Shepard está indo embora na Normandy, e vê o garoto embarcando num veículo que deixará o planeta também. Um Reaper se aproxima, aquela música tensa toca e, é claro, o veículo em que o garoto estava é atingido por um raio do Reaper. Essa morte acompanha o protagonista durante todo o jogo, representando sua impotência diante da ameaça galáctica.

5. Harry Mason (Silent Hill 3)

Após enfrentar monstros (internos e externos) em Silent Hill, Harry Mason escapou com uma filha renascida em seus braços e passou a vida tentando criá-la da melhor forma possível, enquanto era perseguido pelos membros sobreviventes do culto obscuro na cidade.

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A morte de Harry não acontece na frente de nossos olhos, mas quando Heather encontra seu corpo na poltrona do apartamento, a sensação que temos é parecida com a dela. Aquele personagem nos acompanhou por tudo, tomou sustos, morreu de medo, sofreu e sobreviveu junto conosco. E então ele é assassinado. Silent Hill 3 é uma viagem nostálgica ao mesmo tempo que é um grande pesadelo, e a morte de Harry é o início dessa mistura.

4. John Marston (Red Dead Redemption)

Outro protagonista que nos deixa ao final da aventura. Marston é chantageado pelo governo americano, tem sua família sequestrada, é baleado e forçado a matar seus ex-colegas de gangue. Ele enfim reúne sua família, batalha para reerguer a fazenda em que reside e vive uma vida feliz enquanto pode.

E aí, é claro, vem a deprimente nota final em Red Dead Redemption: os federais atacam a fazenda de Marston. Ele consegue tirar sua esposa e filho do local, se abriga no celeiro e percebe que não terá saída. O jogo lhe dá uma última chance de mostrar a que veio, entrando no modo Dead Eye e possibilitando que você dê 6 tiros nos traiçoeiros agentes federais. E então eles todos abrem fogo. Sua família ouve os disparos e volta, encontrando-o morto. É possível continuar jogando com o filho de John, e vingar sua morte, mas era justamente isso que o protagonista não queria: ele queria manter o filho longe da vida de fora da lei.

3. Comandante Shepard (Mass Effect 2)

E quanto a matar um protagonista no início do jogo? Mass Effect 2 se inicia com a destruição da nave comandada por Shepard, a morte de diversos membros da tripulação e, enfim, o próprio protagonista morre sem ar no espaço, e seu corpo cai na órbita de um planeta.

O que torna a cena tão forte é que para os jogadores que tinham terminado o jogo anterior, já havia laços com os personagens e com a própria Normandy. Vê-la explodindo, Shepard se asfixiando e enfim seu corpo flutuando no vazio até sumir é indescritível. Um movimento ousado e inteligente por parte da Bioware que tornou o jogo ainda mais envolvente.

2. Crono (Chrono Trigger)

Mas o primeiro jogo a ter essa ousadia foi Chrono Trigger. O jogo é extremamente ousado em todos os sentidos, tem um visual único e uma história tão louca e complexa que por si só já iria se garantir. Mas aí fizeram o impensável: mataram o protagonista.

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Crono morre sem nem poder lutar contra Lavos, a grande ameaça não só contra os heróis, mas contra o próprio tempo. A seguir, o jogo incumbe o jogador a voltar no tempo para salvar o herói, o que é ainda mais ousado. A morte é uma forma excelente de "chacoalhar" o jogador e criar uma sensação de urgência. Genial.

1. Aeris (Final Fantasy VII)

O primeiro lugar era óbvio. Final Fantasy VII deixou milhares de jogadores com cara de idiota olhando para suas TVs ao ver Sephiroth atravessar o corpo da doce Aeris com sua espada. O jogo passou o tempo todo se esforçando para te fazer gostar da personagem, importar-se com ela, criar um laço, e então é igualmente esforçado em te fazer sentir a morte dela.

É um dos melhores trabalhos de imersão já feitos: não é só Cloud que se afeiçoa a Aeris, mas o próprio jogador, como uma extensão do protagonista. Nos acostumamos a tê-la por perto, talvez até imaginá-la como um interesse romântico para Cloud. E aí ela morre brutalmente. Mais uma vez, a ousadia compensou: isso tornou Final Fantasy VII um dos jogos mais memoráveis de uma geração.

E aí, concordou com a lista? Adicionaria alguma morte? Conte-nos nos comentários!

Revisão: Leandro Freire


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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